Novos mercados foram abertos e devem elevar ainda mais as exportações brasileiras de carne bovina (Foto: )
Abril
registrou o recorde histórico mensal de volume de carne bovina exportado pelo
Brasil em 2024. Foram enviados a mercados no exterior 236.842 toneladas do
produto, com faturamento de US$ 1,043 bilhão, o equivalente a R$ 5,36 bilhões
de reais na cotação desta sexta-feira (10/5), cifra que também coloca o mês
entre os melhores em resultados, e que ainda cresceu 77,4% na comparação com
abril do ano passado.
No
acumulado de 2024, as exportações de carne bovina somaram 835.328 toneladas,
aumento de 37,2% em relação ao mesmo período de 2023. A receita somou US$ 3,68
bilhões ou R$ 18,920 bilhões de reais (cotação em 10/5).
Os dados
foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e
Serviços (MDIC), compilados e divulgados pela Associação Brasileira das
Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
Os números
chamam a atenção, uma vez que mercado se encontra em plena entressafra, embora
haja queda dos preços no mercado doméstico.
O principal
mercado da carne bovina brasileira segue sendo a China, para onde foram
embarcadas 101.031 toneladas no mês de abril. O segundo mercado foram os
Emirados Árabes, que compraram 23.719 toneladas. Hong Kong foi o terceiro maior
parceiro e importou 11.327 toneladas, o que representou crescimento de 38,9% em
relação a março de 2024, sendo a maior parte dos produtos, os miúdos bovinos.
De acordo
com o presidente executivo da Abiec, Antônio Jorge Camardelli, a diversificação
de mercados e produtos exportados segue como um movimento do setor. “A China
permanece comprando um volume médio de 95 mil toneladas por mês, confirmando
ser um grande parceiro do Brasil, mas outros mercados tiveram também destaque
no aumento do volume médio embarcado este ano”, diz em nota.
Acumulado de 2024
No
acumulado do ano, o volume total embarcado pelo Brasil foi de 835.328
toneladas, um aumento de 37,2%, frente ao mesmo período de 2023. Em
faturamento, houve um crescimento de 29,5%, saindo de US$ 2,8 bilhões, nos
primeiros quatro meses de 2023, para US$ 3,68 bilhões, neste ano. No primeiro
quadrimestre de 2024, as exportações de carne in natura responderam por 88% do
total exportado, seguido pelos miúdos, com 7,09%, e carne industrializada, com
3,7% do total em volume.
Na média de
2024, os Emirados Árabes compraram mais que o triplo do volume de 2023,
totalizando entre janeiro e abril 64.787 toneladas, com faturamento de US$
298,2 milhões. Nos primeiros quatro meses de 2024, os embarques para Argélia
somaram 20.287 toneladas. Em faturamento a soma chega a US$ 92,7 milhões. Para
as Filipinas os embarques chegaram a 19.411 toneladas este quadrimestre, com
faturamento de US$ 68,03 milhões. Com as recentes novas habilitações, volumes
crescentes nos embarques são esperados para os próximos meses.
O México
foi outro grande destaque, segundo Camardelli. “O país está entre os que mais
recentemente aprovaram o comércio de carne bovina com o Brasil e em quatro
meses os embarques já somam 12.428 toneladas este ano”, se destacando com o
potencial de ser um dos maiores clientes do Brasil no setor de proteína animal.
Para
mercados como Chile, Rússia, Israel, Líbia, Jordânia, Líbano, entre outros, as
exportações também cresceram este ano. Chile comprou 10,6% mais carne, Rússia
33,2% mais, Israel aumentou 13,2%, Líbia 37%, Jordânia 102% e Líbano 147% de
aumento. Apesar dos registros diretos dos dados não apontarem exportações para
o Irã, o aumento das exportações para os Emirados Árabes (+253,7% este ano) e
as exportações para a Turquia, de 13.514 toneladas (aumento de 865% mesmo sem
acordo sanitário com o Brasil), demonstram o crescimento do mercado iraniano.
Dadas as dificuldades operacionais para exportações diretas para o Irã,
Emirados e Turquia continuam como rota de exportação.
* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente
do Blog
do Zé Dudu em
Brasília.