De olho em aumentar o faturamento com taxas e
impostos, o governo de Xinguara, no sul do Pará, está contratando uma
assessoria para prestar serviços de recuperação de créditos de receitas
tributáveis. Estão na mira fontes de recursos como o Imposto Sobre Serviços
(ISS), o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o Imposto
Predial Territorial Urbano (IPTU), alvarás, dívida ativa, entre outros. As
informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu.
A prefeitura local espera que, por meio de um
sistema que possibilite o acompanhamento e a gestão de procedimentos
fisco-tributários, com a integração e o processamento de dados relativos às
operações realizadas por contribuintes sujeitos à tributação, seja possível
gerenciar as informações necessárias para apuração de eventuais valores a serem
recuperados.
Não há previsão de quanto deverá ser “reanimado” em
recursos públicos, ainda assim a Prefeitura de Xinguara vai passar à empresa
Nobe Software de Gestão Integrada 20% do que ela conseguir apurar, ou seja, de
cada R$ 1 recuperado, 20 centavos ficam com a empresa. Segundo o governo
municipal, a Nobe apresentou preço correspondente e proporcional à recuperação
ou ao pagamento de créditos tributários pelos serviços prestados, com base nos
valores de mercado.
Ainda de acordo com a Prefeitura de Xinguara, a
empresa “possui a devida capacidade jurídica, fiscal e técnica, conta com a
total confiabilidade do gestor municipal e goza de renome e reputação profissional,
já tendo prestado serviços para outros órgãos e entidades”. A contratação, por
inexigibilidade de licitação, recebeu sinal verde da Procuradoria Jurídica da
administração.
Contas de Xinguara
No ano passado, o município famoso pela pecuária registrou
receita bruta de R$ 178,885 milhões, sendo R$ 165,372 milhões líquidos,
conforme levantamento do Blog do Zé Dudu em balanços oficiais consolidados da
gestão municipal. A Prefeitura de Xinguara é, atualmente, a 3ª mais rica do sul
do Pará, atrás apenas da de Redenção (R$ 264,803 milhões) e São Félix do Xingu
(R$ 245,789 milhões).
As principais fontes de receita locais foram o
Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), no valor de R$ 52,581
milhões; o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), no total de R$ 31,802
milhões; e o ICMS, que somou R$ 31,479 milhões. Abril foi o mês de caixa mais
fraco, com R$ 9,897 milhões disponíveis, enquanto dezembro foi o mais forte,
com R$ 19,708 milhões líquidos.
Taxas e impostos como as que a prefeitura está de
olho foram miúdas ao longo de 2021. Em IPTU, foram recolhidos, por exemplo,
apenas R$ 1,585 milhão, ao passo que o ISS rendeu um pouco mais, R$ 6,483
milhões. Essas fontes e mais outras, chamadas na linguagem orçamentária de
“contribuições de melhoria”, renderam R$ 16,668 milhões para os cofres
xinguarenses.