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O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal
Federal, anulou nesta segunda-feira (8) todas as condenações do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva pela Justiça Federal no Paraná relacionadas às investigações
da Operação Lava Jato. Com a decisão, o ex-presidente Lula recupera os direitos
políticos e volta a ser elegível.
Ao decidir sobre pedido de habeas corpus da defesa
de Lula em novembro do ano passado, Fachin declarou a incompetência da Justiça
Federal do Paraná nos casos do triplex do Guarujá, do sítio de Atibaia e das
doações ao Instituto Lula. Segundo o ministro, a 13ª Vara Federal de Curitiba,
cujo titular na ocasião das condenações era o ex-juiz federal Sergio Moro, não
era o “juiz natural” dos casos.
A decisão de Fachin tem caráter processual. O
ministro não analisou o mérito das condenações. “Embora a questão da
competência já tenha sido suscitada indiretamente, é a primeira vez que o
argumento reúne condições processuais de ser examinado, diante do
aprofundamento e aperfeiçoamento da matéria pelo Supremo Tribunal Federal”, diz
o texto da nota.
Agora, os processos serão analisados pela Justiça
Federal do Distrito Federal, à qual caberá dizer se os atos realizados nos três
processos podem ou não ser validados e reaproveitados.
“Com a decisão, foram declaradas nulas todas as
decisões proferidas pela 13ª Vara Federal de Curitiba e determinada a remessa
dos respectivos autos para à Seção Judiciária do Distrito Federal”, diz texto
de nota à imprensa do gabinete do ministro.
De acordo com o gabinete do ministro, decisão do
plenário do Supremo Tribunal Federal restringiu o alcance da competência da 13ª
Vara Federal. “Inicialmente, retirou-se todos os casos que não se relacionavam
com os desvios praticados contra a Petrobras. Em seguida, passou a distribuir
por todo território nacional as investigações que tiveram início com as
delações premiadas da Odebrecht, OAS e J&F. Finalmente, mais recentemente,
os casos envolvendo a Transpetro (subsidiária da própria Petrobras) também foram
retirados da competência da 13ª Vara Federal de Curitiba”, diz a nota.
De acordo com o texto, nas ações penais envolvendo
Lula, assim como em outros processos julgados pelo plenário e pela Segunda
Turma do STF, “verificou-se que os supostos atos ilícitos não envolviam
diretamente apenas a Petrobras, mas, ainda outros órgãos da Administração
Pública”.
(Fonte:G1)