Publicado em 20/03/2021 - 02:15 Por Agência Brasil - Brasília Atualizado em 22/03/2021 - 03:45 (Foto: )
Após ter o lançamento adiado por 24
horas em decorrência de uma falha técnica, o nanossatélite brasileiro
NanoSatC-Br2 foi lançado com sucesso nesta segunda-feira (22), às 3h07, a
partir do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão. A desacoplagem do foguete Soyuz-2.1A
- que leva no total 38 satélites, sendo o maior da Coreia do Sul - deve
acontecer por volta de 7h (horário de Brasília).
O lançamento do NanoSatC-Br2 foi
transmitido ao vivo pela TV Brasil e pela Agência
Brasil.
Atraso por falha
Segundo informou a agência espacial
russa Roscosmos - responsável pela missão -, uma avaria no foguete Soyuz que
transportava 38 satélites, entre eles o brasileiro, foi identificada pelo corpo
técnico do cosmódromo momentos antes do lançamento, na madrugada de sábado
(20).
"Esses atrasos são muito comuns.
Anomalias climáticas ou outros eventos que podem influenciar no lançamento
estão sempre sendo monitorados. É uma pena, mas o processo todo requer muita
segurança", afirmou Michele Melo, assessora de Inteligência da Agência
Espacial Brasileira (AEB), durante o programa especial da TV Brasil sobre
o lançamento adiado.
Na ocasião, o ministro de Ciência,
Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, frisou a importância das medidas e
checagens de segurança durante as missões. "Segurança em primeiro lugar,
sempre!", afirmou o ministro.
Sobre o NanoSatC-Br2
Nanossatélite NanoSatC-Br2, por INPE - Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais/Divulgação
De dimensões modestas, o NanoSatC-Br2
pesa apenas 1,72 quilograma. Com 22 centímetros (cm) de comprimento, 10 cm de
largura e 10 cm de profundidade, o satélite é menor que uma caixa de sapato. A
principal missão do equipamento é monitorar a anomalia magnética do Atlântico
Sul - fenômeno natural causado pelo desalinhamento do centro magnético da Terra
em relação ao centro geográfico, característica que atrapalha a captação de
imagens e transmissão de sinais eletromagnéticos numa determinada faixa do céu
-, mas ele também servirá de ferramenta de pesquisa para estudantes de diversos
campos: engenharia, aeronomia, geofísica e áreas afins.
O projeto é um esforço conjunto do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), da Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul e da Agência Espacial Brasileira
(AEB). O NanoSatC-Br2 ficará situado a cerca de 500 quilômetros de altitude -
na camada da atmosfera chamada Ionosfera - e fará uma órbita polar
héliossíncrona, ou seja, o NanoSatC-Br2 cruzará a circunferência entre Polo
Norte e Polo Sul, mas sempre no mesmo ponto em relação ao Sol, em ciclos
constantes.
O custo estimado do NanoSatC-Br2 -
entre desenvolvimento, lançamento e operação - é de cerca de R$ 1 milhão, de
acordo com Michele Melo, assessora de Inteligência da Agência Espacial
Brasileira (AEB).
O nanossatélite permitirá a
capacitação de profissionais em diversos campos relacionados à ciência e
tecnologia. "Os alunos vão ajudar na operação do nanossatélite. O contato
principal é depois de o equipamento lançado. Eles vão obter os dados
científicos que estão chegando à Terra. O fato de os alunos terem esse contato
na graduação é fantástico porque eles conhecem como funcionam o mercado de
satélite e todo o processo que envolve a fabricação e aquisição de
equipamentos, lançamento e operação dele no espaço," afirmou o professor
Eduardo Escobar Bürger, da UFSM.
Missão conjunta
O lançamento do NanoSatC-Br2 é fruto
da parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, a AEB e a
Roscosmos - a agência espacial russa. O satélite brasileiro é um dos 38
dispositivos que estão carregados no foguete Soyuz-2.1A que parte hoje do
Cazaquistão. A missão envolve Brasil, Rússia e outros 16 países - a maior
parceria aeroespacial internacional para lançamentos de satélite registrada até
hoje.
*Matéria atualizada às 3h25 para
atualizar informações sobre o lançamento do NanoSatC-Br2.
Edição: Pedro Ivo de Oliveira