"E o futuro é uma astronave, Que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade
Nem tem hora de chegar.
[...] Nessa estrada não
nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar”.
(Trecho da música "Aquarela”)
Composição:Maurizio
Fabrizio/Guido Morra/Toquinho/Vinícius de Moraes.
Alguma vez você já parou pra pensar
que a modalidade de aula "não presencial" seria generalizada um
dia? Pois é, eu também nunca havia
refletido de forma mais específica sobre essa modalidade de ensino. No entanto,
a Pandemia do novo Corona vírus (Covid-19) chegou e parou o mundo, trazendo uma
nova visão e uma nova concepção acerca dos recursos digitais e da tecnologia em
geral. O mundo, gradativamente está se adaptando às aulas remotas; os
profissionais da educação de todas as modalidades de ensino, dos diferentes
níveis e segmentos estão se movimentando em busca de adequações metodológicas
pra fazer com que o processo de ensino-aprendizagem aconteça com a melhor
qualidade possível.
Toda essa realidade vivenciada no decorrer do ano letivo de 2020 colocou em evidência a capacidade que os
seres humanos têm de se adaptarem às circunstâncias. Vimos as famílias se
empenhando em providenciar as ferramentas digitais necessárias para que seus
filhos possam ter acesso às aulas e aproveitar o máximo possível. E desse modo,
percebemos o quanto somos dependentes uns dos outros e reconhecemos a importância
da coletividade. Percebemos também o quanto a tecnologia digital está cada vez
mais interferindo diretamente no modo de vida das pessoas e principalmente nas
relações de trabalho. Observe que agora as redes sociais que os pais procuravam
manter distante de seus filhos, se tornou uma das principais ferramentas pra para
estudar. E, se antes já havia o dever de monitoramento dos filhos em relação ao
uso da internet, o momento atual requer que seja redobrada essa atenção para
que esses recursos venham realmente ser produtivo e benéfico às nossas crianças
e adolescentes.
O intuito aqui, não é sugerir que o pai, a mãe ou o responsável renuncie
seus compromissos profissionais em função do monitoramento de seus filhos, mas
a ideia é que cada responsável se
aproprie dos recursos disponíveis; na própria internet há recursos que
possibilita a intervenção no sentido de desenvolver a disciplina no que diz
respeito ao uso da internet. E, de acordo com as possibilidades financeiras de
cada um, se encontra disponível também profissionais da educação que oferecem
atendimento educacional individualizado, podendo ser até mesmo domiciliar.
Outra opção boa é a elaboração de uma rotina fixa estruturada para a criança ou
adolescente direcionar seu dia a dia em casa; se não for possível preparar
sozinho, peça ajuda a um profissional, nesse momento tudo é válido para motivar
e estimular o desenvolvimento dos filhos.
Ressaltamos que, com a adesão às
aulas remotas os recursos digitais ganharam mais espaço e maior força meio
educacional, porém, jamais devemos abrir mão dos recursos didáticos materiais
como: lápis, caneta, caderno, livros didáticos, livros literários, jogos,
brinquedos lúdicos e etc. Estes continuam sendo úteis e significativos no processo de aprendizagem. O
ideal é cada família disponibilizar esses recursos às crianças e adolescentes,
deixando sempre ao alcance deles, pois assim, em algum momento eles se sentirão
atraídos pelo material e espontaneamente será despertado para usá-lo.
Nesse longo período de Pandemia, os pais assumiram o papel de "professor
adjunto" desempenharam com destreza a função de ensinar seus filhos e participaram
das atividades escolares de forma ativa e direta. E nessa perspectiva, a casa
se tornou um ambiente escolar, um verdadeiro espaço de aprendizagem, por isso,
deve estar organizado devidamente, propiciando todas as condições possíveis
para que a evolução da aprendizagem seja satisfatória e eficaz.
Entendo que as aulas remotas precisam de recursos tecnológicos, mas
também precisam de outros recursos materiais didáticos não digitais, pra que realmente atenda a expectativa de
produção de conhecimento significativo. O uso dos recursos digitais associado
ao uso de materiais didáticos não digitais, além de reunir conteúdos úteis, reproduzem e reforçam os valores éticos
sociais causando um efeito relevante no processo de sociabilização dos alunos
com suas respectivas ferramentas de estudos. E é nisso que consiste a
necessidade de monitoramento e intervenção dos pais no sentido de orientar os
filhos quanto ao uso dos recursos disponíveis a eles, pois "É sabido que a
relevância de qualquer material didático só existe pelos usos que se fazem
dele" (MANTOVANI, 2009, p. 23).
é
preciso que os profissionais da educação, assim como os pais ou
responsáveis pelos alunos, estejam cada vez mais preparados pra assumir o
seu papel de intermediador no processo
de aprendizagem dos alunos.
Para concluir essa linha de
pensamento, vos convido a fazer uma autoavaliação visando o redirecionamento
das ações educativas promovidas em casa. Estamos prestes a iniciar as
atividades escolares desse ano letivo de 2021, e até agora o que sabe é que as
aulas continuarão acontecendo remotamente, pelo menos neste primeiro semestre. Considerando
que O ministro da Educação, Milton Ribeiro, homologou o Parecer nº 19, do
Conselho Nacional de Educação (CNE), que estende até 31 de dezembro de 2021 a
permissão para atividades remotas no ensino básico e superior em todo o país;
diante disso, é válido tanto os profissionais da educação quanto os pais/responsáveis
fazerem uma autoavaliação minuciosa e
criteriosa acerca das suas ações e intervenções pedagógicas, reavaliarem os
aspectos positivos e negativos para não correrem o risco de repetirem os mesmos
erros. Sabe-se que os erros também podem contribuir para qualquer aprendizagem, porém, isso só é
possível quando há desejo de inovação e adequação por parte de todos os
sujeitos envolvidos no processo de ensino aprendizagem. Que este ano de 2021
seja um ano de muita evolução no setor educacional, que possamos redobrar
nossos esforços para acertar mais e errar menos. Que ESCOLA e FAMÍLIA possam
reforçar a parceria e fazer a diferença. Sucessos a todos.
Abraços!
Psicopedagoga/professora Elian
Morais