Em março de 2021, a pandemia de Covid-19 completou um ano. Além da
mortalidade, a doença também afetou diversos setores da sociedade por conta
das restrições e fechamentos constantes para evitar maior propagação do
vírus. Um dos mais afetados foi o cultural. Artistas, fazedores de cultura e
profissionais que fazem parte dessa cadeia tiveram suas atividades
interrompidas e o segmento precisou de iniciativas que movimentassem e
amparassem estes profissionais.
De um ano para cá, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado
de Cultura (Secult), desenvolveu iniciativas eficazes para amparar o setor
cultural e permitir, de forma reduzida ou remota, que as produções artísticas
no Pará continuassem suas práticas.
Em março de 2020, período no qual o Estado já havia anunciado medidas
importantes de distanciamento social, a Secult desenvolveu e lançou o
"Festival Te Aquieta Em Casa", edital que selecionou, ao todo, 380
conteúdos digitais de fazedores de cultura paraenses, com remuneração de R$
1.500 cada, para conter os impactos econômicos e sociais causados. O apoio
inicial permitiu que artistas de variadas linguagens trouxessem conteúdos em
vídeo paras as redes sociais, movimentando a internet e a economia por meio
da cultura e da arte.
Lei Aldir Blanc - A maior iniciativa na área da
cultura, a Lei de Emergência Cultural, surgiu em 2020 para conter os impactos
econômicos e sociais causados pelo encerramento das atividades. No Pará, a
Secult geriu um investimento total de R$ 72 milhões, por meio do auxílio
emergencial que assistiu 2.905 agentes com um total de mais de R$ 8 milhões e
mais 28 editais que contemplam diversos segmentos da cultura. Durante o
processo, foi firmada uma parceria com 11 OSCs de vários municípios paraenses
para a realização de editais, o que resultou em 3.356 projetos contemplados
de todas as regiões de integração do Estado.
"Durante este período de pandemia, trabalhamos com muito amor e
responsabilidade em diversas frentes para ajudarmos os fazedores e fazedoras
de cultura do Pará. A Lei Aldir Blanc é marco histórico para o setor
cultural. Os recursos permitiram que as pessoas que fazem a cultura do nosso
Estado pudessem realizar seus projetos, terem seu ganho e ainda movimentassem
toda uma cadeia de profissionais que estão ligados a esses fazeres. Continuamos
em ritmo acelerado, trabalhando para que os fazedores de cultura do Pará
possam realizar suas atividades", explica Ursula Vidal, secretária de
Cultura do Estado.
Lorena Furtado foi uma das criadoras da rede criativa e colaborativa
Beirando a Moda, contemplada no edital de Festivais Integrados. "A
pandemia pegou todos de surpresa. Foi um susto e não sabíamos o que
fazer", conta. Segundo ela, a Lei Aldir Blanc foi a oportunidade que deu
esperança para o projeto. "Inscrevemos o nosso projeto e no final de
tudo conseguimos passar. Ficamos felizes de poder continuar realizando o
projeto. Ele foi metade presencial e metade online".
O presencial contou com oficinas de desenvolvimento para os
empreendedores que fazem parte da rede do Beirando a Moda. Foram três turmas,
com total de 45 artesãos. A etapa online consiste em um mercado com a venda
dos produtos. "Essa segunda etapa tem sido uma surpresa muito positiva!
Foi um desafio, mas já sentimos esse retorno de quem consome", afirma
Lorena.
Festival Minha Banda na Cultura
Os músicos tiveram um projeto direcionado para o segmento. O Festival
Minha Banda na Cultura selecionou grupos musicais para exibirem clipes ou
trechos de apresentações nos intervalos da programação da TV Cultura. Na
primeira edição, em 2020, a iniciativa premiou 118 grupos musicais com cachês
de R$ 2 mil a R$ 6 mil.
Em 2021, a segunda edição ampliou a premiação permitindo também que
técnicos, roadies, iluminadores e Djs também fossem selecionados. Foram
premiadas 119 bandas (857 profissionais, ao todo), com o apoio emergencial no
valor de R$ 500. A iniciativa é uma realização da Academia Paraense de
Música, Funtelpa e do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de
Cultura, e patrocínio do Banco do Estado do Pará, com apoio da União dos
Artistas do Pará.
Para o cantor Roberto Bino, contemplado no festival juntamente com sua
banda, a pandemia impactou de maneira muito forte o trabalho dos músicos em
geral. "Nosso ganha pão vem quase 100% das apresentações musicais que
acabaram sendo proibidas por conta da aglomeração. O Festival chegou para dar
uma ajuda na minha vida e na vida de tantos outros músicos que estão com
dificuldades para fechar as contas do mês", relata o artista.
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