A Vale e o Instituto Sociedade População e Natureza
(ISPN) lançaram, pelo segundo ano consecutivo, edital para o Programa Indígena
de Permanência e Oportunidades na Universidade (PIPOU). Com o intuito de apoiar
e ampliar a permanência de estudantes indígenas em universidades, tanto
públicas quanto privadas, serão disponibilizadas mais 55 bolsas no valor de R$1
mil/ mês, além da doação de um computador portátil para cada estudante. Além do
auxílio financeiro, o programa oferece acompanhamento pedagógico e atividades
extracurriculares, como a promoção de debates e reflexões que contribuam para o
acesso a direitos. Outro objetivo do programa é fortalecer as iniciativas de
ações afirmativas para indígenas nas Instituições de Ensino Superior do país.
A seleção será composta por duas etapas: na
primeira, o candidato deverá preencher um formulário e enviar uma redação sobre
a sua trajetória de vida, incluindo o ingresso na universidade. Na segunda, os
selecionados a partir da primeira fase, serão convocados para uma entrevista,
em que será avaliado o compromisso com o curso de graduação e com seu povo e
território. Os critérios para inscrição no processo seletivo estão listados no
edital que poderá ser acessado no site do ISPN (https://ispn.org.br). Dentre eles,
o/a estudante indígena deverá ter iniciado seus estudos nos anos de 2021 ou
2022 e estar matriculado/a em uma das 26 Instituições de Ensino Superior
selecionadas. As inscrições ficarão abertas até o dia 4 de janeiro de 2023.
O PIPOU é uma iniciativa inédita no âmbito privado
e a Vale acredita que este é um meio de fortalecer a autonomia dos povos
indígenas. “Esse projeto está em linha com nossa busca pela mineração
sustentável, que se baseia no relacionamento construtivo, de benefícios mútuos
e no respeito aos direitos dessas populações, como a educação”, explica Camilla
Lott, gerente executiva de Gestão Social da Vale.
A ideia é também ampliar o engajamento, buscando
atuação conjunta pela causa. “Com esse novo edital, serão mais de 100 jovens no
total recebendo o auxílio. A partir do ano que vem, pretendemos expandir, para
que outras empresas que tenham a pauta indígena como uma de suas prioridades
também possam participar. Queremos unir forças para contribuir cada vez mais
com as comunidades indígenas, fomentando a educação e a cultura em primeiro
lugar”, ressalta Camilla.
Sobre o colegiado
Cabe destacar que todo o programa é acompanhado por
um colegiado permanente de especialistas indígenas e não indígenas que também
prestam apoio na estruturação do programa. A instância é composta por dois
representantes do movimento indígena brasileiro, dois professores de
universidades públicas, dois representantes do movimento de estudantes
indígenas no Brasil, dois representantes discentes do PIPOU, dois
representantes do ISPN e dois representantes da Vale.
“O PIPOU vai muito além da questão financeira. Esse
colegiado de peso, formado por grandes especialistas indígenas e não indígenas,
permite contribuirmos para a formação de jovens mais conscientes, críticos e
empoderados”, salienta Camilla.
Sobre o relacionamento da Vale com indígenas
Em sua nova estratégia, a Vale revisou sua forma de
atuação com povos indígenas, com o objetivo de ampliar o engajamento na pauta e
de atuar com foco no registro e valorização da cultura indígena e no
fortalecimento do seu protagonismo. A iniciativa do PIPOU está em linha também
com a Ambição Social da Vale, que tem como uma das metas colaborar com as
comunidades indígenas vizinhas a todas as operações da empresa na elaboração e
execução de seus planos em busca de direitos previstos na Declaração da ONU sobre
os Direitos dos Povos Indígenas. As ações da empresa visam o
etnodesenvolvimento, a valorização dessas populações, além da proteção às
florestas.
Sobre o ISPN
O Instituto Sociedade, População e Natureza-ISPN é
uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, que há 32 anos atua
pelo desenvolvimento aliado à equidade social e equilíbrio ambiental, por meio
do fortalecimento dos meios de vida sustentáveis e estratégias de adaptação e
mitigação às mudanças do clima. Tem como foco a valorização dos saberes, das
práticas locais e das organizações comunitárias, além de apoiar a inclusão
sócio produtiva como forma de proteger e garantir os direitos dos povos
indígenas, comunidades tradicionais e agricultores e agricultoras familiares.
Dentro da estrutura do Programa PIPOU, o ISPN é responsável pela sua
implementação técnica, articulando as instâncias internas para que seu
funcionamento tenha êxito e participação igualitária de todas as partes
envolvidas. Conforme Fábio Vaz, coordenador executivo do ISPN, a educação é
fundamental na luta dos movimentos sociais na defesa dos seus direitos e na
diminuição das desigualdades entre populações historicamente marginalizadas.
“Dessa forma, o PIPOU se configura numa uma força estratégica para que os/as
estudantes indígenas realizem as suas graduações com sucesso e contribuam cada
vez mais para melhoria da qualidade de vidas dos seus povos e territórios”,
avalia o coordenador.
Serviço
Inscrições para o novo edital do Programa Bolsas
para Estudantes Indígenas no Ensino Superior (Vale/ISPN)
Público-alvo: Estudantes indígenas matriculados em
cursos de graduação em uma das 26 instituições de ensino superior públicas e
privadas listadas no edital
Período de inscrição: até 4 de janeiro de 2023
Link para inscrição: https://ispn.org.br/site/wp-content/uploads/2022/11/Edital_PIPOU_2022_2023.pdf
Mais informações: pipou-bolsas@ispn.org.br