Militares desembarcaram em Ourilândia do Norte nesta terça e seguem até dia 24. (Foto: Wesley Costa / Fato Regional) (Foto: )
No contexto da
Operação Covid-19, os ministérios da Defesa e da Saúde deflagraram uma ação
conjunta, a “Missão Kayapó”. Mais de 60 pessoas foram mobilizadas, sendo 26
profissionais de saúde nas áreas de pediatria, ginecologia e obstetrícia,
clínicos geral, médicos veterinários, enfermeiros e técnicos de enfermagem, de
laboratório e de veterinária. A expectativa é beneficiar mais de seis mil
indígenas das aldeias Turedjam, Kikretum, Kokraimoro, Moikarako, Aukre,
Kubenkrãnkrehn e Gorotire, da Terra Indígena Kayapó, no sul do Pará.
As ações de
apoio são no Polo Base de Ourilândia do Norte. Nesta terça-feira (17), seguiram
profissionais de Saúde, equipamentos de proteção individual (EPI), materiais,
medicamentos, vacinas e testes para detectar o coronavírus sars-cov-2, que
provocou a pandemia de covid-19. Marinha, Exército e Força aérea Brasileira
(FAB) vão executar as ações no período de 17 a 24 de novembro Mais de três
toneladas de insumos foram encaminhadas à região em uma aeronave da Força Aérea
Brasileira (FAB).
“Vamos atender uma
série de aldeias isoladas, que estão precisando do nosso apoio. É a segunda vez
que voltamos ao Pará, uma vez que já estivemos em Tiriós, no noroeste do
estado. O Ministério da Defesa e o Ministério da Saúde, por meio desta ação
interministerial, cumprirão aquilo que nos determinamos, que é levar saúde,
orientação, meios, insumos e medicamentos a comunidades indígenas aldeadas”,
declarou o secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da
Defesa, General Manoel Luiz Narvaz Pafiadache.
O coordenador
administrativo da missão, Tenente-Coronel Klaus Raylen Tavares Rêgo, explica
que além de levar saúde a comunidades isoladas, a “Missão Kayapó” tem o
objetivo de mitigar os impactos da pandemia de covid-19. “Nossa intenção nesta
missão interministerial é atender o maior número de índios da etnia Kayapó no
apoio à saúde e conscientização no enfrentamento à Covid-19” nas aldeias”, ressaltou.
Militares comentam o desafio da missão
Participando da
primeira missão humanitária, a segundo-tenente Thamires dos Santos Veras,
médica do Esquadrão de Saúde de Alcântara, no Maranhão, pretende desempenhar
trabalho em equipe com todos os participantes da operação. “É um desafio muito
grande. Estou de coração aberto para ajudar”, afirmou. Sentimento compartilhado
pelo terceiro-sargento Alisson Bruno da Silva, técnico em enfermagem na mesma
organização militar. “Estou ansioso. Quero aplicar meus conhecimentos e também
aprender mais sobre a cultura indígena. Quero ser útil e acredito que voltarei
com uma bagagem de conhecimentos e ao mesmo tempo de contribuição à comunidade
Kayapó.
Para a capitão
Thais Cristina de Lima Matos Negrão, médica pediatra do Hospital de Aeronáutica
de Belém, fazer parte desta missão é um desafio. “Já atuei como pediatra em
diversas missões pela FAB, mas esta experiência de apoio assistencial à
população indígena é enriquecedora, em especial quando se trata da atenção
integral à saúde da criança. Sinto-me motivada, pois no cuidado
multidisciplinar nessas comunidades devemos compreender e respeitar a cultura e
a religiosidade dos índios”, disse.
Missão será desafio para 60 militares que vão
atender as aldeias da Terra Indígena Kayapó. (Foto: Wesley Costa / Fato
Regional)
Os militares da
missão pernoitarão, até o dia 24 de novembro, na Base em Ourilândia do Norte.
Se deslocarão, diariamente, às aldeias, por meio de helicópteros e viaturas das
três Forças. A Operação conta também com apoio da Secretaria Especial de Saúde
Indígena (Sesai), da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Distrito Sanitário
Especial Indígena (DSEI).
Sobre a “Operação Covid-19”
O Ministério da
Defesa ativou, em 20 de março, o Centro de Operações Conjuntas, para atuar na
coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas no combate à
pandemia de covid-19. Nesse contexto, foram ativados dez Comandos Conjuntos,
que cobrem todo o território nacional, além do Comando de Operações
Aeroespaciais (COMAE), de funcionamento permanente. A iniciativa integra o
esforço do governo federal no enfrentamento à pandemia.
As demandas
recebidas pelo Ministério da Defesa, de apoio a órgãos estaduais, municipais e
outros, são analisadas e direcionadas aos Comandos Conjuntos para avaliarem a
possibilidade de atendimento. Dependendo da complexidade da solicitação, tais
demandas podem ser encaminhadas ao Gabinete de Crise, que determina a melhor
forma de atendimento.
(Fonte: Ministério
da Defesa