A decisão prorroga a ação dos
militares na comunidade indígena, localizada em São Félix do Xingu, no sul do
Pará, até outubro, podendo ser ainda prorrogado se for necessário. A Guarda
Nacional dá apoio ao cumprimento do processo de desintrusão para retirar da
reserva ocupantes não índios
Através de portaria publicada ontem (27), no Diário
Oficial da União, o Ministério da Justiça e Segurança Pública prorrogou por
mais 90 dias a presença da Força Nacional de Segurança Pública em apoio às
ações da Fundação Nacional do Índio (Funai) no processo de desintrusão da Terra
Indígena Apyterewa, no município de São Félix do Xingu, no sul Pará. A portaria
tem validade de 26 de julho até 23 de outubro, podendo ser prorrogada
novamente.
De acordo com o documento, a operação terá o apoio
logístico da Funai, que deverá dispor da infraestrutura necessária à Força
Nacional. A quantidade de militares a ser disponibilizada obedecerá ao
planejamento definido pelo ministério.
A desintrusão é uma medida jurídica que garante os
direitos territoriais indígenas, autorizando a retirada de ocupantes não
índios. A Terra Indígena Apyterewa é um território de ocupação tradicional do
povo Parakanã, homologado por decreto presidencial em 19 de abril de 2007.
A região faz parte do complexo de terras indígenas
afetadas pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte e sua regularização fundiária,
incluindo a retirada dos ocupantes não indígenas, é uma das condicionantes
governamentais presentes no processo de licenciamento ambiental do
empreendimento. Mesmo regularizada, apenas 20% de sua superfície de 773 mil
hectares está sob a posse dos indígenas.
Desde 2011, a Funai mantém na área a Operação
Apyterewa, com o objetivo de realizar a regularização fundiária e retirada de
não índios da terra indígena, promovendo o pagamento de indenizações aos
ocupantes de boa-fé. Em janeiro deste ano, o Ministério Público Federal (MPF)
recomendou a retomada da operação e alertou que a terra indígena é a segunda
mais desmatada no Brasil, apesar de ter sido reconhecida e declarada em 2004
para posse e usufruto exclusivo do povo Parakanã.
(Tina Santos – com informações
da Agência Brasil).