“Uma linha de ação inicial para a regularização fundiária com os meios disponíveis, mesmo sem a aprovação do PL,” declarou (Foto: Flickr/Vice-Presidência da República) (Foto: )
Brasília – O
vice-presidente Hamilton Mourão, que preside o Conselho da Amazônia, declarou,
na última sexta-feira (10), que o governo pretende anunciar alternativas
iniciais de regularização fundiária, mesmo antes do Congresso votar Projeto de
Lei da Regularização Fundiária (PL 2633/2020) sobre o tema. A proposta estava
na pauta do Plenário, mas foi retirada em razão da falta de acordo com o
governo.
Mourão afirmou, após reunião com empresários, que a
ideia é utilizar as medidas possíveis para iniciar o processo e garantiu haver
base legal para a ação. “Isso vai ser anunciado com detalhes na semana que vem,
depois que o conselho aprovar,” disse o vice-presidente a jornalistas,
referindo-se ao Conselho da Amazônia.
“Uma linha de ação inicial para a regularização
fundiária com os meios disponíveis, mesmo sem a aprovação do PL”, declarou.
“Nós temos algumas áreas que a gente pode avançar e resolver os problemas das
pessoas que estão lá”.O deputado Marcelo Ramos (PL-AM), relator do projeto de
lei sobre a regularização fundiária, disse que não aceitará as mudanças
propostas pelo governo em seu texto. O projeto foi retirado da pauta de votação
do Plenário. Ramos divulgou a seguinte nota:
“Sobre a retirada de pauta do PL da Regularização
Fundiária (PL 2633/20), reitero que construí um acordo com vários segmentos da
sociedade. No entanto, alguns setores do governo desejam um projeto mais
flexível e com limites maiores. Não tenho como avalizar isso, razão pela qual
não aceitarei mudança no meu relatório, porque tenho compromisso com a garantia
de titulação, crédito e adesão a programas governamentais aos pequenos
produtores e agricultores familiares, com proteção ao meio ambiente e travas à
grilagem. Como amazonense, não posso me afastar disso.”
Deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM), relator do
projeto de lei sobre a regularização fundiária
O projeto resultou de uma medida provisória que
perdeu o prazo de validade sem ser votada, por falta de acordo. O deputado Zé
Silva (Solidariedade-MG) era o relator da MP e seu relatório foi transformado
no PL 2633/2020.
“Não votar o projeto significa que não terá regularização.
As queimadas, desmatamentos e invasões ilegais continuarão por não haver
segurança jurídica e todos permanecerão na ilegalidade. Perde a sociedade mais
uma vez quando não discutimos tecnicamente um assunto,” afirmou Zé Silva.