Os garimpos ilegais ficam dentro da Terra Indígena Kaiapó (Foto: )
A Polícia Federal divulgou, nesta quinta-feira
(26), o resultado da Operação Muiraquitã 2, realizada agora entre os dias 23 e
25, para reprimir a prática de garimpos ilegais na Terra Indígena Kayapó, que
abrange os municípios de Cumaru do Norte e Ourilândia do Norte, no sul e
sudeste do Pará. Durante as ações, foram apreendidos maquinários e fechados
diversos garimpos clandestinos.
Segundo a PF, cerca de 220 integrantes dos órgãos
públicos de segurança participaram dos trabalhos, que foram desenvolvidos com o
apoio das Forças Armadas, da Força Nacional de Segurança Pública, da Defensoria
Pública da União, Ibama, Funai, Ministério Público Federal (MPF) e Ministério
Público do Trabalho (MPT). A ação teve como base decisão judicial proferida
pelo Superior Tribunal Federal (STF), no bojo da Arguição de Descumprimento de
Preceito Fundamental – ADPF nº 709/2020-, tendo como foco a retirada de
invasores da referida terra indígena, bem como a desativação de garimpos.
As forças de segurança usaram helicópteros para
localizar e fechar os garimpos ilegais
Durante as ações, foram apreendidos materiais e
destruídos maquinários utilizados na prática ilegal, além da repressão de
outros crimes ambientais oriundos da extração ilícita de minérios. Ao longo dos
trabalhos, diversos garimpos clandestinos de ouro foram paralisados, tendo sido
inutilizadas 26 escavadeiras hidráulicas e 67 motores-bombas, além da apreensão
de 59 mil litros de óleo diesel e três caminhões, um deles bitrem.
Ainda segundo a Polícia Federal, até o momento,
quatro pessoas foram presas em flagrante delito. Amostras de ouro foram
coletadas e, após analisadas, passarão a constar em um banco de dados da PF,
que, a longo prazo, permitirá a identificação da origem de futuras apreensões
do mineral.
De acordo com a PF, a Operação Muiraquitã 2 se
insere no contexto de atuações da corporação para proteção dos povos indígenas
mais vulneráveis, a partir da identificação das terras indígenas submetidas a maior
atuação de invasores, no território nacional. O nome Muiraquitã se refere a
artefatos talhados em pedra, chamada de amazonita, representando animais,
especialmente sapos, mas também tartarugas ou serpentes.
Artefatos que teriam sido usados pelos povos
indígenas Tapajós e Konduri, que habitavam o Baixo Amazonas até a chegada do
colonizador europeu, como amuletos, símbolos de poder e, ainda, como material
para compra e troca de objetos valiosos.
Tina DeBord – com informações
da PF