Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024

Brasil
Publicada em 09/01/23 às 05:53h - 104 visualizações
Parauapebas tem maior aumento populacional do século no Pará; saiba quanto
Em apenas 22 anos, Capital do Minério recebeu ou viu nascer uma impressionante quantidade de gente que Castanhal demorou 90 para computar. Por outro lado, vizinho Água Azul diminuiu

Jornal O Niquel


Um levantamento inédito realizado pelo Blog do Zé Dudu a partir de dados preliminares do censo de 2022, cruzados com dados do censo de 2000, revelam que Parauapebas é o município paraense com maior incremento populacional no século atual, que começou oficialmente em 1º de janeiro de 2001. A Capital do Minério ganhou em 22 anos cerca de 200 mil moradores, muito mais que Belém, Ananindeua, Santarém e Marabá. Em toda a Região Norte, só as capitais Manaus e Boa Vista registraram incremento maior no período.

Em números, a população de Parauapebas saltou de 71.591 habitantes em 1º de agosto de 2000 para 271.577 residentes em 1º de agosto de 2022. Nesse período, o mais rico município do interior amazônico recebeu ou viu nascer 25 novos moradores por dia, durante 8.035 dias. A média anual foi de 9.090 novos habitantes, acima das médias de Ananindeua (5.582), Santarém (4.702), Marabá (4.023) e Belém (3.976).

Embora os dados ainda sejam prévios, visto que o censo de 2022 segue com coleta que deve avançar até fevereiro, o forte crescimento de Parauapebas é esperado. A dúvida, até o final do censo, é saber se de fato a Capital do Minério terá recebido em pouco mais de duas décadas mais habitantes que Belém, para quem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projeta, de forma esquisita, redução populacional, e mais que Santarém, que, nesse ponto de comparação, tem cerca de 23 mil habitantes a menos que em 2000, quando ainda computava como sua a população de Mojuí dos Campos, emancipado em 2013.

Um “Castanhal de gente”

A multidão de pessoas que Parauapebas conseguiu arrebanhar em apenas 22 anos é praticamente a mesma quantidade de habitantes que Castanhal, com 200.003 habitantes, conseguiu reter em 90 anos de emancipação. Numa velocidade impressionante, a população da Capital do Minério ultrapassou à da Cidade Modelo em 2013, e daí impôs distância numérica de muitos milhares. A próxima vítima na corrida populacional acelerada de Parauapebas é Marabá, com cujo município está, segundo estima o IBGE, em empate técnico, mas a quem é provável já ter superado em se tratando de população urbana da sede.

Outro que também se destaca nesse quesito é Canaã dos Carajás, que, pela quantidade de gente que conseguiu arregimentar este século, deixa qualquer capital impactada. A dimensão que tomou Canaã, partindo de 10.934 habitantes em 2000 para 75.433 atualmente, é ainda maior que a de Parauapebas. Se, proporcionalmente, Canaã tivesse o tamanho de Parauapebas em 2000 e mantivesse o pique populacional desde então, hoje certamente a Terra Prometida estaria com 494 mil moradores, uma vez que, enquanto a população de Capital do Minério aumentou pouco mais de três vezes e meia em 22 anos, a de Canaã se multiplicou por quase sete vezes.

Em termos didáticos, Canaã deixou de ser uma mera corrutela e aglutinou 64.499 novos moradores, mais gente que a população inteira somada de seus vizinhos Xinguara e Sapucaia. Canaã dos Carajás é, enfim, um fenômeno que, devido aos projetos que a mineradora multinacional Vale instalou e pretende ampliar em seu território, desafia toda a sorte de estatísticas demográficas.

Por outro lado, é da mesmíssima microrregião onde a população mais cresce no Brasil (a de Parauapebas) o município que mais sofreu esvaziamento demográfico no estado este século: Água Azul do Norte. O Blog observou que Água Azul perdeu, desde o censo 2000, exatos 4.771 habitantes, com base na parcial do censo de 2022.

O sudeste do Pará é, no geral, a região que possui os municípios com os maiores esvaziamentos. Além de Água Azul, que está com população em 2022 menor que há 22 anos, estão sofrendo do mesmo mal Rondon do Pará, com 4.674 moradores a menos que no início do milênio; Jacundá, com 4.646 a menos; e São Geraldo do Araguaia, com 3.398 a menos. Ao todo, a maldição do encolhimento entre os censos de 2000 e 2022, conforme indicado por cálculos ainda duvidosos do IBGE, afeta 12 municípios paraenses.

ZE DUDU





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