Agricultoras de São Félix do Xingu, no sul do Pará,
e técnicos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas),
que atuam na política de ação integrada do Programa Territórios Sustentáveis
(TS), estão passando com capacitação realizada pelo governo do estado em
parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). As
capacitações começaram nesta segunda-feira (29) e seguem até esta sexta-feira
(03).
O curso de Restauração Florestal em Propriedades
Rurais do Pará é voltado para os técnicos da Semas. Já os cursos de Gestão
Financeira da Propriedade e Fundamentos do Cooperativismo são direcionados as
produtoras rurais das cooperativas e associações do município de São Félix do
Xingu.
As capacitações são um dos pilares estratégicos do
programa “Territórios Sustentáveis”, que objetiva proporcionar desenvolvimento
de forma sustentável no meio rural, por meio de ações de apoio técnico aos
produtores do interior do estado. O programa faz parte do Plano Estadual
Amazônia Agora, do governo doestado
Na programação da semana de treinamento está
incluída uma roda de conversa sobre planejamento participativo de área. Também
está confirmada uma palestra sobre coleta, beneficiamento, armazenamento e
germinação de sementes florestais, junto com a prática de escarificação das
sementes – técnica utilizada no tratamento de sementes.
Segundo um dos palestrantes da capacitação,
pesquisador de Manejo e Conservação Florestal da Embrapa, Ademir Ruschel, o
curso promovido esta semana adota técnicas eficientes e apropriadas à realidade
do agricultor, desde a preparação da área e acesso aos grãos vegetais para
plantio. “Recomendamos a complementação de plantio direto de sementes. Isso
elimina os custos da produção e transporte de mudas. Nossa missão é socializar
o conhecimento sobre o tema de restauração de áreas degradadas, partindo do
conhecimento e técnicas desde a obtenção e preparação de propágulos (estruturas
que se desprendem de uma planta adulta para dar origem a uma nova planta,
geneticamente idêntica à planta de origem), de estratégias de implementação e
monitoramento de área de restauração florestal, especialmente as Áreas de
Preservação Permanente (APPs) e de Reserva Legal (ARLs)”, explica o
pesquisador.
De acordo com a bióloga da Semas, Ana Carla Souza,
o modelo de negócio em cooperativismo é de enorme importância econômica para os
agricultores. Ela observa que, de acordo com o IBGE, 48% do PIB do campo passa
por cooperativas.
Ela também explica a importância de incentivar as
cooperativas femininas da região do Xingu. “Unidas, as mulheres produtoras
rurais do Xingu terão mais força tanto no poder de compra quanto de venda, e
ainda existem legislações específicas para compras governamentais voltadas para
cooperativas. Logo, o objetivo do curso está voltado à capacitação das
produtoras para que possam compreender que este modelo de negócio é uma
alternativa para se colocarem mais competitivas no mercado”, ressalta a bióloga
da Semas.
Participando a capacitação, a produtora Francisca
Sousa, que faz parte da Associação dos Produtores Rurais Aliança do Xingu
(Aprax), avalia os primeiros dias dos cursos de forma positiva. “Teve várias
atividades que realizamos em grupo e aprendi muito. Os palestrantes foram
maravilhosos para explicar as coisas. Eu, como mulher, me sinto muito orgulhosa
de participar do curso. Através dessas capacitações a gente consegue ter um
futuro melhor”, acredita a agricultora.
Mariana Oliveira, economista da Semas e palestrante
do módulo I, destaca que o objetivo das capacitações do TS voltadas para as
agricultoras visa ajudar as mulheres administrar seus negócios. “O propósito é
ajudar mulheres, que compõem a agricultura familiar, a administrar suas
propriedades a partir da capacitação financeira. Assim, elas poderão reconhecer
o desempenho dos seus empreendimentos e tomar decisões mais assertivas”, frisa
Mariana, que está ministrando palestras sobre Gestão Financeira no Campo,
Fundamentos da Gestão Financeira e Fluxo de Caixa.
Tina DeBord- com informações
da Semas
Ze Dudu