Haydeé Marinho, da Semas, com Puyr Tembé e outros participantes do Conselho Estadual de Política IndigenistaFoto: Divulgação (Foto: )
Por Bruna Brabo (SECOM)
A partir de um
constante diálogo, que garante a participação dos povos indígenas na elaboração
de políticas públicas socioambientais, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente
e Sustentabilidade (Semas) reafirma neste Dia do Indígena – 19 de Abril a
importância do apoio aos povos tradicionais que vivem no território paraense.
Integrante da
Federação dos Povos Indígenas do Pará, Puyr Tembé, do Povo Tembé, ressalta a
importância da atuação da Semas para os povos indígenas. “A Semas é um órgão
executor de políticas públicas, um órgão que tem o dever de proteger os
territórios indígenas. Proteger, cuidar, fazer a defesa do meio ambiente. Meio
ambiente não se trata só da floresta, mas sim de vidas, da biodiversidade que
nela vive. Eu acho que a Semas tem esse papel fundamental. A Semas, pra nós, é
importante porque ela também compõe o Conselho Estadual de Política
Indigenista, que cumpre esse papel de construir junto aos povos indígenas as
políticas públicas”, avalia Puyr Tembé.
Puyr Tembé destaca a importância do trabalho
realizado pela Semas (foto antes da pandemia)Foto: Arquivo /
Ag. Pará
“O governo do
Estado, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, está à frente para
desenvolver políticas que envolvem não só mudanças climáticas, mas o
desenvolvimento sustentável e, a partir daí, ter uma visão integral e integrada
da questão da economia, da produção, do acolhimento às políticas ou demandas
das comunidades tradicionais, dos indígenas e dos quilombolas. Transformar isso
tudo em uma política integrada e coordenada é o nosso objetivo”, afirma o
titular da Semas, Mauro O’de Almeida.
Por intermédio da
Diretoria de Gestão Socioeconômica (DGSOCIO), a Secretaria articula políticas
socioambientais aliadas à gestão socioeconômica, dialogando com povos indígenas
e apoiando a criação de câmaras técnicas, como a Câmara Técnica de Equidade,
Igualdade de Gênero e Mudanças Climáticas, instituída pelo Comitê Executivo do
Fórum, composto por 15 instituições.
Conhecimento
tradicional - Os povos indígenas também contribuem com conhecimento
tradicional na elaboração da Política Estadual de Recursos Hídricos (PERH). Em
2019, foram realizadas Oficinas Colaborativas de Povos Indígenas, Quilombolas e
Comunidades Tradicionais para a contribuição dos conhecimentos tradicionais na
gestão dos recursos hídricos e bacias hidrográficas do Pará.
“O papel da Semas é
executar as políticas ambientais do Estado, e o da DGSOCIO é articular as
políticas socioambientais junto ao componente social e à gestão socioeconômica.
Para isso, dialoga com os povos indígenas, apoiando-os na instituição de
Câmeras Técnicas, como as do Clima, junto ao Fórum Paraense de Mudanças
Climáticas, onde povos indígenas possuem cadeira, assim como na realização de
oficinas colaborativas para a inserção de conhecimento etnoecológico na
elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos”, informa Haydeé Marinho,
diretora da DGSOCIO.
A população
indígena no Brasil, segundo o censo demográfico 1991/2010, do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 817.963, somando os
residentes em áreas urbanas e áreas rurais. Segundo dados de março de 2021 da
Fundação Nacional do Índio (Funai), há 680 terras indígenas demarcadas no País,
sendo 443 áreas com processos de demarcação homologados ou regularizados, e 237
áreas cujos processos de estudos, delimitações e declarações de áreas ainda não
estão finalizados. Isso representa 13,75% do território brasileiro. Desse
percentual, 54% estão na região Norte.
Regulariza Pará - O Programa
Regulariza Pará, um dos pilares do Plano Estadual Amazônia Agora, realiza o
cruzamento da base de dados do Sistema de Cadastro Ambiental Rural do Pará
(Sicar) em conformidade com dados da Funai. Os técnicos fazem o levantamento do
quantitativo de cadastros, total ou parcialmente sobrepostos a áreas restritas
de povos e comunidades tradicionais, unidades de conservação e terras indígenas
homologadas, atuando em parceria com os órgãos gestores destes territórios.
A partir desta
análise, a Semas pode agir por meio de notificações, suspensões e cancelamentos
dos cadastros, de acordo com o percentual de sobreposição apresentado no
diagnóstico. Já são 326 CARs cancelados e 49 suspensos em terras indígenas
homologadas.