Um incêndio de grandes proporções iniciado na manhã
desta sexta-feira (29) consumiu uma parte importante da Prefeitura de
Parauapebas e fez com que os cidadãos se solidarizassem com o prefeito Darci
Lermen, que está visivelmente abalado com a situação. O fogo teria tido início
numa central de ar condicionado, na sala da Procuradoria-Geral do Município
(PGM), e causou corre-corre porque, embora a maioria dos servidores esteja em
recesso, uma parte deles optou por seguir trabalhando normalmente para dar cabo
a processos internos.
Hipóteses mirabolantes, versões fantasiosas para o
incêndio e mentiras começaram a circular pelas redes sociais, lançadas por
“peritos” de plantão e páginas apócrifas, em nada contribuindo com o trabalho
de rescaldo feito pelo Corpo de Bombeiros, que entrou a tarde tentando debelar
as chamas que se espalharam para outros setores do prédio. A Assessoria de
Comunicação (Ascom) da Prefeitura de Parauapebas divulgou nota rebatendo fake
news e detalhando as providências que estão sendo tomadas para
investigar as causas do incêndio.
Na verdade, até mesmo os disseminadores do ódio e a
torcida do quanto pior melhor de Parauapebas podem ser afetados, direta ou
indiretamente, pelo incêndio. E as razões são simples de entender: toda a vida
socioeconômica do município passa pela prefeitura e pelos arquivos que estão
sob a sua guarda.
O fogo consumiu documentos importantes, que podem
parecer alheios ao dia a dia de quem mora em Parauapebas, mas não são. Ainda
não há como saber quais deles foram perdidos, mas é fato que são papéis
importantes para a tomada de decisão administrativa – como uma obra de
tapa-buraco ou aquisição de medicamento, por exemplo –, para a comprovação de
direitos individuais ou coletivos e, ainda, para a rotina de atendimento ao público.
Ao atingir a PGM, o fogo compromete o trabalho de
profissionais que redigem e analisam projetos de leis, justificativas de vetos,
decretos, regulamentos, contratos, convênios, pareceres sobre questões técnicas
e jurídicas, entre outros documentos de natureza jurídica que podem impactar as
políticas públicas que alcançam a vida de cada um dos parauapebenses.
O mesmo acontece quando o fogo atinge outras
secretarias, como Administração, que, entre outras perdas, pode contabilizar
prejuízos com os arquivos referentes à vida dos servidores públicos; e Fazenda,
que pode ver comprometido o expediente burocrático de repasse de recursos
financeiros às demais pastas.
Mudanças
O prefeito Darci Lermen disse nas redes sociais que
o incêndio não vai conseguir deter o trabalho de sua gestão e que outro local
será providenciado a partir da semana que vem, a fim de que o atendimento aos
cidadãos não seja interrompido. A prefeitura que Darci viu pegar fogo nesta
sexta-feira foi a mesma cuja construção ele iniciou no final de seu primeiro
mandato, em 2008, e entregou à sociedade no mandato seguinte, no dia 19 de
dezembro de 2009, em grande festa. A obra custou, à época, R$ 5 milhões.
Atualmente, o governo de Darci esboça, por meio do
Programa Municipal de Investimentos (PMI), a construção de um novo e moderno
Centro Administrativo, ao lado do prédio do Corpo de Bombeiros, no Bairro Beira
Rio, a fim de desafogar a estrutura do Morro dos Ventos, onde estão lotados
cerca de 3 mil servidores, e que acabou ficando pequena demais para tanta
gente. A construção do novo centro depende de licitação e não há previsão de
quando será iniciada.
Ze Dudu