Brasil Publicada em 11/10/21 às 05:25h - 466 visualizações
Prejuízo milionário ameaça liderança da Globo Queda de audiência e anunciantes é a maior da história da emissora
Jornal O Niquel
Link da Not�cia:
Rede Globo inaugura novos estúdios no maior complexo de produção de conteúdo da América Latina, elevando ainda mais o seu endividamento (Foto: )
Brasília – Uma mudança de
humor do telespectador, atribuída à desaprovação da adoção de uma linha
editorial em permanente litígio com o atual governo, suspensão de verbas
governamentais e cansaço da fórmula de algumas de suas principais atrações,
forçou a outrora “vênus platinada” – a Rede Globo –, após a divulgação pelo
mercado de perdas de R$ 114 milhões no primeiro semestre de 2021, a rever a sua
estratégia para manter a liderança da audiência.
Tadeu Schmidt (esq.) irá para o BBB. Maju, para o
Fantástico. Tralli (dir.), para o Jornal Hoje
Neste domingo (10), a emissora anunciará mudanças
em sua grade de atrações: Tadeu Schmidt assumirá o Big Brother Brasil (BBB) em
2022; Maju Coutinho vai para o Fantástico e César Tralli fica com a
apresentação do Jornal Hoje.
A emissora carioca vem rescindindo contrato com
grandes nomes da sua equipe há pelo menos um ano e reduzindo drasticamente o
salário de algumas de suas estrelas. Quem não concorda, é demitido ou tem o
contrato rescindido.
A decisão foi tomada pouco depois do anúncio da
saída de Fausto Silva dos domingos do canal da família Marinho. A Globo
antecipou a saída do apresentador em 17 de junho, anunciando, em 22 de julho,
que Luciano Huck estrearia com o “Domingão do Huck”, a partir de setembro. A
atração até agora não decolou e não atingiu os índices de audiência facilmente
conseguidos por Faustão.
No lugar de Luciano Huck, aos sábados, entrou
Marcos Mion – que saiu da Record em janeiro de 2021, e a audiência do programa
continua a desejar após dois meses da estreia. E mais: Tiago Leifert, que
assumiu o Domingão do Faustão depois da saída abrupta de Fausto Silva da
empresa, também anunciou o fim do contrato com a emissora, em 9 de setembro,
alegando motivos pessoais.
Dívidas
e prejuízos crescem sem parar
As alterações no quadro vêm na esteira de déficit
milionário do grupo da família Marinho. A Globo registrou prejuízo de R$ 114
milhões no primeiro semestre – alta de 122% em relação ao mesmo período de
2020, quando perdeu R$ 51 milhões.
A receita líquida foi de R$ 6,5 bilhões – avanço de
17%. A empresa cortou R$ 281 milhões em pessoal de janeiro a junho. Os dados
foram divulgados ao mercado no início de setembro.
Apesar de apontadas como fatores positivos, a
retomada gradativa de gravações e a normalização da programação puxaram os
resultados negativos da emissora. As medidas foram tomadas logo no início da
pandemia – para combater a transmissão do novo coronavírus.
“A companhia manteve seus esforços na busca pela
eficiência e, apesar de a pandemia ainda estar em curso, foi possível manter o
alto padrão de segurança nos estúdios, permitindo a continuidade de projetos de
conteúdos originais, programas ao vivo e reality shows,” diz em
comunicado.
Nova
estratégia
A plataforma de streaming do
grupo, o Globoplay, tem conquistado espaço cada vez maior no mercado
brasileiro. Em março de 2021, os assinantes da ferramenta assistiram a 253,3
milhões de horas de conteúdo – alta de 119% frente ao mesmo mês de 2020, quando
foram 115 milhões de horas. Desde o lançamento da plataforma, em novembro de
2015, a Globo tem ampliado seu acervo nacional – disponibilizando, por exemplo,
séries e novelas antigas.
O serviço, que já está disponível nos Estados
Unidos, chegará à Europa e ao Canadá em 14 de outubro. O objetivo é expandir
também para Ásia e África. Além do catálogo tradicional da plataforma, também
são oferecidos os conteúdos de canais pagos, como GNT, Multishow, GloboNews e
Off. Entretanto, a linha editorial do jornalismo é uma das razões da “fuga de
audiência”, como a desconexão deliberada da emissora à realidade dos
fatos.
Por exemplo, enquanto as pessoas que foram aos
protestos de 7 de setembro testemunharam a adesão de milhares de pessoas nas
ruas em todo o Brasil, o noticiário da Rede Globo afirmou que os protestos não
tiveram relevância de público. “Isso arranha a credibilidade do jornalismo e é
um caminho perigoso,” disse um colunista especializado em programas de TV.
Receita
de transmissões exclusivas também foram reduzidas
Com efeito direto nas perdas financeiras da
empresa, a Globo tem perdido seu poderio nas transmissões de eventos
esportivos. Para cortar gastos, a empresa tem diminuído as transmissões,
perdendo, por exemplo, os direitos da Copa Libertadores, depois de anos de domínio.
Também deixou de transmitir Campeonato Carioca, Campeonato Paulista, Copa
Sul-Americana e Recopa Sul-Americana. No exterior, deixou de ter os direitos da
Liga dos Campeões da Europa e por pouco não perdeu a exibição da Copa do Mundo
de 2022 – pois chegou a acordo com a Fifa, em 22 de agosto, por US$ 90 milhões.
Não foi só no futebol. A Band fechou, em fevereiro,
o contrato de transmissão da Fórmula 1 para as temporadas de 2021 e 2022. A
Globo disse que não houve acordo, citando a “nova realidade mundial dos
direitos esportivos”. A resposta foi considerada como uma piada por executivos
do setor. “A Globo há décadas transmitia com exclusividade a Fórmula 1 e agora
critica os termos do contrato?”, questiona um analista.
A tendência é que a empresa continue com
dificuldades no caixa. Mesmo com a maré contrária dos negócios, a empresa fez
um investimento milionário na construção de um novo estúdio (MG4), de última
geração em sua área no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, elevando ainda mais
o seu endividamento.
Por Val-André
Mutran – de Brasília
Fonte Ze Dudu
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