Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024

ARTISTAS
Publicada em 05/08/24 às 17:03h - 68 visualizações
Espetáculo Lugar da Chuva, que propõe uma reflexão poética sobre a Amazônia, se apresenta em Marabá e em Canaã
O espetáculo busca sensibilizar o público para um movimento de reflexão política, abordando de forma crítica alguns temas que são urgentes e atuais para a Amazônia, como os problemas sociais, ecológicos e urbanísticos

Jornal O Niquel


Lugar da Chuva, espetáculo criado a partir do intercâmbio entre o coletivo amapaense Frêmito Teatro e o Agrupamento Cynétiko, grupo paulistano que viajou até Macapá para colaborar na criação do espetáculo, realiza apresentação gratuita em Marabá na próxima quarta-feira (7), no Partage Shopping. Nos dias 9 e 10, sexta e sábado, as apresentações acontecem em Canaã dos Carajás, na Casa da Cultura, com início às 19h30.

A peça, que conta a trajetória de dois viajantes que navegam por terras amapaenses, apresenta uma visão sobre o Amapá tanto do ponto de vista de quem é nativo, quanto do olhar “de fora”, buscando um lugar de troca onde se possa construir a reflexão.

Logo no início da peça, os atores Raphael Brito e Wellington Dias recepcionam o público e o convida a entrar num barco imaginário, por onde a viagem se inicia. A partir daí, numa espécie de jogo narrativo onde não há personagens fixos, eles vão conduzindo a imaginação do espectador por diversos locais reais e fictícios do Amapá.

 

O texto escrito por Ave Terrena, levantado a partir da sua vivência na cidade, é definido pela autora como uma “dramaturgia cartográfica”, onde cada cena é uma ilha independente, mas que está em composição com o todo, apostando numa ousada mistura de fluxo narrativo e poético nas falas.

Na família linguística tupi-guarani “Lugar da Chuva” é o significado da palavra ama’pá, O roteiro é fruto das experiências vividas durante uma viagem pelo território amapaense realizada entre novembro e dezembro de 2017.  Durante essa residência, os coletivos acionaram vivências criativas em locais significativos do entorno da capital, compartilhando a criação de maneira colaborativa e processual. O atravessamento mútuo entre os artistas e os ambientes nutriram a construção da dramaturgia, do vídeo e da direção de arte.

Na sala de ensaio, a experimentação criativa buscou reimaginar, poética e cenicamente, lugares como a Fortaleza de São José, marco colonial da cidade, a Ilha de Santana, com sua floresta de samaúmas e o bairro do Araxá, com suas palafitas urbanas.



Em cena, se entremeiam reflexões sobre uma Amazônia atual, urbana, globalizada, com as questões que movimentam esse momento. Paralelo a isso, o espelhamento e estranhamento com a natureza, ancestralidades e tradições, buscando ir além dos estereótipos sobre a floresta enquanto um lugar inabitado e sem história.

A peça também conta com projeções de vídeo, criadas pela paulista Luciana Ramin, exibindo imagens que foram registradas em Macapá durante o processo de criação. O material bruto foi editado pela artista tendo como inspiração a estética da videoarte, em que ela busca reimaginar as paisagens amapaenses a partir de um viés mais poético e menos documental.

O cenário do espetáculo é minimalista, composto de peças compactas e modulares que podem se adaptar a diferentes espaços, permitindo assim, que a peça seja viajante assim como seus narradores. A proposta da cenógrafa Daniele Desierrê foi compor com diferentes elementos visuais, táteis e olfativos que fazem parte do modo de vida na Amazônia, tendo em conta o fluxo contínuo entre a cidade e a floresta. Boa parte dos elementos utilizados foram coletados por ela durante a residência em Macapá e Santana.

A concepção geral do projeto é do diretor e produtor amapaense Otávio Oscar, que deu início à proposta assumindo o desafio de repensar, através do teatro, o lugar da identidade e da cultura amazônicas, que agora não são mais definidas apenas pelas tradições e ancestralidades, mas também por essa nova faceta globalizada que é a Amazônia urbana.

A circulação de Lugar da Chuva pelo Maranhão e Pará é realizada com patrocínio do Instituto Cultural Vale, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura e Governo Federal.

SERVIÇO

Espetáculo

LUGAR DA CHUVA

Duração: 70 minutos

Classificação: Livre

Acessibilidade: A apresentação contará com tradução em LIBRAS e Audiodescrição.

Circulação Maranhão e Pará – LUGAR DA CHUVA

07.08 • Marabá-PA

Quarta • 19h30

Shopping Partage Marabá

09.08 e 10.08 • Canaã dos Carajás-PA

Sexta e Sábado • 19h30

Casa de Cultura de Canaã dos Carajás

[apresentação de sábado com bate-papo pós-apresentação]

15.08, 16.08 e 17.08 •  SãoLuís-MA

Quinta, Sexta e Sábado – 20h

Teatro Sesc Napoleão Ewerton

[apresentação de sexta com bate-papo pós-apresentação]

(Tay Marquioro – Assessoria de Imprensa)




















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