Durante a semana de celebração do Dia dos Povos Originários, indígenas do Povo Kayapó, provenientes de aproximadamente 40 aldeias de quatro municípios do sudeste Pará, concluíram um curso de formação em produção cacaueira.

 

 

Grupo enriqueceu seus conhecimentos tradicionais com técnicas agrícolas. Crédito: Divulgação

Durante a semana de celebração do Dia dos Povos Originários, indígenas do Povo Kayapó, provenientes de aproximadamente 40 aldeias de quatro municípios do sudeste Pará, concluíram um curso de formação em produção cacaueira. O objetivo do grupo foi enriquecer seus conhecimentos tradicionais com técnicas agrícolas modernas para o cultivo do cacau, sempre em harmonia com a preservação da floresta. A cerimônia de entrega dos certificados aconteceu na Estação Conhecimento de Tucumã, na última quinta-feira, 17 de abril.

O treinamento contou com a expertise do Instituto Federal do Pará (IFPA) – Campus Conceição do Araguaia, por meio de acordo de cooperação técnica firmado com a Funai. A iniciativa faz parte das ações previstas no Plano Básico Ambiental(PBA) definidas pelo licenciamento estadual para mineração em Onça Puma, operada pela Vale Metais Básicos. A ação contou também com a atuação Sete Soluções Ambientais, empresa contratada da mineradora, responsável pela execução do PBA. O objetivo dos parceiros é fortalecer a autonomia das atividades produtivas sustentáveis dos povos indígenas

Para a realização do curso, foi elaborada uma grade curricular conforme as especificidades do público. A formação foi dividida em tempo escola (80h) e tempo comunidade de origem (80h), totalizando 160h de carga horária. As aulas tiveram tradução simultânea de intérpretes em sala e em campo e na produção do material didático. Foram trabalhados temas como instalação de sistema agroflorestal, realização de podas, produção de mudas, controle de pragas, proteção de plantas frutíferas, entre outras, em campo no IFPA e nas aldeias.

Ainda esse ano, por meio do PBA, o grupo receberá assistência técnica para produção do cacau abordando a metodologia do SAF – Sistemas agroflorestais, que aliam produtos agrícolas e conservação de espécies florestais. A definição pelo SAF partiu da própria comunidade indígena, visando o cultivo sustentável e a valorização cultural. Por meio da iniciativa, serão implantados SAFs em 40 aldeias da TI Kayapó, envolvendo os municípios de Cumaru do Norte, Bannach, Ourilândia do Norte e São Felix do Xingu.

A elaboração do Plano Básico Ambiental é resultado da construção conjunta com os povos indígenas e que convergem para contribuir com o fortalecimento das suas tradições, modo de vida, sustentabilidade, preservação ambiental e para a valorização da cultura material e imaterial dos povos originários.