Dados atualizados nesta segunda-feira (10) pelo
Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal, referente a informações sociais
da população brasileira, trazem uma péssima notícia para a capital paraense,
que está completando aniversário de 406 anos esta semana: Belém é a 6ª cidade
brasileira em quantidade absoluta de pessoas consideradas pobres e extremamente
pobres. São 418,5 mil cidadãos nessa dura e triste condição, o equivalente a
quase duas cidades do tamanho de Parauapebas apenas com pessoas “pobres, de
marré”.
As informações foram levantadas pelo Blog do Zé
Dudu, que observou o detalhamento dos números municipais em que o Pará, maior
economia do Norte do Brasil, emplaca 9 nomes das 100 cidades com os maiores
bolsões de pobreza. Marabá e Parauapebas estão entre elas.
Os dados recém-atualizados mostram que o estado que
mais dá lucro à nação fechou o ano passado com “cash” de 3,647 milhões de
paraenses vivendo na pobreza. Entre os pobres, ainda existem os representantes
de uma classe ainda mais baixa, chamados de extremamente pobres para suavizar o
impacto do termo “miserável”. Eles, os extremamente pobres, são 3,119 milhões
no estado.
Pobreza nas cidades
Em Belém, que é a 11ª maior cidade brasileira, os
números de população na pobreza chamam atenção. A metrópole paraense, que
deveria ser espelho de desenvolvimento e progresso por se localizar em um
estado sabidamente rico, tornou-se cartão postal de uma estatística que ninguém
quer ostentar ou vender lá fora.
No quantitativo absoluto de pessoas pobres, Belém
só fica atrás de São Paulo (1,775 milhão de habitantes), Rio de Janeiro (947,8
mil), Fortaleza (722,4 mil), Salvador (553,5 mil) e Manaus (498,7 mil). E piora
a situação, caindo para 5º lugar, quando é levado em conta apenas o volume dos
extremamente pobres, que hoje são 341,5 mil na capital paraense, o equivalente
a uma cidade de Marabá emendada à de Altamira só com pessoas em situação de
miséria. Belém toma o posto de Manaus (319,1 mil) de cidade com mais pessoas em
situação de extrema pobreza de toda a Região Norte, panorama desconfortável e
lamentável.
E não é só a capital que se atola em pobreza no
Pará. A quantidade de pessoas “na pior” se dissemina como rastilho de pólvora
estado adentro, de maneira que a maior praça financeira da Amazônia detém 9 das
100 cidades com mais cidadãos sob risco de passar fome neste exato momento.
CIDADES E SEUS POBRES: RETRATO DO POBREZA
1º Belém — 418,5 mil (6º no
Brasil)
2º Santarém — 131,4 mil (27º no
Brasil)
3º Ananindeua — 111,6 mil (33º no
Brasil)
4º Abaetetuba — 101,5 mil (43º no
Brasil)
5º Cametá — 84 mil (54º no Brasil)
6º Breves — 72,8 mil (65º no
Brasil)
7º Marabá — 67,2 mil (77º no
Brasil)
8º Bragança — 61,9 mil (86º no
Brasil)
9º Parauapebas — 56,5 mil (93º no
Brasil)
Taxa de pobreza
Das 100 cidades com maiores bolsões absolutos de
pobreza, Breves é destaque. Mas destaque negativo. Acontece que o município de
104 mil habitantes tem 69,8% de sua população vivendo na pindaíba, de acordo
com o CadÚnico, tornando-se, entre os 100, o mais pobre de todos, um troféu que
certamente ninguém gostaria de carregar.
Abaetetuba, nesse quesito, é medalha de bronze, uma
vez que, dos seus 160,5 mil moradores, 63,3% são considerados pobres ou
extremamente pobres. Cametá (59,7%) e Bragança (47,6%) também “brilham” entre
as 10 cidades em pior situação quanto às taxas de pobreza. Ananindeua (20,7%) e
Marabá (23,4%) têm as menores taxas de pobreza do Pará entre os 100 municípios
brasileiros com maior volume de pessoas pobres, ainda assim estão longe das taxas
registradas pelos municípios do Centro-Sul, seis deles com menos de 10%:
Sorocaba-SP (9,9%), Juiz de Fora-MG (9,8%), Belo Horizonte (9,7%), Goiânia
(8%), Uberlândia-MG (7,7%) e Curitiba (6,8%).
PAUPERRIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS CIDADES PARAENSES
1º Breves — 104,3 mil habitantes e 69,8% na
pobreza
2º Abaetetuba — 160,4 mil habitantes e 63,3% na
pobreza
3º Cametá — 140,8 mil habitantes e 59,7% na
pobreza
4º Bragança — 130,1 mil habitantes e 47,6% na
pobreza
5º Santarém — 308,3 mil habitantes e 42,6% na
pobreza
6º Belém — 1,506 milhão de habitantes e 27,8% na
pobreza
7º Parauapebas — 218,8 mil habitantes e 25,8% na
pobreza
8º Marabá — 287,7 mil habitantes e 23,4% na
pobreza
9º Ananindeua — 540,4 mil habitantes e 20,7% na
pobreza
ZE DUDU