Implantado pelo
Governo do Pará, espaço com 10 leitos clínicos recebe pacientes índios desde
o último sábado (6)
Ubirajara Sompré, apoiador técnico de saúde da
região, agradeceu a ala para os índios"Nós estamos precisando
bastante de atendimento de saúde. Já tivemos muito casos de novo coronavírus
e alguns guerreiros morreram, então agradecemos ao governo por essa
assistência". O relato é da indígena Tiramuiá Suruí, de 46 anos,
residente da Terra Indígena Sororó, no município de São João do Araguaia,
sudeste paraense, ao destacar a importância da ala exclusiva para indígenas
no Hospital de Campanha de Marabá, entregue no último sábado (6).
Mãe de dois filhos, Tiramuiá conta que já teve os sintomas da
Covid-19. "Senti dor de cabeça, canseira, meu marido até me ajudava a
andar. Agora fiquei satisfeita com mais essa ala para nós indígenas no
hospital de campanha, tem muitos índios doentes e internados ainda",
disse ao receber a equipe da Agência Pará em casa, na Terra Indígena Sororó.
Recuperada de Covid-19, Tiramuiá Suruí disse que
está satisfeita: "tem muitos índios doentes e internados ainda"Também morador da
aldeia, o indígena Waimon Suruí, de 41 anos, conta que os casos de
coronavírus na região preocupam. "É importante para nós essa parte da
saúde. Já teve alguns casos por aqui e um guerreiro nosso morreu. Até eu
estive doente, mas já me recuperei, então esse novo lugar no hospital vai
ajudar muito a gente", conta ele, que é pai de cinco filhos.
Para o apoiador técnico de saúde da região, Ubirajara Sompré, a nova
ala exclusiva, que conta com 10 leitos clínicos, vai ajudar no combate ao
novo coronavírus entre os indígenas do sudeste paraense.
Waimon Suruí, de 41 anos: "é importante para
nós essa parte da saúde"
"Nós temos uma dificuldade hoje, já que nossos anciões não podem
se locomover e estavam com medo de sair da aldeia. E com essa ala, exclusiva
para nós, fica mais fácil o acesso à saúde. Espero que não precisamos usá-la,
mas que a gente possa ter esse resultado quando precise. Ontem mesmo tivemos
um ancião que precisou da ala e foi muito bem atendido no Hospital de
Campanha de Marabá" - Ubirajara Sompré, apoiador técnico de saúde da
região
Cerca 400 indígenas divididos em seis comunidades vivem na Terra Indígena
Sororó.
Indígenas da região também receberam atendimentos
prestados do Corpo Militar de Saúde da Polícia Militar do EstadoApoio - O Corpo
Militar de Saúde da Polícia Militar do Estado também realiza atendimentos
para os indígenas da região. De forma prática, a equipe formada por médicos e
técnicos, oferece consultas médicas, visitas domiciliares aos indígenas
idosos, com dificuldade de locomoção ou com saúde frágil, e testes rápidos
para detectar a Covid-19.
A ação também leva às aldeias kits com medicamentos. As medidas têm
apoio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que faz a mediação
com os pacientes. Outra equipe que atua na região, formada por psicólogo,
enfermeiro, médicos e técnicos em enfermagem, também integra a força-tarefa.
No fim de maio, o Corpo Militar de Saúde da PM esteve na terra dos
Assurini, na zona rural de Tucuruí, também no sudeste paraense, levando
atendimento médico aos indígenas. Os militares forneceram produtos de higiene
e remédios para o tratamento da Covid-19, além de consulta médica para 105
indígenas, entre adultos, crianças e grávidas.
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