Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024

Brasil
Publicada em 07/06/20 às 08:39h - 145 visualizações
Um pouco da história por Dona Delfina e Izaias Martins Cunha

Jornal O Niquel

Na série de entrevistas feitas pelo jornalista Mauri Vandir na Líder FM 98.7 para reviver e relembrar as histórias dos 32 anos de Ourilândia do Norte o casal Izaias (73 anos) e Delfina (71 anos) relataram vários fatos interessantes e marcantes. Goianos, de Araguaína, chegaram aqui no ano de 1983. Vieram em um caminhão com a sua mudança, aqui não tinha hotéis ou pousadas, e a primeira noite foi que dormiram em um cômodo de Cabaré uma dona que os acolheu. A primeira noite foi sem banho mesmo, só tinha um córrego com água muito suja ali lavavam a louça e todos usavam. Logo conseguiram adquirir aquela área que residem até hoje, ali começaram, prepararam a terra e cultivaram milho, arroz e feijão a propriedade passou a ser modelo e referência deixando todos encantados. As poucas construções que tinha aqui eram todas de madeira, palafitas, o que mais tinha eram bares e cabarés. Energia na época era com motor estacionário, só em 2000 que chegou a rede elétrica. Trouxeram algumas máquinas e instalaram a Cerâmica Goiana que cresceu e hoje é uma referência no sul do Pará. Seu Izaias perfurou um poço, uma cisterna, naquela ocasião quase morreu devido o gás. A cisterna deu água muito boa, limpa e cristalina, muitas pessoas quando vinham do garimpo iam lá pedir água, era muito boa, queriam pagar, e o casal se recusavam a receber pois é uma dádiva de Deus. Em 1985, foi um dos anos de muitas chuvas, difícil para chegar mercadoria, caminhões atolados, puxados por guincho era a rotina. Em um certo momento só chegava de avião afirmou Izaias. O primeiro Jornal impresso foi fundado pelo saudoso  José Cândido, que relatava todos os fatos, o saudoso Décio Cunha filho do seu Izaias e Delfina, era o auxiliar e um ferrenho defensor e lutador pelas causas de Ourilândia. Rambo do Roque era um dos comunicadores através da rádio cipó. A dificuldade era grande na época um dos episódios inusitados, foi no período chuvoso, na região da Vicinal 11 Irmãos um cavalo atolou na lama, não conseguiram tirar e ele morreu ali mesmo. Outro fato, um Sargento apaixonado por uma menina nova de Cabaré, deu três tiros na mesma ela não morreu e ele tirou a sua própria vida com um tiro na cabeça. Um fato engraçado, seu Izaias logo começou a criar porcos, em uma noite fria um ronco esquisito, acordaram, dona Delfina falou seu Izaias tem uma pessoa agonizando, morrendo, o que era comum na época assassinatos, pessoas que se envolviam em confusões, as vezes famílias mais humildes inteiras eram assassinadas e tomavam as terras já demarcadas, aí foram verificar era o porco com frio. Tinha uma corrente próximo ao Posto Fiscal,  Guaritas com seguranças, só deixavam passar famílias que tinham condições financeiras para comprar. A empresa Andrade Gutierrez possuía a concessão para colonização das terras na região, foram criadas as agrovilas, logo após ocorreram várias invasões. Dona Delfina relata que não tinha escolas, tinha duas salas construídas pelo Getat, sem banheiros, a primeira professora Deuzila sem formação, ali funcionou o Colégio Madre Carolina, onde hoje é a Secretaria do Meio Ambiente. Delfina tinha formação e havia atuado em Araguaína, começou a lecionar Português aqui e em Tucumã, quando chegava em Tucumã no Colégio Samuel Nava, levava os meninos, os garotos de lá cochichavam lá vem os filhos de rapariga da Gurita, muito constrangedor, Décio era Valente, defendia com unhas e dentes Ourilândia. Irmã Terezinha atuava no Colégio Madre Tereza, dona Delfina começou a ajudar na formação dos professores, as dificuldades eram imensas, carência de quase tudo, os pais ajudavam em festas para juntar as coisas, ajudavam com uma taxa financeira mensal para contribuir na merenda e material. Dificuldades, alguns vinha na escola com  registros de nascimento alterados, garimpeiros queriam pegar diploma para seus filhos de forma forçada, pais, alunos, drogados, alcoolizados, armados eram enfrentados com rigidez e disciplina pela professora Delfina. Em suas aulas prezava por Educação Moral e Cívica, desfiles de 07 de Setembro lindos e bem organizados. O primeiro hospital foi ali onde é a prefeitura e o primeiro Médico foi o Dr. Ari. O casal participou ativamente do processo de emancipação Política em 10 de Maio de 1988, que até então pertencia a São Félix do Xingu, Paulista era o sub prefeito, juntamente com várias pessoas, entre eles, João Paulo, Toninho carroceiro,  Mozar da Mata, João Marissol, Boca Rica, Goela, Manoel Romão, Salomão, Caçula, Ronaldo Alencar, Dr. Veloso, Marechal, Cirilo, Moreno, Casquinha, Otaviano, Pedro Goiás e outros. Manoel de Melo foi eleito Prefeito juntamente com o Sr. Gerônimo Cabral (saudoso), logo foi construído o Colégio Três Poderes, em janeiro e fevereiro, em março início das aulas e o prefeito Manoel de Melo não providenciava a contratação de professores e nem comprou as carteiras, os pais começaram a ficar impacientes, cobravam e nada. As mulheres começaram a se organizar, Dona Delfina comandava a confecção dos cartazes e faixas, um grupo acompanhado por alguns alunos, foram em direção a prefeitura, a polícia tentou impedir o movimento e não conseguiu. O Prefeito Manoel de Melo viu a coisa ficar feia para o seu lado, em fuga, saiu pelos fundos da prefeitura, perdeu os chinelos, entrou no porta malas de um chevete, foi ao aeroporto em  Tucumã, foi para Xinguara e lá no Banco do Brasil sacou o pouco dinheiro que a prefeitura tinha e nunca mais voltou, parece que está no estado de Goiás. O Vice , saudoso Gerônimo Cabral assumiu o cargo, exerceu um excelente mandato, diante das dificuldades da época, construiu muitas escolas, estradas, pontes etc. Na época tinha um alto falante na Igreja Assembléia de Deus, de manhã eram passados informações e avisos, os vereadores fizeram um projeto para tirar esse alto falante, trouxeram um dia vários documentos para ele assinar em sua mesa, na sua ingenuidade não leu e assinou, surgiu um descontentamento, membros foram reclamar com ele porque fez isso, ele falou eu não assinei, não li, não sabia, tentou reverter e os vereadores não abriram mão. Seu Izaias relembra que quando chegaram ao lado já estavam seu Paulo Gasparetto e sua esposa Marlene, também o Marechal chegaram em 1982. O Marechal foi um dos fundadores e o primeiro Presidente da Coopertuc, seu Izaias doou os tijolos para construção. Aqui fica o registro de alguns relatos contados por esse casal que continua e já contribuiu muito com esse município. Dona Delfina finalizou, “cada um tem a sua intensidade” o que é meu será. Viva , faça, doe, sempre o seu melhor, o que se planta colhe. A lei do retorno.  Por Mauri Vandir.

Dr. Veloso Prefeito 04 mandatos, Pesconi, Francival e saudoso Gerônimo Cabral ex prefeitos

Maguila ex prefeito









ATENÇÃO:Os comentários postados abaixo representam a opinião do leitor e não necessariamente do nosso site. Toda responsabilidade das mensagens é do autor da postagem.

Deixe seu comentário!

Nome
Email
Comentário
0 / 500 caracteres


Insira os caracteres no campo abaixo:


(94)99105 2029






Videos

ANIVERSARIANTES DO MÊS
  • PARABÉNS VANESSA!!! 07/09/2023
    Cidade: OURILÂNDIA DO NORTE - PA
  • NELSON 22-06
    Cidade: OURILÂNDIA DO NORTE - PA
  • GERMANO 25-04
    Cidade: OURILÂNDIA DO NORTE - PA
OUVINTE DO MÊS



Nenhum registro encontrado



Estatísticas
Visitas: 3045610 Usuários Online: 2055



Converse conosco pelo Whatsapp!
Copyright (c) 2024 - Jornal O Niquel - Todos os direitos reservados