Medida deve gerar um impacto direto no preço pago ao produtor de leite nacional de até R$ 0,60 por litro — Foto: Divulgação/Castrolanda (Foto: )
Com decreto, Lula fortalece produção nacional do
setor leiteiro
Com assinatura e publicação no Diário Oficial na
quarta-feira (18), medida irá fomentar a produção de leite in natura e promover
o desenvolvimento da cadeia produtiva local
20/10/2023 14h25
Com medidas de restrição à importação, Lula
fortalece pequenos e grandes produtores
O decreto que fortalece a cadeia produtiva do
leite, garantindo incentivo fiscal às indústrias que comprarem leite in natura
de produtores brasileiros, foi assinado pelo presidente Lula e publicado em
edição extra do Diário Oficial da União desta quarta-feira, 18.
“O presidente Lula mostrou mais uma vez
sensibilidade e preocupação com os nossos agricultores, que vem enfrentando
desde o ano passado esta crise. Com este decreto, vamos solucionar este
problema e ressaltar a importância dos nossos produtores de leite, valorizando
o trabalho de todo o setor leiteiro e também beneficiando os consumidores lá na
prateleira do mercado”, escreveu o deputado Pedro Uczai (PT-SC) na rede X.
A nova regra, na opinião de Uczai, protegerá desde
o pequeno até o grande produtor, prejudicados por medidas do governo anterior
que acarretaram no aumento da importação do leite em pó.
A medida entra em vigor em 90 dias e não ocasiona
renúncia de receita tributária. Ela altera o Decreto nº 8.533/2015 e modifica
as condições para a utilização dos créditos presumidos de PIS/Pasep e de
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) concedidos no
âmbito do Programa Mais Leite Saudável do Ministério da Agricultura e Pecuária
(Mapa).
Por meio das redes sociais, vários parlamentares se
manifestaram em apoio à decisão do governo federal. Odair Cunha (PT-MG)
reafirmou na rede X o compromisso do presidente Lula com os agricultores e
destacou que o decreto enfrenta a “concorrência desleal das exportações de
leite em pó de outros países, beneficiando nossos agricultores familiares”.
Zeca Dirceu (PT-PR) apontou o empenho do presidente
Lula para solucionar a crise do setor leiteiro e diminuir os impactos causados
pela alta importação do leite. “Continuarei insistindo para que cada vez mais
medidas em benefício e proteção dos produtores sejam tomadas”, postou no X.
Fazendo coro com seus colegas, a deputada federal
Ana Paula Lima (PT-SC) também enfatizou em suas redes a importância do decreto
para as famílias agricultoras. Ele “ajuda os produtores de leite contra a
concorrência desleal de outros países”, postou.
Ao destacar o compromisso de Lula com os pequenos
produtores, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência,
Paulo Pimenta, escreveu em suas redes que a medida faz parte de um pacote do
governo para “aumentar a competitividade do leite brasileiro e proteger nossos
produtores, que vem sofrendo com o aumento das importações no setor.
Paulo Paim deu voz aos produtores leiteiros no
Senado
Em pronunciamento no Senado na última
segunda-feira, 16, o senador Paulo Paim (PT-RS) destacou a crise na cadeia
produtiva de leite sofrida pelos pecuaristas e agricultores familiares do Rio
Grande do Sul, motivada pelo modelo de importação de produtos adotados pelos
governos estadual e federal até então.
Os produtores solicitaram urgente revisão das
políticas governamentais, agora atendidas pelo presidente Lula.
“Os produtores estão recebendo de R$ 1,40 a R$ 2,00
por litro de leite, um valor que está “muito aquém dos custos de produção, sem
considerar os investimentos necessários em suas propriedades e, ainda, o
ciclone que atingiu o Rio Grande do Sul, prejudicando em muito os produtores
rurais”, conforme matéria da Agência Senado.
A situação cria uma posição financeira
“insustentável”, segundo Paim, levando muitos a considerarem a possibilidade de
abandonar a atividade leiteira, diz a matéria.
A cadeia produtiva do leite é uma das principais
atividades econômicas do Brasil, com forte efeito na geração de emprego e
renda, segundo dados de publicação no portal da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa). Ela envolve mais de um milhão de produtores no campo. O
Brasil é o terceiro maior produtor mundial de leite, atrás apenas dos Estados
Unidos e da Índia, segundo dados de 2019 da Organização das Nações Unidas para
a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Nas últimas décadas, a produção nacional de leite
cresceu, mas o número de produtores vem caindo de forma expressiva. Segundo
dados do IBGE, em 1996, o Brasil tinha mais de 1,8 milhão de estabelecimentos
rurais que produziam leite. Em 2006 esse número caiu para 1,3 milhão e em 2017
eram 1,1 milhão de produtores.
Antecipado até dia 05 apenas R$ 50,00
Por Rafael Walendorff e
Fabio Murakawa —
Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou,
nesta quarta-feira (18/10), o decreto
que estabelece uma diferenciação tributária no
aproveitamento de crédito presumido de PIS e Cofins da aquisição de leite in natura por laticínios,
agroindústrias e cooperativas que não importam lácteos.
"Assinei hoje o decreto que ajuda os produtores de leite
brasileiros contra a concorrência desleal de exportações de leite em pó de
outros países. Muitas famílias de agricultores familiares, no Brasil, que vivem
da produção de leite in natura devem ser beneficiadas", escreveu o
presidente nas redes sociais.
O decreto deve ser publicado nesta quinta-feira no
Diário Oficial da União. A medida deverá permitir que
apenas empresas que não importam lácteos de países do Mercosul e participam do
Programa Mais Leite Saudável (PMLS), do Ministério da Agricultura, possam
aproveitar até 50% do crédito presumido de PIS e Cofins da compra do leite in
natura de produtores brasileiros. Para quem importa, o índice fica limitado a
20%.
A intenção é desestimular as importações, que cresceram a partir de agosto do ano passado e
mantiveram ritmo acima do habitual até agora.
Nesta terça-feira (17/10), o ministro da
Agricultura, Carlos Fávaro, disse que a medida deve gerar um impacto direto no
preço pago ao produtor de leite nacional de até R$ 0,60 por litro.