Um grupo de índios Kayapó segue mobilizado em
Tucumã, no sudeste do Pará, aguardando uma resposta sobre o pagamento do
recurso referente a mitigações sobre o Projeto Onça Puma, localizado no
município de Ourilândia do Norte, também no sudeste do estado. Os indígenas
avisaram que se, até este sábado (18), não tiverem uma resposta positiva para
essa demanda, irão marchar para o empreendimento e vão fechar as atividades do
Onça Puma.
Em 2018, a mineradora foi condenada pelo Tribunal
Regional Federal (TRF), da Primeira Região, a pagar indenização de mais de
100 milhões de reais, valores devidos desde 2015, aos índios Xikrin e Kayapó,
impactados pelo projeto mineral. A justiça determinou que o pagamento da
indenização deve ser realizado mensalmente por meio de um salário mínimo por
indígena de cada comunidade.
Desde então, vem sendo travada uma batalha judicial
entre os índios e a Vale. A empresa vem depositando o valor em juízo. Ontem
(15), os índios Kaiapó fizeram manifestação em frente à sede da Fundação
Nacional do Índio (Funai) em Tucumã.
Foi realizada uma audiência por videochamada com
representantes da Funai, mas os índios não concordaram com o que foi colocado e
decidiram permanecer mobilizados em Tucumã até este sábado, aguardando a
resposta sobre uma data para o pagamento do valor. Eles adiantaram que, se não
tiverem uma resposta, irão para Ourilândia do Norte e vão paralisar as
atividades do projeto Onça Puma.
“Estamos aguardando desde o início deste ano por
esse pagamento. Até agora, estávamos esperando que a coisa fosse resolvida
pelas autoridades, como não resolverem, vamos fazer do nosso jeito”, avisou um
dos líderes indígenas.
Vale
diz vem cumprindo o acordo judicial celebrado
Em nota em enviada ao Blog, a Vale informa que vem
cumprindo integralmente acordo judicial. A empresa ressalta ainda que já
depositou aproximadamente R$ 100 milhões em juízo do valor acordado. Confirma
na integra a nota enviada pela Vale.
A Vale tem cumprido integralmente ordem judicial e
depositando em juízo o valor acordado. Até o momento, a empresa já depositou
aproximadamente R$ 100 milhões. Importante esclarecer que a aplicação do
recurso deve respeitar a decisão judicial e o Termo de Ajuste de Conduta (TAC)
celebrado entre as associações indígenas e Ministério Público Federal, que
prevê a prestação de contas dos recursos, como um mecanismo para garantia da
sua aplicação em ações e atividades de bem-estar e de desenvolvimento das
comunidades indígenas beneficiadas, o que não vem sendo cumprido, infelizmente.
A Vale reforça seu respeito e parceria ao
Povo Kayapó e destaca que está implantando o Plano Básico Ambiental do
Componente Indígena junto ao Povo Kayapó, com um custo anual de cerca de R$ 7
milhões. A empresa está engajada no diálogo com as comunidades e já
solicitou ao poder judiciário uma audiência de conciliação para tratativas de
resolução do processo judicial. (Tina Santos)
Os Xikrin estão recebendo regularmente, já os povos
Kayapós receberam apenas uma parcela em novembro e desde então, nada mais, já
são 06 meses de atraso, aproximadamente o valor mensal é de R$ 983,254,00
acumulados quase R$ 6 milhões fora a correção.