Pastor Milton Ribeiro durante palestra (Foto: Reprodução) (Foto: Jornal O Niquel)
Brasília – Após um grande
desgaste tendo que voltar atrás da nomeação do professor Carlos Alberto
Decotelli, que mentiu sobre os títulos de seu curriculum, e após consulta de
seis dos mais próximos membros do governo, o presidente Jair Bolsonaro nomeou,
nesta sexta-feira (10), o novo ministro da Educação. O convite foi aceito pelo
pastor presbiteriano Milton Ribeiro.
A nomeação do pastor da Igreja Presbiteriana e
professor doutor foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União. A
escolha agradou a Bancada Evangélica do Congresso Nacional e ministros
evangélicos do governo.
Milton Ribeiro é paulista, ligado à Universidade
Mackenzie e tem doutorado em Educação registrado no currículo. Sua indicação
foi feita pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Jorge
Oliveira, auxiliar de confiança de Bolsonaro. Antes da nomeação, ele conversou
apenas com seis dos mais próximos auxiliares.
O chefe do executivo usou seu perfil no Facebook
para anunciar a indicação para a pasta.
“Indiquei o Professor Milton Ribeiro para ser o
titular do Ministério da Educação,” escreveu. O presidente afirmou ainda que o
pastor é “doutor em Educação pela USP, mestre em Direito pela Universidade
Presbiteriana Mackenzie e graduado em Direito e Teologia”.
Bolsonaro também ressaltou que o evangélico é
membro da Comissão de Ética da Presidência, mandato do qual terá de abrir mão
para assumir a cadeira no Ministério da Educação (MEC).
Milton Ribeiro é pastor reverendo na Igreja
Presbiteriana de Santos, litoral de São Paulo, o que foi considerado como um
aceno ao grupo de evangélicos e à ala ideológica do governo, que cobravam um
nome conservador para dirigir o MEC.
Ele já havia sido nomeado por Bolsonaro, em maio de
2019, para a Comissão de Ética Pública ligada à Presidência da República. Foi a
primeira indicação feita pelo atual presidente para o colegiado, cuja função é
investigar ministros e servidores do governo. O mandato dele na Comissão de
Ética termina em 2022. Mas, para assumir, Milton Ribeiro vai abdicar do cargo
no colegiado.
Será o quarto ministro do MEC em um ano e meio de
governo Bolsonaro. Após Ricardo Vélez Rodríguez e Abraham Weintraub, o
economista Carlos Decotelli teve uma passagem relâmpago à frente da pasta. Ele
ficou menos de uma semana no comando do ministério e pediu demissão após
repercussão negativa sobre o fato de o seu currículo conter informações falsas
e a acusação de plágio em sua dissertação de mestrado.
Por Val-André
Mutran – de Brasília