“Onde é que nós vamos parar? Será que
o governo federal vai ter que tomar uma decisão antes que isso aconteça? Será
que a população está preparada para uma ação do governo federal dura no tocante
a isso?”, disse Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro sinalizou nesta
sexta-feira (19), que o governo federal vai acabar passando por cima de medidas
que vêm sendo tomadas por governadores e prefeitos para conter o avanço da
covid-19.
“O caos vem aí. A fome vai tirar o pessoal de casa.
Vamos ter problemas que a gente nunca esperava ter, problemas sociais
gravíssimos”, declarou Bolsonaro. “Onde é que nós vamos parar? Será que o
governo federal vai ter que tomar uma decisão antes que isso aconteça? Será que
a população está preparada para uma ação do governo federal dura no tocante a
isso?”
Em seguida, Bolsonaro tratou de afirmar que o que
pretende fazer não configura ditadura. “Não é ditadura, não, uns hipócritas
falando em ditadura o tempo todo, uns imbecis”, disse. Porém, em seguida, o
presidente admitiu uma possibilidade deste regime no Brasil: “Agora, o terreno
fértil para a ditadura é exatamente a miséria, a fome, a pobreza.”
Ainda sobre o tema, Bolsonaro acionou na noite de
ontem o Supremo Tribunal Federal para derrubar os decretos estaduais da Bahia,
do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul, que determinaram toques de recolher
para frear a covid. No DF, a medida vigorará até a próxima segunda-feira (22).
Na avaliação de Bolsonaro, os decretos afrontam as
garantias estabelecidas na Declaração dos Direitos de Liberdade Econômica e ‘subtraíram
parcela importante do direito fundamental das pessoas à locomoção, mesmo sem
que houvessem sido exauridas outras alternativas menos gravosas de controle
sanitário’.
“Tendo em vista o caráter geral e incondicionado
dessas restrições à locomoção nos espaços públicos, elas podem ser enquadradas
no conceito de “toque de recolher”, geralmente associado à proibição de que
pessoas permaneçam na rua em um determinado horário. Trata-se de medida que não
conhece respaldo legal no âmbito do ordenamento jurídico brasileiro”, registra
a ação assinada pelo próprio presidente.
Na ação direta de
inconstitucionalidade (ADI) ao Supremo Tribunal Federal , Bolsonaro pede ainda
que o Supremo estabeleça que ‘mesmo em casos de necessidade sanitária
comprovada, medidas de fechamento de serviços não essenciais exigem respaldo
legal e devem preservar o mínimo de autonomia econômica das pessoas,
possibilitando a subsistência pessoal e familiar’. (da redação A Noticia com informações de CNN e G1)