Começa nesta segunda-feira (5) o cadastramento dos
usuários para utilização do Pix, solução de pagamento instantâneo criada
pelo BC (Banco Central) e que proporciona a realização de transferências e
pagamentos de forma rápida e prática, com valores transferidos caindo na conta
do destinatário em questão de segundos.
Vale ressaltar que o que começa hoje é o
cadastramento, e não o funcionamento sistema de pagamento instantâneo em si,
que só se inicia no dia 16 de novembro.
Para o especialista em tecnologia e tendências, e
professor convidado da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Arthur Igreja, a criação
do Pix é um “lembrete” do quanto nosso sistema bancário é atrasado.
Para ele, na verdade, a ferramenta traz o que já
deveria estar sendo usado, a fluidez e a praticidade. “O Pix é algo fantástico.
Vai reduzir custos e burocracia, agilizará processos e viabilizará
micropagamentos. E, acima de tudo, teremos menos circulação de moeda”, avalia o
professor.
Chave Pix
Entre as diversas vantagens da plataforma, a
possibilidade de realizar pagamentos em estabelecimentos comerciais por meio de
QR Codes, que devem ser escaneados pelo celular, e “chave Pix”, é fator
principal.
Mas, o que é exatamente a “chave Pix”? De acordo
com o Banco Central, a chave é um ‘apelido’ para identificar sua conta. “Ela
representa o endereço da sua conta no novo sistema. Os quatro tipos de chaves
que você pode utilizar são CPF/CNPJ, e-mail, número de telefone celular ou
chave aleatória”, afirma.
Ou seja, para realizar uma transação, não serão
mais necessárias informações como número de agência, conta e CPF — basta ter um
QR Code ou a chamada “chave Pix”, que pode ser o número de CPF ou de celular,
um endereço de e-mail ou até mesmo uma combinação escolhida pelo usuário.
A chave vincula um desses dados básicos às outras
informações que identificam a conta do cliente, como identificação da
instituição financeira ou de pagamento, número da agência, número da conta e
tipo de conta — poupança ou corrente.
Como fazer o cadastro
O cadastro para utilização do Pix poderá ser
realizado por meio de um dos canais de acesso da instituição em que você possui
conta, inclusive aplicativo instalado no smartphone.
“Para fazer o registro, você precisará confirmar a
posse da chave (número de CPF ou de celular, um endereço de e-mail ou até mesmo
uma combinação escolhida pelo usuário) e vinculá-la a uma conta para
recebimento dos recursos”, afirma o Banco Central.
Para confirmação da posse da chave, sua instituição
enviará um código por SMS para o número de telefone celular que você quer
utilizar como chave (ou para o e-mail que se quer utilizar como chave, se for o
caso).
“Esse código deverá ser inserido no canal de acesso
disponibilizado por sua instituição financeira ou de pagamento, mediante
autenticação digital apropriada, como solicitação de senha, biometria ou
reconhecimento facial, por exemplo. A confirmação não pode ser efetivada por
contato telefônico nem por link enviado por meio de SMS ou por e-mail”, reitera
o BC.
Como se proteger de golpes
Apesar do cadastro ter início apenas hoje, alguns
bancos e instituições financeiras já disponibilizaram o pré-cadastro em suas
plataformas digitais. No entanto, criminosos que buscam roubar dados sensíveis
da população se aproveitam da situação para aplicação de golpes.
O mais comum é o “phishing”, ou pescaria digital.
De acordo com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), a forma mais comum
de ataque são as mensagens e e-mails falsos que induzem o usuário a clicar em
links suspeitos. No caso do Pix, o golpe induz os clientes a acharem que estão
realizando o cadastro, quando, na verdade, estão acessando páginas ou links
falsos.
Para a Febraban, o ideal é sempre verificar se o
endereço da página de internet está correto. “Para garantir, não clique em
links, digite o endereço no navegador. Nunca use computadores públicos para
comprar algo no comércio virtual e não repasse a outra pessoa nenhum código
fornecido por SMS ou imagem de QR Code enviado para autenticar alguma operação”,
explica.
O especialista Arthur Igreja reforça que confirmar
com as instituições financeiras se aquelas informações procedem é importante.
Para ele, deve partir também do usuário a atitude
de apurar o conteúdo divulgado e “não sair clicando em qualquer link”. “Atenção
e cuidado ao extremo são sempre importantes. As tentativas de fraudes virtuais
são constantes e crescentes, pois o dinheiro, cada vez mais, é digital. A
principal chave para a fraude tem mais a ver com a engenharia social (a forma
como a pessoa usa as aplicações) do que com falhas sistêmicas”, completa
Igreja.
(noticias.r7.com)