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Por Prof. Juscenys Vieira
Coordenador Geral do Sintepp Ourilândia
Tem sido cada vez mais comum
a divulgação, pela mídia, de casos de violência nas escolas, boa parte deles
envolvendo adolescentes.
Com efeito, o combate à
violência deve buscar primordialmente suas raízes, que obviamente se encontram
além dos limites da escola, que acima de tudo precisa assumir sua missão legal
e constitucional de promover, junto aos educandos, "o pleno
desenvolvimento da pessoa" e "seu preparo para o exercício da
cidadania" (art.205, caput da Constituição
Federal verbis/omissis), e não se tornar em mais um foco de opressão e
desrespeito aos direitos fundamentais de crianças e adolescentes.
Com respaldo nos
dispositivos constitucionais que tratam da educação, tanto o Estatuto da
Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90) quanto a e Lei de Diretrizes e Bases
da Educação (Lei nº 9.394/96) trazem a fórmula mais adequada para o combate à
violência nas escolas: o envolvimento dos alunos, de suas famílias e da
comunidade, com sua integração cada vez maior ao ambiente escolar e
participação efetiva no debate acerca dos problemas relacionados à escola e em
sua solução.
Nesse sentido, a
Constituição Federal, em seus arts.205 e 227, caput, estabelece claramente
a necessidade da integração entre família, sociedade, comunidade e Estado (latu
sensu), no processo de educação de crianças e adolescentes, bem como na sua
proteção contra toda forma de violência, crueldade ou opressão, sendo que
disposições semelhantes são encontradas no Estatuto da Criança e do Adolescente
(arts.4º, caput; 5º; 17; 18; 53, caput e par. único e 70), bem
como na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (arts.2º; 12, inciso VI;
13, inciso VI; 14, caput e inciso II e 29, dentre outras).
Ao invés de se fechar cada
vez mais, assumindo uma execrável postura opressora e intransigente em relação
a seus alunos, não raro tratados como "delinquentes em potencial" e
não como pessoas em formação, que assim merecem ser considerados e respeitados,
deve a escola cumprir a lei e abrir suas portas à comunidade, que precisa nela
encontrar um ambiente saudável, onde se ensina e se pratica a CIDADANIA, que a
todos pertence e que por todos precisa ser preservado.
Apenas com o envolvimento
das famílias e da comunidade, como desejam a Constituição Federal e legislação
ordinária já mencionadas, é que poderá a escola se desincumbir de sua elementar
missão de preparar seus educandos para o exercício da cidadania, o que inclui o
respeito às leis e ao próximo, lição que se for bem ministrada e assimilada por
todos, reduzirá drasticamente o índice de violência não apenas dentro, mas
também fora do recinto escolar, beneficiando assim toda a população.
Como sugestões, podemos
citar a realização periódica de seminários a fim de ministrar lições básicas
sobre direitos constitucionais, legislação em geral, ética, cidadania, através
das quais serão pais e alunos conscientizados de seus direitos e deveres,
ficando cada qual ciente de seu papel na sociedade. Importante ainda articular
com os alunos, seus pais e a comunidade em geral, a forma como cada um poderá
agir para prevenir e combater a violência, a começar dentro de seus lares, na medida
em que os pais têm o DEVER de EDUCAR seus filhos (no mais amplo sentido da
palavra), e que dentre os DIREITOS fundamentais destes está o de RECEBER
LIMITES, deixando claro a quem poderão recorrer quando tiverem conhecimento da
prática ou ameaça de violência envolvendo crianças ou adolescentes, seja como
autores, seja como vítimas.
E insisto em dizer, que é
preciso contratar mais psicólogos, equipar bibliotecas com um bom acervo de
livros, investir no esporte (cobrir as quadras das escolas de Ourilândia),
reestruturar os laboratórios de informática das escolas(estão todos obsoletos),
colocar internet de qualidade em todas as escolas fomentando assim, o processo
ensino - aprendizagem, reorganizar as salas de aulas com cadeiras confortáveis
para despertar o gosto pelo aprender do aluno, e por fim, incentivo na
qualidade profissional e remuneração dos seus docentes.
Uma outra sugestão do
Sintepp, é a Escola em Tempo Integral, isto sim, diminuiria a evasão e a
violência escolar.
É preciso a Escola abrir seus
portões à comunidade escolar, fazer parcerias com o MP/PA, as associações de
bairros, as igrejas, o Conselho Tutelar, e a própria Polícia Militar como
parceira da escola com palestras educativas.
Agora, trazer a Polícia
Militar para dentro das escolas para assumir docência que é papel exclusivo do
professor, isto é além de desrespeitoso, fere os princípios da Gestão
Democrática na escola pública.