Quarta-feira, 18 de Setembro de 2024

Brasil
Publicada em 07/11/18 às 08:11h - 259 visualizações
Vinte e quatro presos em operação da Polícia Federal

JOÃO CARLOS

 (Foto: lider fm ourilandia)

A Polícia Federal cumpriu nesta terça-feira, 6, nada menos que 111 mandados judiciais expedidos pela 2ª Vara da Justiça Federal de Marabá: 24 de prisão preventiva, 29 de busca e apreensão, 52 de bloqueio de contas bancarias e sequestro de bens e seis ordens de suspensão de atividades econômicas de empresas investigadas na Operação Migrador, desencadeada hoje em Marabá, Parauapebas, Curionópolis, Eldorado do Carajás, Canaã dos Carajás, Salvador (BA) e Vila Velha (ES). A operação teve o objetivo de interromper a extração, comercialização e exportação ilegal de manganês, nas regiões de Curionópolis e Parauapebas, e prender os grupos responsáveis pelo crime ambiental e fiscal que já resultou em prejuízo avaliado em R$ 87 milhões. Para detalhar a ação, os delegados Rômulo Rodovalho, regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado, e Ricardo Viana, chefe da Delegacia de Polícia Federal em Marabá concederam coletiva pela manhã. Rodovalho abriu a coletiva informando que foi desmantelada uma organização criminosa que fazia extração, comercialização e exportação de manganês na região de Curionópolis e Parauapebas. Em seguida falou sobre o cumprimento das decisões judiciais e, antes de passar a palavra ao delegado Viana, disse que esse tipo de crime “está causando um grande desastre ambiental naquela região”. Ricardo Viana explicou que, em 2015, a Polícia Federal realizou a Operação Buriti-Sereno, quando foi apreendida uma série de maquinários e minérios, mas, na ocasião, ainda não havia informações a respeito de como funcionava o esquema. As investigações seguiram e apontaram para um grupo “bastante articulado, com elevado pode econômico, para poder promover esse tipo de atividade”. “As investigações demonstraram que há um grupo responsável pela extração do manganês, na região de Serra Pelada, outro grupo é responsável pelo beneficiamento. As pedras de manganês são bem grandes e precisam ser diminuídas para que possam ser comercializadas. Então é assim: tem o minério extraído e tem o minério beneficiado”, explica o delegado Viana. Ele chamou atenção para outro problema: como a organização fazia para que o manganês fosse levado para o Sul do País ou exportado? “Porque muito desse minério vai para a China, Singapura, Estados Unidos e para o México.” Viana detalha, então, que foram criadas empresas para obter licenças e, a partir dessas licenças, o minério pudesse ser exportado. Acontece que as investigações apontaram que essas licenças eram obtidas de modo fraudulento, com a falsificação de licenças de operação.

Manganês saía de Curionópolis e Parauapebas para o mundo com documentação falsa

“Eles extraiam manganês de determinada área para a qual não tinham autorização e ‘esquentavam’ o minério com a autorização que havia sido emitida para a exploração em área diferente, em outra área. Ou seja, nunca tiraram uma pedra da área para a qual foi emitida a licença”, assinala o delegado. Sobre o transporte do manganês, Ricardo Viana afirma que, paralelamente, as investigações descobriram que havia uma cobrança sistemática de valores, por parte de servidores públicos, “para que esse minério pudesse sair da região de Serra Pelada e Vila União e fosse até o Porto de Barcarena para que de lá ganhasse os mais diversos destinos do mundo”. O prejuízo, avalia ele, é “de forma diversa, desde o minério extraído sem autorização, o minério extraído, em tese, com autorização, mas que não recolhe os tributos municipais, estaduais nem federais e os danos ambientais causados. “Uma das pessoas presas hoje é responsável pela segunda ou terceira maior mina de manganês do País. É muita coisa. O prejuízo alcança os R$ 87 milhões”. “A estrada de Serra Pelada, no final do dia, parecia a Avenida Paulista, tamanho o trânsito de caminhões. Essa ação foi imperativa, tínhamos de fazer, porque, da forma como estava, não dava para continuar. Muita gente ganhando muito dinheiro à custa de poucos”, salienta.

Leia também: Polícia Federal deflagra Operação “Ouro de Sangue”

Ele lembrou que na semana passada, uma pessoa morreu durante a extração do minério, “mostrando que a exploração é precária, feita sem técnica alguma, sem cuidado algum, um desrespeito a qualquer tipo de norma de mineração ou de legislação de natureza ambiental”. O nome da Operação Migrador é uma alusão à citação bíblica do livro de Joel, capítulo 1, versículos 3 e 4, que fala do gafanhoto migrador, que, após assolar determinada região, se muda para outros campos.





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