É oficial: cinco dos 15
municípios que mais cresceram na produção de commodities agrícolas no Brasil em
2023 são paraenses. Igarapé-Miri, Acará, Floresta do Araguaia, Moju e Tailândia
se consagraram como celeiros prósperos do agronegócio, mesmo sem soja, trigo e
algodão em suas cestas de produção. É o melhor resultado da história do Pará.
As informações foram levantadas
com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que mergulhou nos microdados da
Pesquisa Agrícola Municipal (PAM) de 2023 que foram liberados na manhã desta
quinta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A PAM é uma espécie de bússola do agronegócio que detalha a evolução de todas
as commodities agrícolas comerciais disponíveis.
Igarapé-Miri é o grande destaque
nacional entre culturas temporárias e permanentes porque, enquanto medalhões da
soja viram a produção despencar no Centro-Sul do país, o município paraense
registrou aumento fenomenal de R$ 946,42 milhões de 2022 para 2023, notadamente
pela produção de açaí. Ano passado, o faturamento das culturas locais em
Igarapé totalizou R$ 2,575 bilhões, a 35ª maior produção nacional em valor,
sendo que R$ 2,533 bilhões (98,4%) foram provenientes de açaí, consolidando o
município como o maior produtor do mundo.
Os ganhos de um ano para outro de
Acará (R$ 464,74 milhões), Floresta do Araguaia (R$ 443,06 milhões), Moju (R$
414,66 milhões) e Tailândia (R$ 362,59 milhões) estão atrelados ao sucesso de
commodities variadas que avançam no Pará. Em Acará, o carro-chefe é a mandioca,
enquanto em Floresta do Araguaia o abacaxi dita os rumos da economia agrícola.
Já Moju e Tailândia têm em comum a prosperidade da cultura do dendê.
Os municípios de Marabá,
Parauapebas e Canaã dos Carajás, potências econômicas paraenses, não possuem
produção agrícola expressiva. Marabá movimentou apenas R$ 171,92 milhões,
mantendo-se estável em relação a 2022. Parauapebas, por seu turno, apresentou rendimento
de R$ 116,98 milhões, ao passo que Canaã movimentou R$ 47,6 milhões.
Pará é maior destaque nacional
Em termos proporcionais, e
considerando as unidades da federação com movimentação agrícola superior a R$
10 bilhões, o Pará é quem mais observou incremento da produção de 2022 para
2023, na ordem de 17,4%. O estado avançou de R$ 24,37 bilhões para R$ 28,6
bilhões, incremento de R$ 4,23 bilhões em apenas um ano, posicionando o Pará
como 9ª maior praça financeira do agronegócio nacional e a maior da Região
Norte.
A título de comparação, o Mato
Grosso, maior produtor nacional, encolheu de R$ 174,81 bilhões para R$ 153,5
bilhões de um ano para outro, queda de 12,2%. Foram observadas quedas também
nas praças do Paraná (8,7%), Minas Gerais (7,2%), Goiás (11,6%), Rio Grande do
Sul (3,5%) e Bahia (6%), todos com movimentação acima do Pará.