A Vale iniciou a operação de seis caminhões fora de
estrada autônomos no Complexo de Carajás, no Pará. Até o final do ano serão dez
veículos operando no local. A inciativa faz parte de um conjunto de ações
voltadas para ampliar a segurança dos empregados, tornar a operação mais
ambientalmente sustentável e obter ganhos de competitividade. A implantação
está sendo acompanhada de um plano de recursos humanos para capacitar os
empregados a trabalhar com as novas tecnologias digitais.
Os caminhões autônomos com capacidade para
transportar 320 toneladas estavam em teste em uma área isolada de Carajás desde
2019. Esta semana eles iniciaram a fase final de testes na mina N4E e ontem,
quarta-feira (2/9), entraram oficialmente em produção. No Complexo de Carajás,
os autônomos conviverão com os caminhões convencionais.
“A introdução dos caminhões autônomos em Carajás é
mais um passo da Vale rumo à ambição de se tornar referência em segurança na
mineração e em direção à meta de reduzir as emissões de carbono em 33% até
2030”, afirma Antônio Padovezi, diretor do Corredor Norte da Vale. “A
tecnologia reduz a exposição dos empregados aos riscos inerentes à atividade e
traz também benefícios ambientais, reforçando nosso novo pacto com a
sociedade”.
Pessoas no centro das decisões
No caminhão autônomo não há operador na cabine. Mas
as pessoas seguem tendo papel relevante na operação autônoma. Além da
convivência com outros caminhões convencionais na operação, outros equipamentos
que circulam pela mina, como motoniveladoras e tratores, continuarão sendo
tripulados. Atualmente, em Carajás, são mais de duas centenas de caminhões e
equipamentos móveis, que suportam a atividade de lavra e tem interface com os
caminhões.
Grupo de operadores desses veículos que irão
interagir com os autônomos receberam treinamento. Já foram capacitados 32
operadores e até o final do ano este número chegará a 120. Serão 208 horas de
treinamento para cada operador, totalizando quase 25 mil horas.
O operador de esteira e motoniveladora, André Costa
Magalhães, 41 anos, está há 11 na Vale e foi um dos operadores treinados para
ter interface com o caminhão autônomo. “Minha atividade mudou hoje, atuava na
convencional e tive oportunidade de fazer parte da mina autônoma muito bacana,
segura e agora faço parte dos primeiros operadores da mina autônoma, estou
muito feliz”, conta ele.
Para essa interface com os autônomos, os
equipamentos foram adaptados com um painel chamado PTX. O operador de pá
escavadeira, pá mecânica e que também operava caminhão, Daniel Pacheco explica
como funciona o aparelho. “O PTX é o monitoramento de todos os equipamentos
autônomos, a gente define manobra, pré-manobra, bloqueio, tudo a gente interage
no ptx. A diferença é que está prático, mais rápido, antes a gente chamava o
operador para encostar na máquina, e hoje vamos na tela do ptx e definimos
todas as manobras que o caminhão precisa”, explica Daniel.
Nos próximos 12 meses, a operação será assistida
pelo fornecedor dos caminhões. A previsão é que, após esse período, a Vale
assuma totalmente a operação. Quando isso ocorrer, novos postos de trabalho
também serão criados em salas de controle, distante da frente de lavra.
“A implantação dos autônomos na operação está sendo
feita com a preocupação de se manter as pessoas no centro das decisões”,
explica o gerente do Programa Autônomos, Pedro Bemfica. “A introdução da
tecnologia digital impulsiona a evolução das competências profissionais dos
empregados e os torna mais preparados para a tendência de transformação digital
da indústria”.
Segurança
Os caminhões autônomos são controlados por sistemas
de computador, GPS, radares e inteligência artificial, percorrendo a rota entre
a frente de lavra e a área de descarga. Ao detectar riscos, os equipamentos
paralisam suas operações até que o caminho volte a ser liberado. Os sensores do
sistema de segurança são capazes de detectar tanto objetos de maior porte, como
grandes rochas e outros caminhões, até seres humanos que estejam nas imediações
da via. Com isso, situações de risco, como tombamento e colisão, foram
eliminadas.
Meio ambiente e competitividade
A operação autônoma também traz relevantes
benefícios ambientais. O desempenho mais constante dos caminhões e o aumento da
sua velocidade média permitirá uma redução de cerca de 5% no consumo de
combustível, o que resulta em volume mais baixo de emissões de CO2 e
particulados. Com base em dados do mercado, espera-se um aumento da vida útil
dos equipamentos na ordem de 7%, o que reduz a geração de resíduos como peças e
lubrificantes, e um desgaste 25% menor dos pneus, o que também levará a uma
menor geração de resíduos desse item.
Além dos caminhões, já estão em operação no
Complexo de Carajás quatro perfuratrizes autônomas. Mais três perfuratrizes
começarão a operar até o final do ano. A operação autônoma começou a ser
implantada pela Vale na mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), em
2016, e hoje abrange todos os 13 caminhões fora de estrada dessa unidade. Desde
a implantação em Brucutu, não foi registrado nenhum acidente causado pelos
caminhões.
Tecnologia em expansão
O programa de autônomos da Vale continua em
expansão, com um investimento total de cerca de US$ 34 milhões em 2021. Até o
final do ano estarão em operação em toda a empresa 23 caminhões, 21
perfuratrizes e três pátios (empilhadeiras e recuperadoras) em Pará, Minas
Gerais e Rio de Janeiro. No exterior, a operação autônoma já é realidade no
Canadá, com perfuratrizes e carregadeiras para minas subterrâneas, e na
Malásia, com máquinas de pátio.
Com informações da Vale
Fonte Ze Dudu