As pontes de pau estão com os dias contados na zona
rural de Parauapebas. Nesta terça-feira (18), está prevista a conferência das
propostas comerciais para uma licitação aberta pelo governo de Darci Lermen com
a finalidade de começar a construção de pontes de concreto em substituição a
estruturas de madeira que fazem com que colonos passem raiva e amarguem
prejuízos, principalmente no inverno. É um investimento de R$ 8,301 milhões que
está sendo feito via Secretaria Especial de Governo (Segov). As informações
foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu.
Sob modalidade concorrência, a licitação está
dividida em dois lotes, cada um dos quais com quatro pontes a erguer. Do lote 1
constam as pontes da Gameleira (assentamento União), Rio Pulgas (vicinal Alto
Bonito), assentamento Itacaiúnas e vicinal Conquista. O investimento nessas
obras soma R$ 4,722 milhões e a previsão da Segov é começar a obra ainda este
ano, executar 19% delas em 2022 e o resto, 81%, concluir ao longo do ano que
vem. O tamanho das pontes varia de 21 metros (no caso da vicinal Conquista) a
56 metros (a da Gameleira).
Já no lote 2 estão as pontes do assentamento Rio
Branco, vicinal Pé de Pequi, vicinal Faisal e vicinal do Almeida, para as quais
a Prefeitura de Parauapebas deve desembolsar R$ 3,58 milhões. A ideia é
começá-las ainda este ano, executar 5,5% do serviço, e concluir o restante,
94,5%, em 2023. O tamanho das pontes desse lote varia de 14 metros (no caso da
vicinal Almeida) a 28 metros (vicinal Faisal).
A Segov explica que a opção por realizar a
licitação em lotes se deve a aspectos técnicos e operacionais, com vistas a
aperfeiçoar as atividades de gestão e fiscalização dos futuros contratos. A
meta é criar mais de uma frente de serviços e garantir competitividade entre as
empresas licitantes, dando celeridade às obras e diminuindo os riscos de
prejuízo em razão do inverno rigoroso, sendo intuitiva a necessidade de que se
trabalhe mais rápido e com melhores condições de cumprimento dos cronogramas
físico e financeiro dos contratos.
20 mil
beneficiados
Quando concluídos, os serviços devem alcançar
imediatamente os 20 mil moradores da zona rural, muitos dos quais passam
perrengues nas pontes de concreto, que são constantemente alvo de reclamações
e, também, de vídeos que viralizam nas redes sociais, sobretudo no inverno. As
pontes de concreto são pedidos antigos de muitos colonos que estão envolvidos
em uma cadeia de produção que movimenta quase R$ 200 milhões anualmente em
commodities do agronegócio.
Em nota para justificar a licitação, a Prefeitura
de Parauapebas alega que as pontes instaladas nessas vicinais “são de grande
importância para garantir o acesso à zona rural e a circulação das
mercadorias”, mas que a maioria delas é de madeira, “requerendo frequente
manutenção corretiva, o que gera alto custo ao erário público e transtornos aos
transeuntes”. Em vários trechos, aliás, as pontes existentes encontram-se
completamente deterioradas, reconhece o governo de Darci Lermen.
Ainda não há data para assinatura da ordem de
serviço, mas quando isso acontecer, cerca de 100 postos de trabalho com
carteira assinada na construção civil devem ser criados, com pico de
contratações previsto para 2023. O canteiro de obras em que se transformou o
município também se espalha pela zona rural.