A Prfª Pedrina Costa Rodrigues é casada com seu Walmir, mãe do popular César
Goleiro e Valdicléia, chegaram aqui em
07 de fevereiro de 1982, de Colinas, Tocantins em uma Veraneio que fazia o
transporte de pessoas de Xinguara para Gurita, ainda eram jovens e tinham
muitos sonhos, as crianças tinham apenas 07 e 08 anos. Trouxeram duas malas,
uma com as roupas pessoais e na outra confecções para vender. Perguntaram para
um senhor se tinha um hotel ou pousada na cidade, ele falou que não e se
quisessem ir na boate dele poderia dormir umas 03 noites, que as mulheres de lá
tinham ido para Marabá participar de um Carnaval. Na época o forte era o
garimpo e rolava muito dinheiro, cabarés e o pessoal que trabalhava na Andrade
Gutierrez, seu Walmir saiu vender roupas, em três dias já tinham o dinheiro
para comprar um barraco de umbu, palha, só um cômodo. Dormiam com o colchão no
chão com medo dos constantes tiroteios e mulheres gritando na solta. Não foi
fácil, mas tudo isso foi construindo nossa história é uma das primeiras
professoras de Ourilândia. Na época só tinha escola em Tucumã e se passava por
duas Guritas e as crianças daqui iam estudar lá, o transporte era um ônibus que
também carregava garimpeiros só Deus guardava. Durante uns 06 meses começou a
dar aula particular de reforço, na época o GETAT hoje INCRA, veio para
colonizar essa fazenda que era do saudoso Pedro Ernesto, duas salas de aula
foram construídas pelo GETAT ali onde hoje é a Sec. Meio Ambiente entregues ao
senhor Geovani que era contador vindo do Maranhão. O senhor Geovani vendo os
esforço da professora Pedrina a convidou para dar aula, convidou também a
professora Eliene, a Prfª Martinha e também a Prfª Deuzila que assumiu como
Diretora (a primeira de Ourilândia) paga pelo Prefeito Filomeno de São Félix do
Xingu. Depois foram aumentando as salas e chegando mais professoras Nerina de
Conceição, saudosa Eliene de Xinguara, Marise, Maria Batista, Luizinha, Luiza
Teixera, Marinês, Antônia Borges, mãe do vereador Deuseval, Raimundinha, hoje
todas aposentadas. Me alegro em ter tido o prazer de ser um tijolinho da
educação de muitas pessoas, hoje muitos profissionais, alguns foram embora e
outros continuam aqui. Lembro bem do meu
aluno hoje Secretário de Educação professor Cícero Silva, a Márcia Cabral,
aquela época era muito difícil, não tinha material, e hoje eles tem um
conhecimento bem elevado, mas sempre fazíamos com muito amor, esforço e
dedicação e sou grata a Deus por isso. Lembro do Hospital que era ali onde é a
casa da Drª Márcia, o Dr. Veloso foi meu Médico de Malária em 1984. Lembro da
política, Caçula, Geovani e Manoel de Melo que ganhou as eleições, foram as
mulheres que tiraram ele, as mulheres do Clube de Mães. Dona Lurdes e Eliane
foram as que criaram o Clube de Mães, fiz parte da diretoria, a Maurina do
Chico do Azougue a Zilda do Toinho, a Clemilda, a Gracita. Tinha um problema lá
na prefeitura os homens estavam indo lá e o problema não se resolvia, o
Prefeito Manoel de Melo era muito arrogante, lembro que a Eliane falou assim,
hoje é nós que vamos lá, se concentraram ali onde hoje é a Morenta, o Dr.
Arimatéia tinha um supermercado, o prefeito colocou a polícia para tentar
impedir, não conseguiram, um policial bateu com a ponta do fuzil e machucou a
perna da Eliane Buratto, o prefeito acabou fugindo e nunca mais apareceu. Fico
muito feliz por ter participado do Clube de Mães e desejo a dona Lurdes, essa
mulher de muita fibra e garra que ajuda muito as pessoas todo sucesso do mundo.
Tenho acompanhado o crescimento e desenvolvimento de nossa cidade nesses 32
anos que o aniversário foi agora no dia 10 de maio . Dois nomes foram
escolhidos para se fazer a votação : Ourilândia e Ouricilândia, uma comissão o
Paulista, Manoel Romão, Goela, o Flecha Medeiro, o Ribinha, no barracão de
palha no setor Aeroporto, ali o Padre de São Félix vinha dirigir missa, ali foi
feita a reunião, a mulher do Ribinha defendia o nome de Ouricilândia (fruto
castanheira) e ele defendia Ourilândia (ouro), nome que venceu, ela ficou muito
chateada brigou com ele e ele deu um tapa nela, ela se injuriou e sumiu e
depois de três dias, acharam ela enforcada no setor aeroporto em uma roça.
Nossos filhos cresceram temos netos, bisnetos, não pretendemos sair daqui,
gostamos daqui, amo essa cidade. Me arrepio quando ouço o hino de Ourilândia,
pretendo que minha descendência possa também ajudar no crescimento e participar da política, nunca coloquei meu
nome à disposição, mas gostaria deixar esse legado. Quando me aposentei a quase
10 anos, continuei ativa não em sala de aula, mas de trabalhos comunitários,
Conselho de Saúde, Assistência Social, Conselho Tutelar, trabalhei na Câmara
Municipal e na Sec. da Agricultura.
Quero finalizar em nome do meu esposo Walmir, mandar um abraço a todos
pioneiros, agradecer você Mauri pela oportunidade e desejar muito sucesso ao
nosso município.