Agora é oficial: Parauapebas, o mais atrasado
município brasileiro com mais de 200 mil habitantes no tocante à oferta de
vagas de ensino superior público e gratuito, viu seu nome, enfim, registrado no
Diário Oficial da União (DOU) por uma notícia excelente e que era ansiosamente
aguardada há, pelo menos, dois anos: vai ganhar o curso de graduação em
Enfermagem pela Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).
A informação foi levantada com exclusividade pelo
Blog do Zé Dudu e pode ser conferida
aqui. O Blog já havia antecipado em junho que o curso
fora aprovado após inspeção do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mas faltava a cereja do bolo: a informação
no Diário Oficial da União atestando a grande novidade.
Nesta sexta-feira (6), a Secretaria de Regulação e
Supervisão da Educação Superior (Seres), do Ministério da Educação (MEC),
publicou a portaria de número 823, assinada ontem, contendo a autorização para
que a Ufra abra 50 vagas em Parauapebas. Com a medida, o campus local, se
quisesse, já poderia iniciar a turma inaugural de Enfermagem hoje mesmo.
De acordo com comunicado da instituição, após
avaliação da equipe do Inep, o funcionamento do curso foi autorizado com
conceito 4 (“Muito Bom”) pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (Capes), numa escala que vai até 5. “Este é primeiro curso na
área de saúde humana de toda a Ufra. Se todo planejamento de vagas docentes
ocorrer dentro do esperado, a previsão de entrada de alunos já é para 2022”,
informa a instituição, que deve lançar edital de concurso para professores da
área de saúde para atender Parauapebas.
Luta não acabou
Marcada por fortes emoções, a batalha para
implantar Enfermagem pela Federal contou com a mobilização exaustiva do diretor
local do campus, Luís Renan Sampaio, bem como da vereadora Eliene Soares, que
fez nada menos que sete indicações solicitando apoio do Executivo quanto à
questão. O secretário municipal de Educação, José Leal, também entrou na causa
e contribuiu, mandando pessoalmente equipe fazer pequenos reparos na estrutura
do prédio do campus a fim de que a questão não fosse um impeditivo para
aprovação do curso.
Agora, uma nova etapa de desafios se inicia para a
Universidade, que é a construção de um bloco de salas para garantir que
Enfermagem não sofra descontinuidade lá na frente. Além disso, com mais blocos
de sala, a Ufra pode sonhar com novas graduações na área de saúde, como
Odontologia, Farmácia e Biomedicina.
Cálculos apontam que um investimento de R$ 5
milhões no campus resolveria o atual gargalo no déficit imediato de
infraestrutura. Como a instituição é do governo federal, a Prefeitura de
Parauapebas teria de formalizar convênio para bancar a construção com recursos
próprios dentro da universidade. A iniciativa poderá potencializar o campus a
trazer mais cursos gratuitos e de interesse dos jovens parauapebenses, bem como
tirar a Capital do Minério do fim da fila das estatísticas de oferta de cursos
de graduação.
Atualmente, somando-se todos os universitários de
Parauapebas, inclusive de cursos a distância de faculdades particulares com
sede noutros estados, o número não passa de 6 mil. Marabá tem mais que isso só
em cursos públicos e seu exército de universitários total chega a 18 mil, o
suficiente para entupir uma cidade e meia de Curionópolis apenas com estudantes
de ensino superior.
FONTE ZE DUDU