Fábrica de vacinas do Instituto Vital Brazil (Foto: )
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Brasília – O senadores
aprovaram por unanimidade na terça-feira (27), o Projeto de
Lei (PL) 1.343/2021que autoriza o uso das
fábricas de vacinas de uso veterinário na produção de imunizantes anticovid-19.
O objetivo é facilitar e estimular a utilização dessas plantas industriais para
ampliar a oferta de doses de vacina e acelerar o processo de imunização da
população brasileira. Atrasado, o Brasil só vacinou 30% de sua população.
O projeto foi emendado, e foi relatada pelo senador
Izalci Lucas (PSDB-DF) e segue para a análise e votação na Câmara dos
Deputados. O texto aprovado, estabelece que que os parques fabris de
imunizantes animais deverão cumprir todas as normas sanitárias e exigências de
biossegurança próprias dos estabelecimentos destinados à produção de vacinas
para humanos. O controle e fiscalização da produção das vacinas contra covid-19
será feito pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nos termos
da Lei 9.782,
de 1999.
No relatório pela aprovação do PL 1.343/2021,
Izalci Lucas afirmou que a proposta pode ajudar a diminuir a dependência do
Brasil na produção de vacinas.
Além do custo de dezenas de milhões, a demora para
erguer uma fábrica de vacinas demanda tempo para obtenção de todas as
autorizações, coisa que o país não tem, dado o agravamento da pandemia.
Capacidade
instalada
Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de
Produtos para Saúde Animal (Sindam), a indústria de saúde animal brasileira
dispõe de três plantas que podem ser facilmente adaptadas para o nível de
biossegurança exigido para a produção de vacina de uso humano. Se o projeto
virar lei, laboratórios que fabricam vacinas contra a febre aftosa poderão
colaborar com a Fiocruz e o Instituto Butantan na produção de imunizantes.
Fagundes destacou que a indústria veterinária domina a tecnologia de produção
de vacinas inativadas e é autossuficiente na produção do insumo farmacêutico
ativo (IFA).
Emendas
Izalci acatou emendas apresentadas por senadores e
sugestões do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O PL original
estabelecia que as vacinas destinadas a humanos deveriam ser armazenadas em
ambiente separado dos produtos de uso veterinário.
Mas o texto aprovado estabelece que, quando não
houver ambientes separados, as vacinas contra a covid-19 poderão ser
armazenadas na mesma área dos demais produtos, desde que mediante avaliação e
anuência prévias da autoridade sanitária federal, com metodologia de identificação
e segregação dos frascos de cada tipo de vacina.
Segundo o Ministério da Agricultura, tornar
obrigatório o armazenamento das vacinas anticovid feito em local separado
poderia encarecer a fabricação, desestimulando a adesão das empresas à produção
das vacinas. Segundo o órgão, não há óbices a que o armazenamento seja feito na
mesma área em que são armazenados os produtos de uso veterinário.
O relator acatou parcialmente emenda do senador
Rogério Carvalho (PT-SE) para permitir benefícios fiscais do governo federal às
empresas que promoverem as adaptações de suas estruturas industriais.
Emenda do senador Humberto Costa (PT-PE), também
acatada por Izalci, visa a garantir a continuidade da produção e do
abastecimento do mercado de produtos veterinários. Pelo texto, a autoridade
sanitária federal deverá considerar e observar a capacidade de produção dos
estabelecimentos de forma que não haja desabastecimento dos demais insumos
produzidos por estes no país, os quais são necessários para a manutenção da
regularidade sanitária animal.
O senador Jean Paul Prates (PT-RS) parabenizou
Wellington Fagundes pela proposta e ressaltou que “o Brasil tem quase 30 fábricas
de vacina para gado e apenas duas para humanos”. A senadora Simone Tebet
(MDB-MS) afirmou que a principal preocupação dos parlamentares no momento é
garantir o aumento do número de vacinas anticovid disponíveis.
Reportagem: Val-André
Mutran – Correspondente do Blog do Zé
Dudu em Brasília.