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O
presidente Jair Bolsonaro determinou ao Ministério da Educação, Milton Ribeiro,
que conceda o “reajuste máximo” para o piso salarial de professores.
No final
da tarde desta quarta-feira, 26, Bolsonaro disse ao ministro que ” missão é
conceder o aumento”.
A decisão
contraria governadores e prefeitos.
Bolsonaro autoriza aumento de cerca de 33% para o
piso de professores
Discussão sobre o reajuste gerou
pressão de prefeitos e governadores; Economia havia recomendado 7,5% de aumento
Jussara Soares e
Dimitrius Dantas
Professora
dá aula na Escola Municipal Oswaldo Teixeira Foto: Divulgação/Secretaria
Municipal de Educação
BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro autorizou o Ministério da
Educação a conceder"máximo possível" de aumento para o piso de
professores. O GLOBO apurou que o reajuste deverá ficar perto dos 33%. A
questão opôs o governo federal e governadores e prefeitos, que afirmam que esse
aumento irá pressionar as contas de estados e municípios.
Com o reajuste liberado pelo presidente Bolsonaro, o piso salarial de
professores deverá ir de R$ 2886 para cerca de R$ 3800. A decisão de Bolsonaro
contraria também uma recomendação do Ministério da Economia, que tinha sugerido
um aumento bem menor, de 7,5%. Mais cedo, a apoiadores no Palácio da Alvorada,
o presidente confirmou a apoiadores que daria o maior reajuste permitido pela
lei, apesar da oposição de governadores.
— Eu vou seguir a lei. Governadores não querem os 33%, tá? Eu vou dar o
máximo que a lei permite, que é próximo disso, ok? — disse Bolsonaro.
A polêmia gira em torno da mudança legislativa no financiamento da
educação, realizado no ano passado, com a aprovação do novo Fundeb, o fundo de
manutenção da educação básica.
A regra antiga vinculava o reajuste deprofessores à variação do ICMS,
arrecadado por estados. Em 2021, a arrecadação desse tributo aumentou
consideravelmente, o reajuste previsto seria de 33,23%.
O temor de prefeitos e governadores é que o aumento pressione demais os
cofres públicos e, possivelmente, leve a problemas para fechar as contas. Além
disso, pode motivar outras categorias (como policiais e bombeiros) a
pressionarem por um mesmo patamar de reajuste, o que gera um efeito cascata
sobre as contas locais.