Senador Paulo Rocha propõe que valores à pagar sejam incorporados ao saldo devedor (Foto: )
Brasília – Com o objetivo
aliviar as dificuldades financeiras dos beneficiários do Minha Casa Minha Vida
(MCMV) devido os efeitos da pandemia do novo coronavírus, o senador Paulo
Rocha, líder do PT no Senado, apresentou um projeto de lei (PL 1.388/2021)
que suspende, pelo prazo de seis meses, o pagamento das parcelas do
financiamento imobiliário do programa. A proposta apresentada na quarta-feira
(14) na Mesa Diretora do Senado e aguarda designação de relator.
Segundo o texto do projeto, os valores não pagos
serão incorporados ao saldo devedor, sem juros ou multas, e diluídos nas
parcelas remanescentes do contrato, em período não inferior a 3 (três) anos,
contados a partir do fim da suspensão dos pagamentos.
Fica vedada a inclusão de mutuário em qualquer
cadastro de inadimplentes em função da suspensão de pagamentos de que trata o
caput.
O texto também proíbe a inclusão de mutuário em
qualquer cadastro de inadimplentes em função da suspensão de pagamentos.
Na justificativa da matéria, o autor explica que os
efeitos econômicos sentidos durante a pandemia do novo coronavírus — como
aumento do desemprego e a queda de renda das famílias — afetam boa parte dos
beneficiados pelo programa. Desta forma, o adiamento das parcelas proporcionará
um “alívio” no orçamento doméstico.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra por
Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE mostram que 14 milhões estão desempregados
no país. Entretanto, anúncio subscrito por entidades do comércio e do setor
varejista em jornal de circulação nacional nesta terça-feira (20), o número de
desempregados no país já ultrapassa o número de 30 milhões.
Já números do Banco Central apontam que o
endividamento das famílias junto às instituições financeiras ultrapassou 50% da
renda no fim de 2020.
“O projeto contribui para ampliar a renda da
família, sendo decisiva, inclusive, para a compra de bens essenciais, como
alimentos. A aprovação desta matéria é essencial, uma vez que a crise irá se
agravar com a queda do PIB no primeiro semestre de 2021 e o fechamento de mais
postos de trabalho”, justifica Paulo Rocha.
Entre 2009 e 2020, cerca de 6 milhões de contratos
foram firmados pelo Minha Casa Minha Vida, dos quais 1,9 milhão apenas pela
faixa 1 a — a mais baixa do programa. Os dados são do Sistema de Gerenciamento
de Habitação do Ministério do Desenvolvimento Regional.
A iniciativa foi reformulada pelo governo federal
em agosto do ano passado, quando passou a se chamar Casa Verde e Amarela. “Na
prática, com a nova política habitacional, deixa de existir a faixa mais baixa
do Minha Casa Minha Vida, que não tinha juros e contemplava as famílias com
renda de até R$ 1,8 mil. Apesar da mudança de nome, o programa atual também
será beneficiado caso o projeto seja aprovado”, garante o senador paraense.
Reportagem: Val-André
Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em
Brasília.