Publicado em 06/04/2021 - 00:26 Por Agência Brasil - Brasília (Foto: )
Em entrevista hoje (5), o ministro
das Comunicações, Fábio Faria, falou sobre o que considera que será seu legado
para os próximos 10 anos: a implementação do padrão da nova geração de internet
(5G) no Brasil.
“Temos um deserto digital muito
grande. São 45 milhões de brasileiros sem acesso à internet. Estamos aproveitando o leilão 5G para diminuir esse deserto digital e,
até 2028, vamos levar internet para todos os brasileiros”. O ministro afirmou
que a missão de conexão de todos os brasileiros é um esforço conjunto e uma
exigência do governo.
Faria também foi questionado sobre
assuntos políticos diversos, como a atual composição do governo, o papel da
comunicação e da imprensa na atual gestão, mudanças políticas e sobre o cenário
que acredita que será o palco das eleições federais de 2022.
Sobre as recentes mudanças na
estrutura política, e as mudanças de comando nas Forças Armadas, Faria afirmou
que há continuidade no projeto democrático do atual governo federal e que
especulações sobre ingerência ou interferência política nos comandos militares
são infundadas.
Sobre a troca efetuada pelo
presidente Jair Bolsonaro no comando do Ministério da Defesa e a consequente
mudança no comando da Marinha, Força Aérea e Exército, Faria afirmou que não há
qualquer razão para preocupação. Faria explicou que o processo faz parte da
tradicional hierarquia militar, que geralmente organiza posições de comando
pelo critério de antiguidade.
“É normal que os comandantes das
Forças sejam mais jovens do que o ministro da Defesa. Foram trocas consensuais.
O ministro Braga Netto é mais moderno. Os três antigos comandantes e os três
novos comandantes estarão presentes na troca para demonstrar que há total
harmonia no processo. Não muda em nada o respeito à democracia”, explicou.
Eleições 2022
Sobre política e a previsão do
cenário eleitoral de 2022, Faria afirmou “Lula ainda não está na vitrine”.
Segundo o ministro, o presidente Jair Bolsonaro tem plena consciência de que
haverá um embate político que poderá levar ao segundo turno em 2022, seja
contra Lula ou contra o adversário escolhido pela oposição. “O presidente
Bolsonaro sempre soube que iria enfrentar o PT em 2022 em segundo turno. Não
mudou nada”, afirmou.
“O presidente Bolsonaro foi anti-PT e
derrotou grandes políticos. Agora, temos um governo que realizou muita coisa.
As pessoas estão preocupadas com a pandemia e as pessoas não querem saber de
política, querem saber quando vão se vacinar.”
Legado
O ministro revelou também o que
considera o pior momento de sua atual gestão: os momentos iniciais frente ao
Ministério das Comunicações - quando, segundo Faria, havia grande atrito entre
os poderes.
Sobre o ápice de sua carreira como
ministro, Faria afirmou que a entrega do edital do leilão da tecnologia 5G para
o Tribunal de Contas da União (TCU) foi o momento mais marcante. Fábio Faria
disse ainda que seu legado será o 5G no Brasil, a ampliação da conectividade em
áreas remotas e a expansão de diálogo em um Brasil “amplamente dividido.”
Responsável pela pasta desde 17 de
junho de 2020, o ministro está a frente das negociações para a implementação da
nova geração de internet no Brasil e trabalha como consultor do assunto na
comissão especial do 5G no Congresso. Ele está, ainda, no comando de estatais
incluídas no Plano Nacional de Desestatização (PND) do governo federal. Fábio
Faria é considerado figura estratégica na articulação política do governo com o
Legislativo e também é avaliado como apaziguador de eventuais conflitos entre
os Poderes.
Fábio Faria foi entrevistado na
estreia do novo formato do programa Sem Censura, que foi ao ar nessa segunda-feira
(6) na TV Brasil, sob o comando da jornalista Marina Machado.
Em suas considerações finais, Faria relembrou o histórico do Sem
Censura, que desde 85 coloca temas de interesse público em debate.
Fábio Faria foi entrevistado pelos
jornalistas Marianna Holanda, do Estadão, e por Fábio Murakawa,
do Valor Econômico, sobre a atual conjuntura política, mudanças no
governo e sobre a articulação do governo antes e durante a pandemia de
covid-19.
Edição: Fábio Massalli