(Foto: Jornal O Niquel)
O ano de 2022 foi inesquecivelmente ruim para a
Vale no Pará, onde o minério de ferro é a cereja do bolo de suas operações no
mundo. A mineradora multinacional mais poderosa do Ocidente despencou sua
movimentação financeira aqui no estado 40,8% no comparativo com 2021. Em
valores absolutos, a empresa deixou de faturar R$ 54,766 bilhões. Essa foi a
maior queda da Vale de um ano para outro, desde que começou a operar no Pará há
quatro décadas.
As informações foram levantadas com exclusividade
pelo Blog do Zé Dudu, que analisou dados da Agência Nacional de Mineração (ANM)
totalizados para 2022. Entre as dez maiores empresas mineradoras que operam no
estado, a Vale apresentou o pior desempenho, puxada por um ano mais fraco para
o minério de ferro em relação ao anterior, quando, ao contrário, ela registrou
recorde de movimentação financeira por aqui, o que dificilmente se repetirá.
A Vale, não é demais lembrar, atua no Pará com CNPJ
próprio e por meio de sua subsidiária Salobo Metais, que nada mais é senão ela
mesma trajada numa indumentária metálica para extrair cobre em Marabá. Sozinha,
a Salobo Metais também viu o faturamento cair de R$ 7,949 bilhões em 2021 para
R$ 7,085 bilhões em 2022, mas bem menos que a empresa-mãe, que tombou de R$
126,333 bilhões para R$ 72,431 bilhões no período.
Em um só corpo, isto é, considerando todas as suas
operações, a Vale movimentou no ano passado R$ 79,516 bilhões, bem menos que os
R$ 134,282 bilhões que ela retirou do chão paraense no ano anterior.
Novos
protagonistas
As dez maiores mineradoras do estado movimentaram
ao longo do ano passado R$ 89,983 bilhões em recursos extraídos do subsolo.
Parece muita coisa, mas está anos-luz de distância dos R$ 142,745 bilhões
alcançados de forma épica em 2021. Entre as dez manda-chuva da mineração,
quatro — incluindo a Vale — apequenaram-se.
A maior queda no grupo foi da empresa D’ Gold, que
encolheu 61,6%, tendo passado de um movimento bilionário (R$ 1,015 bilhão) em
2021 para R$ 389,88 milhões no ano passado. Mas na lista estendida até a 20ª
posição, a mineradora Coluna é quem registrou o maior baque proporcional, na
ordem de 80,7%, tendo encolhido de R$ 183,734 milhões para R$ 35,504 milhões.
Por outro lado, o maior crescimento entre as dez
principais empresas do setor mineral que operam no Pará foi registrado pela
Fênix, novata de nome que passou de R$ 496,264 milhões em 2021 para
impressionantes R$ 1,77 bilhão apenas um ano após, salto de 256,8%. O
ressurgimento da Fênix em 2022 deixou para trás gigantes tradicionais da
indústria extrativa paraense, como a Alcoa (R$ 937,975 milhões e queda de 11,6%)
e a Imerys (R$ 832,753 milhões e crescimento de 84,5%).
Três mineradoras (Grão Pará, Mineração Serra
Dourada e Mineração Moema) simplesmente não existiam ou não produziram nada em
2021 e, por isso, não houve parâmetros para comparação da taxa de crescimento
delas em 2022. Confira o ranking completo das 25 empresas de mineração que mais
movimentaram dinheiro pela extração de minérios aqui no Pará, no ranking
inédito organizado pelo Blog do Zé Dudu!
ZE DUDU
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