O presidente
Jair Bolsonaro (sem partido) revogou hoje a Medida Provisória 979, que permitia
que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, escolhesse reitores temporários
para as universidades e institutos federais. A decisão foi publicada em edição
extra do Diário Oficial da União. A revogação acontece menos de uma hora depois
de o presidente do Congresso e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), oficializar
a devolução da MP, alegando que o texto viola os princípios da Constituição
Federal que tratam da autonomia e da gestão democrática das universidades....
Desde 1988, só três MPs haviam sido devolvidas pelo Legislativo, nos governos
José Sarney, Lula e Dilma Rousseff. Jorge Oliveira, ministro da
Secretaria-Geral da Presidência da República, afirma que a revogação foi uma
recomendação de Alcolumbre atendida por Bolsonaro. A devolução também
encerraria a vigência do texto. No entanto, especialistas consultados pelo UOL
argumentam que a MP ainda poderia valer por ao menos dois meses, já que sua
edição cabe exclusivamente à Presidência da República.... Com a revogação
assinada pelo presidente, a MP deixa de valer a partir de hoje. A medida já
havia sido denunciada ao Supremo Tribunal Federal por um grupo de parlamentares
da oposição liderado pela deputada Margarida Salomão (PT-MG). Assim como
Alcolumbre, eles defendem que a MP era uma afronta à "autonomia
universitária e a Constituição Federal".