Um levantamento inédito realizado pelo Blog do Zé Dudu a
partir de dados preliminares do censo de 2022, cruzados com dados do censo de
2000, revelam que Parauapebas é o município paraense com maior incremento
populacional no século atual, que começou oficialmente em 1º de janeiro de
2001. A Capital do Minério ganhou em 22 anos cerca de 200 mil moradores, muito
mais que Belém, Ananindeua, Santarém e Marabá. Em toda a Região Norte, só as
capitais Manaus e Boa Vista registraram incremento maior no período.
Em números, a população de Parauapebas saltou de
71.591 habitantes em 1º de agosto de 2000 para 271.577 residentes em 1º de
agosto de 2022. Nesse período, o mais rico município do interior amazônico
recebeu ou viu nascer 25 novos moradores por dia, durante 8.035 dias. A média
anual foi de 9.090 novos habitantes, acima das médias de Ananindeua (5.582),
Santarém (4.702), Marabá (4.023) e Belém (3.976).
Embora os dados ainda sejam prévios, visto que o
censo de 2022 segue com coleta que deve avançar até fevereiro, o forte
crescimento de Parauapebas é esperado. A dúvida, até o final do censo, é saber
se de fato a Capital do Minério terá recebido em pouco mais de duas décadas
mais habitantes que Belém, para quem o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) projeta, de forma esquisita, redução populacional, e mais
que Santarém, que, nesse ponto de comparação, tem cerca de 23 mil habitantes a
menos que em 2000, quando ainda computava como sua a população de Mojuí dos
Campos, emancipado em 2013.
Um
“Castanhal de gente”
A multidão de pessoas que Parauapebas conseguiu
arrebanhar em apenas 22 anos é praticamente a mesma quantidade de habitantes
que Castanhal, com 200.003 habitantes, conseguiu reter em 90 anos de
emancipação. Numa velocidade impressionante, a população da Capital do Minério
ultrapassou à da Cidade Modelo em 2013, e daí impôs distância numérica de
muitos milhares. A próxima vítima na corrida populacional acelerada de
Parauapebas é Marabá, com cujo município está, segundo estima o IBGE, em empate
técnico, mas a quem é provável já ter superado em se tratando de população
urbana da sede.
Outro que também se destaca nesse quesito é Canaã
dos Carajás, que, pela quantidade de gente que conseguiu arregimentar este
século, deixa qualquer capital impactada. A dimensão que tomou Canaã, partindo
de 10.934 habitantes em 2000 para 75.433 atualmente, é ainda maior que a de
Parauapebas. Se, proporcionalmente, Canaã tivesse o tamanho de Parauapebas em
2000 e mantivesse o pique populacional desde então, hoje certamente a Terra
Prometida estaria com 494 mil moradores, uma vez que, enquanto a população de
Capital do Minério aumentou pouco mais de três vezes e meia em 22 anos, a de
Canaã se multiplicou por quase sete vezes.
Em termos didáticos, Canaã deixou de ser uma mera
corrutela e aglutinou 64.499 novos moradores, mais gente que a população
inteira somada de seus vizinhos Xinguara e Sapucaia. Canaã dos Carajás é,
enfim, um fenômeno que, devido aos projetos que a mineradora multinacional Vale
instalou e pretende ampliar em seu território, desafia toda a sorte de
estatísticas demográficas.
Por outro lado, é da mesmíssima microrregião onde a
população mais cresce no Brasil (a de Parauapebas) o município que mais sofreu
esvaziamento demográfico no estado este século: Água Azul do Norte. O Blog
observou que Água Azul perdeu, desde o censo 2000, exatos 4.771 habitantes, com
base na parcial do censo de 2022.
O sudeste do Pará é, no geral, a região que possui
os municípios com os maiores esvaziamentos. Além de Água Azul, que está com
população em 2022 menor que há 22 anos, estão sofrendo do mesmo mal Rondon do
Pará, com 4.674 moradores a menos que no início do milênio; Jacundá, com 4.646
a menos; e São Geraldo do Araguaia, com 3.398 a menos. Ao todo, a maldição do
encolhimento entre os censos de 2000 e 2022, conforme indicado por cálculos
ainda duvidosos do IBGE, afeta 12 municípios paraenses.
ZE DUDU
Estude através da AEON ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL DE OURILÂNDIA
DO NORTE PA
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