Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024

Brasil
Publicada em 07/06/20 às 07:44h - 215 visualizações
A Pioneira professora Pedrina conta um pouco da nossa história

Jornal O Niquel

A Prfª Pedrina Costa Rodrigues é casada com seu Walmir, mãe do popular César Goleiro e  Valdicléia, chegaram aqui em 07 de fevereiro de 1982, de Colinas, Tocantins em uma Veraneio que fazia o transporte de pessoas de Xinguara para Gurita, ainda eram jovens e tinham muitos sonhos, as crianças tinham apenas 07 e 08 anos. Trouxeram duas malas, uma com as roupas pessoais e na outra confecções para vender. Perguntaram para um senhor se tinha um hotel ou pousada na cidade, ele falou que não e se quisessem ir na boate dele poderia dormir umas 03 noites, que as mulheres de lá tinham ido para Marabá participar de um Carnaval. Na época o forte era o garimpo e rolava muito dinheiro, cabarés e o pessoal que trabalhava na Andrade Gutierrez, seu Walmir saiu vender roupas, em três dias já tinham o dinheiro para comprar um barraco de umbu, palha, só um cômodo. Dormiam com o colchão no chão com medo dos constantes tiroteios e mulheres gritando na solta. Não foi fácil, mas tudo isso foi construindo nossa história é uma das primeiras professoras de Ourilândia. Na época só tinha escola em Tucumã e se passava por duas Guritas e as crianças daqui iam estudar lá, o transporte era um ônibus que também carregava garimpeiros só Deus guardava. Durante uns 06 meses começou a dar aula particular de reforço, na época o GETAT hoje INCRA, veio para colonizar essa fazenda que era do saudoso Pedro Ernesto, duas salas de aula foram construídas pelo GETAT ali onde hoje é a Sec. Meio Ambiente entregues ao senhor Geovani que era contador vindo do Maranhão. O senhor Geovani vendo os esforço da professora Pedrina a convidou para dar aula, convidou também a professora Eliene, a Prfª Martinha e também a Prfª Deuzila que assumiu como Diretora (a primeira de Ourilândia) paga pelo Prefeito Filomeno de São Félix do Xingu. Depois foram aumentando as salas e chegando mais professoras Nerina de Conceição, saudosa Eliene de Xinguara, Marise, Maria Batista, Luizinha, Luiza Teixera, Marinês, Antônia Borges, mãe do vereador Deuseval, Raimundinha, hoje todas aposentadas. Me alegro em ter tido o prazer de ser um tijolinho da educação de muitas pessoas, hoje muitos profissionais, alguns foram embora e outros continuam aqui.  Lembro bem do meu aluno hoje Secretário de Educação professor Cícero Silva, a Márcia Cabral, aquela época era muito difícil, não tinha material, e hoje eles tem um conhecimento bem elevado, mas sempre fazíamos com muito amor, esforço e dedicação e sou grata a Deus por isso. Lembro do Hospital que era ali onde é a casa da Drª Márcia, o Dr. Veloso foi meu Médico de Malária em 1984. Lembro da política, Caçula, Geovani e Manoel de Melo que ganhou as eleições, foram as mulheres que tiraram ele, as mulheres do Clube de Mães. Dona Lurdes e Eliane foram as que criaram o Clube de Mães, fiz parte da diretoria, a Maurina do Chico do Azougue a Zilda do Toinho, a Clemilda, a Gracita. Tinha um problema lá na prefeitura os homens estavam indo lá e o problema não se resolvia, o Prefeito Manoel de Melo era muito arrogante, lembro que a Eliane falou assim, hoje é nós que vamos lá, se concentraram ali onde hoje é a Morenta, o Dr. Arimatéia tinha um supermercado, o prefeito colocou a polícia para tentar impedir, não conseguiram, um policial bateu com a ponta do fuzil e machucou a perna da Eliane Buratto, o prefeito acabou fugindo e nunca mais apareceu. Fico muito feliz por ter participado do Clube de Mães e desejo a dona Lurdes, essa mulher de muita fibra e garra que ajuda muito as pessoas todo sucesso do mundo. Tenho acompanhado o crescimento e desenvolvimento de nossa cidade nesses 32 anos que o aniversário foi agora no dia 10 de maio . Dois nomes foram escolhidos para se fazer a votação : Ourilândia e Ouricilândia, uma comissão o Paulista, Manoel Romão, Goela, o Flecha Medeiro, o Ribinha, no barracão de palha no setor Aeroporto, ali o Padre de São Félix vinha dirigir missa, ali foi feita a reunião, a mulher do Ribinha defendia o nome de Ouricilândia (fruto castanheira) e ele defendia Ourilândia (ouro), nome que venceu, ela ficou muito chateada brigou com ele e ele deu um tapa nela, ela se injuriou e sumiu e depois de três dias, acharam ela enforcada no setor aeroporto em uma roça. Nossos filhos cresceram temos netos, bisnetos, não pretendemos sair daqui, gostamos daqui, amo essa cidade. Me arrepio quando ouço o hino de Ourilândia, pretendo que minha descendência possa também ajudar no crescimento e   participar da política, nunca coloquei meu nome à disposição, mas gostaria deixar esse legado. Quando me aposentei a quase 10 anos, continuei ativa não em sala de aula, mas de trabalhos comunitários, Conselho de Saúde, Assistência Social, Conselho Tutelar, trabalhei na Câmara Municipal e na Sec. da Agricultura.  Quero finalizar em nome do meu esposo Walmir, mandar um abraço a todos pioneiros, agradecer você Mauri pela oportunidade e desejar muito sucesso ao nosso município.








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