Brasil Publicada em 08/10/21 às 11:27h - 470 visualizações
Governo do Pará defende regulação da atividade mineral para reduzir danos ambientais Durante participação na Exposibram 2021, o secretario de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Mauro O\'de Almeida, usou os problemas enfrentados no estado, onde há vários garimpos ilegais, para defender a proposta
Jornal O Niquel
Link da Not�cia:
(Foto: Jornal O Niquel)
O governo do Pará defende a regulação da atividade
mineral para beneficiar pequenos e médios garimpeiros e reduzir os danos
acusados ao meio ambiente com exploração ilegal. A proposta foi defendida pelo
secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Mauro O’de Almeida, durante sua
participação na Exposibram 2021 (Expo & Congresso Brasileiro de Mineração),
organizada pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
O secretário usou os problemas enfrentados
atualmente pelo Pará, onde há vários garimpos ilegais, para defender a
proposta. Para o ele, esta seria uma importante forma de minimizar o impacto
ambiental provocado pela atividade irregular.
Mauro O’de Almeida defende regularização mineral
para combater danos ambientais
Em palestra ministrada nesta quinta-feira (07), no
painel “Governança Social e Ambiental na Amazônia”, Mauro O’de Almeida destacou
a necessidade de adequação da agenda ambiental para harmonizar exploração com o
meio ambiente. “A gente tem que harmonizar a questão ambiental com o direito de
lavra e exploração mineral. Na discussão do novo Código de Mineração, a área
ambiental ficou praticamente excluída dos debates no Congresso Nacional”,
argumentou o secretário.
Para Mauro O’de Almeida, a consolidação de parcerias
entre grandes mineradoras e os pequenos garimpeiros, além de definições na
legislação para regularizar a atividade, é a saída para combater as atividades
ilegais que causam danos nocivos ao meio ambiente, como vem ocorrendo
atualmente no Para, principalmente nas regiões sudeste e oeste do estado. “Nós
precisamos organizar definitivamente essa questão do Direito Minerário no
Brasil. O que tem acontecido é que determinadas empresas têm a autorização de
lavra, ou a perspectiva de autorização de lavra, mas o pequeno ou o médio
garimpeiro tem invadido e explorado a mineração nessas áreas. Se não tem a
condição de explorar, o governo federal tem que definir se aquilo é passível de
mineração pelo pequeno ou pelo médio. Talvez, fazer uma parceria entre a grande
mineradora e o pequeno minerador, pra ver se isso é possível”, propôs.
O secretário observa que a atividade mineradora
irregular é uma das maiores causas da degradação ambiental. “Precisamos
estabelecer áreas em que nós possamos trabalhar a mineração. Hoje, se você for
ao Rio Tapajós [na região oeste] ou ao rio que corta Ourilândia [Ourilândia do
Norte, no sudeste], você vai ver uma linha infindável de mineradores sem
licenciamento. É difícil organizar isso sozinho. O governo federal precisa se
envolver com o governo estadual, com as prefeituras e as mineradoras, que têm
mais experiência e mais estrutura. Isso é outro aspecto da degradação
ambiental, que não está relacionado ao desmatamento, mas está relacionado à
contaminação dos rios, e que pode influenciar decisivamente na saúde pública da
população. Então, a gente tem que debater isso de uma maneira mais profunda,
para que a gente finalmente possa organizar”, defende Mauro.
Durante sua participação no evento, ele também
abordou a política ambiental do Pará, que objetiva atingir a neutralidade de
carbono até 2036. “O Plano Amazônia Agora é um plano de desenvolvimento que
inclui também o combate ao desmatamento e a redução de gases de efeito estufa.
Queremos nos tornar ‘net zero’ ou neutros na modalidade carbono até 2036, bem
como ter um plano de incentivo às cadeias produtivas vocacionais da Amazônia e
do Pará, assim como desenvolver um plano de desenvolvimento socioeconômico.
Então, ele é um plano transversal. Não é um plano da Secretaria de Meio Ambiente
e Sustentabilidade. É um plano de Estado, que ultrapassa as fronteiras dos
mandatos”, destacou o secretário.
Protagonismo – Mauro
O’de Almeida ainda ressaltou as características econômicas que fazem do Pará um
estado que pode ser modelo para as soluções ambientais na Amazônia e no País.
“Eu acho que a gente tem um caminho promissor e virtuoso pela frente com tudo
isso que estamos fazendo até agora no estado do Pará e que nós pretendemos que
se espalhe pela Amazônia Legal e, quem sabe, pelo Brasil. Queremos ser exemplo,
queremos ser protagonistas. O Pará, diferentemente de outros estados
amazônicos, tem todos os componentes econômicos. Nós temos a mineração, temos
grandes projetos rodoviários e ferroviários, grandes projetos de energia, temos
a pecuária e agricultura de sistemas agroflorestais ou de commodities, como
soja e milho. Se nós conseguirmos resolver o problema do desmatamento no Pará,
resolveremos na Amazônia inteira”, acredita Mauro O’de Almeida.
Ele ainda defendeu, durante o evento, a união de
esforços para vencer o desafio apresentado pela agenda ambiental. “É um desafio
imenso, por conta das dificuldades logísticas, de fiscalização e a dimensão
territorial do estado do Pará, mas é um desafio que pode ser alcançado e
vencido. Mas, para isso, nós precisamos de engajamento não só dos municípios,
como também da sociedade civil e das empresas”, complementou o secretário.
Tina DeBord – com informações
da Semas
Fonte Ze Dudu
ATENÇÃO:Os comentários postados abaixo representam a opinião do leitor e não necessariamente do nosso site. Toda responsabilidade das mensagens é do autor da postagem.