Manifestantes promovem quebra quebra nas sedes dos Três Poderes da República neste domingo (8). Polícia isolou uma área e já prendeu mais de 160 pessoas (Foto: )
Brasília – Milhares
de pessoas conseguiram furar o bloqueio montado pela Polícia Militar na
Esplanada dos Ministérios e invadiram as sedes dos três Poderes, promovendo
quebra quebra nos prédios do Congresso Nacional, no Palácio do Planalto e no
Supremo Tribunal Federal (STF), neste domingo (8). Os manifestantes que estavam
concentrados no quartel-general do Exército, em Brasília, se juntaram às
centenas de pessoas que chegaram em mais de cem ônibus vindos de outros estados
desde ontem (7) e desceram em direção à Esplanada. A polícia foi acionada,
cercou os manifestantes e já prendeu mais de 160 pessoas, retomando o controle
dos prédios e disparando bombas de gás lacrimogênio para dispersar a multidão
em fúria. Houve corre-corre e a situação é gravíssima.
Durante a invasão, o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva visitava a cidade paulista de Araraquara ao lado do ministro das Cidades,
Jader Filho, para inspecionar os estragos das chuvas que castigaram a
infraestrutura do município. O ministro da Justiça, Flávio Dino, ligou para o
chefe do Executivo, informando os atos de vandalismo e terrorismo na Praça dos
Três Poderes.
Em seguida, o presidente assinou um decreto que
autoriza uma intervenção federal na segurança pública em Brasília até o dia 31
de janeiro. O decreto foi anunciado em pronunciamento a partir de Araraquara.
“O objetivo da intervenção é ‘pôr termo a grave
comprometimento da ordem pública no estado do Distrito Federal, marcada por
atos de violência e invasão de prédios públicos,” disse. O decreto é uma resposta
aos atos deste domingo. Os vândalos chegaram até o terceiro andar do Planalto,
onde fica o gabinete do presidente da República e quebraram tudo o que viram
pela frente; o mesmo aconteceu no Salão Verde Negro do Congresso Nacional. O
Plenário do Supremo Tribunal Federal foi destruído quase que por completo.
No decorrer do dia, Lula afirmou ainda que “é
preciso que essa gente seja punida de forma exemplar, de forma que ninguém
nunca mais ouse, com a bandeira nacional nas costas, ou com a camiseta da
seleção brasileira, para se fingirem de nacionalistas, de brasileiros, façam o
que eles fizeram hoje”.
Ele comparou os invasores com nazistas e fascistas
e disse que o governo vai identificar e responsabilizar todos os responsáveis,
inclusive quem financiou os atos: “Vamos descobrir quem foram os financiadores
desses vândalos que foram a Brasília e pagarão com a força da lei por esse
gesto antidemocrático.”
Veja
o decreto
O presidente responsabilizou o ex-mandatário Jair
Bolsonaro por incentivar seus apoiadores a realizar atos violentos e
antidemocráticos. “Esse genocida não só provocou isso, como também, quem sabe,
está estimulando ainda pelas redes sociais,” afirmou.
Ele relembrou ainda suas derrotas em eleições presidenciais
antes de 2002 e disse que, apesar de ter perdido tantas vezes, seu partido
nunca foi às ruas questionar os resultados. “Em nenhum momento vocês viram
qualquer militante do meu partido, qualquer militante de esquerda fazer
qualquer objeção ao presidente da República eleito,” disse o chefe do
Executivo, que afirmou que isso “nunca foi feito na história deste país”.
Conivência
Para Lula, a Segurança Pública do Distrito Federal,
liderada até a tarde deste domingo por Anderson Torres – que foi exonerado pelo
governador Ibaneis Rocha depois da invasão –, não foi suficiente para conter o
avanço dos golpistas.
“Eles invadiram, quebraram muitas coisas e,
lamentavelmente, quem tem que fazer a segurança do Distrito Federal é a Polícia
Militar do Distrito Federal, que não fez,” afirmou o presidente. “Houve, eu
diria, incompetência, má vontade ou má fé das pessoas que cuidam da segurança
pública”.
Ele lembrou que essa não foi a primeira vez que
isso ocorreu e mencionou o ocorrido em sua diplomação, no dia 12 de dezembro,
quando bolsonaristas queimaram ônibus e carros, e tentaram invadir a sede da
Polícia Federal. “Vocês viram aquele quebra-quebra à noite e a PM de Brasília
estava guiando eles e não fazia absolutamente nada,” disse.
Manifestantes promovem quebra quebra nas sedes dos Três Poderes da República neste domingo (8). Polícia isolou uma área e já prendeu mais de 160 pessoas
Milhares de pessoas tomaram a Esplanada e
promoveram a destruição de prédios públicos e incendiaram carros neste domingo
No fim da tarde, a PM conseguiu expulsar os
terroristas do prédio do STF e se dirigiu para o Palácio do Planalto, com uso
de bombas de efeito de moral.
O secretário de Segurança Pública do DF, Anderson
Torres, que era ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, se manifestou
inicialmente em suas redes sociais classificando os atos golpistas como “cenas
lamentáveis na Esplanada dos Ministérios”. Torres está viajando e não está em
Brasília.
Mais cedo, o atual ministro da Justiça, Flávio
Dino, afirmou ter conversado com governadores sobre os atos antidemocráticos
que acontecem pelo país e disse esperar que a polícia não precisasse agir para
conter atos violentos desses grupos. No sábado (7), ele assinou uma portaria autorizando
o emprego da Força Nacional para conter protestos na Esplanada dos Ministérios.
Líderes
do Congresso farão reunião de emergência
Os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal marcaram, em lugar sigiloso, uma reunião para tratar da invasão aos
prédios públicos na Praça dos Três Poderes neste domingo.
Mais cedo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco
(PSD-MG), usou sua rede social para se manifestar: “Repudio veementemente esses
atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência”.
Arthur Lira (PP-AL) também se manifestou: “Eu me
coloco à disposição de todos os Chefes de Poderes para fazermos uma reunião
para deixar absolutamente inquestionável que os três Poderes estão mais
unidos do que nunca a favor da Democracia”.
“Neste encontro, claro, poderemos discutir, na mais
absoluta amplitude possível, todas as medidas necessárias para fortalecer
nossas instituições,” disse.
Por Val-André
Mutran – de Brasília
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