Os povos Kayapós de várias aldeias estão reunidos na Casa de
Apoio em Tucumã, realizando várias
reuniões, discutindo e reivindicando seus direitos. São duas pautas: 1-
Liberação dos recursos pagos pela VALE que estão bloqueados na Justiça. 2-
Protesto contra construção de uma base de apoio da ONG Floresta Protegida em
suas terras.
Após uma batalha judicial e ganho de causa em favor dos
Kayapós devido os impactos ambientais a empresa VALE deve pagar mensalmente um
valor de aproximadamente R$ 983. 284,00 aos Kayapós.
Em novembro de 2019 os Kayapós receberam um pagamento e, a partir daí,
tudo está atrasado, e as parcelas estão bloqueadas na Justiça. A VALE
apresentou os comprovantes de depósitos e afirma que está cumprindo com o que
foi determinado pela Justiça. Segundo informações os recursos estão bloqueados
porque os advogados dos Kayapós não entraram com petição de desbloqueio dos
recursos. Informações que agora o
processo está tendo andamento e agilidade segundo um Procurador Geral da
República e que no máximo em duas semanas os Procuradores em Brasília irão
julgar e liberar os recursos. O acumulado é de aproximadamente R$ 6 milhões
mais acréscimos de correção o que eleva esse valor. São aproximadamente 6 mil
Kayapós que tem esse direito. Já os Povos Xikrins estão recebendo regularmente.
A outra pauta é um protesto em relação a autorização pelo MPF
para que a ONG Floresta Protegida possa construir uma base de apoio no meio das
terras indígenas. Em reunião a maioria dos Kayapós está se opondo, somos
contra, agora que fundamos a nossa Cooperativa dos Kayapós, administrada por
nós e para nós, para que realmente possamos ter todos os recursos direcionados
em favor de nosso povo que vive há muito tempo uma verdadeira miséria, no meio
de tantas riquezas que temos. Há suspeitas de milhões de recursos que vem do
Fundo da Amazônia e do apoio de algumas entidades, artistas e atores
internacionais, muito pouco chega até as comunidades indígenas. Temos a FUNAI que
nos representa, não precisamos de base de ONG em meio a nossa floresta para
agora fazer de conta que nos ajudam. O que queremos é a Cooperativa Kayapó,
essa realmente é nossa e para nós. Temos vários projetos em andamente que se
tornarão uma realidade, vamos preservar a floresta em pé, trabalharemos com
Manejo Florestal Sustentável, PCHs, e outros, é isso que queremos e faremos,
afirmam.
Agradecemos profundamente João Gessi e o cantor Sérgio Reis
que nos apoiam de verdade, o Mauri da Associação Empresarial de Ourilândia do Norte, o Mizael, a vereadora Zulene a dona Clarice do Muiraquitã Hotel e demais pessoas. O novo Coordenador da FUNAI em Tucumã Sr. Raimundo
Neto veio para reorganizar tudo, fiscalizar, por ordem na casa e contribuir com
projetos para dar mais dignidade aos Kayapós.
Geraldo Fiscalização e Raimundo Neto novo Coordenador da FUNAI