O governo Lula estuda decretar Estado de Alerta (Foto: )
Brasília –
Dispostos a causar o caos no País e forçar a intervenção das Forças Armadas
para o restabelecimento da Lei e da Ordem, desde que isso resulte na derrubada
do governo, prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dissolução do
Congresso e prisão de quase todos os ministros do Supremo Tribunal Federal, em
nova investida, grupos extremistas convocaram a paralisação do país nesta
quarta-feira (11). Essas e outras novas ameaças que circulam na redes sociais e
aplicativos de troca de mensagens estão sendo monitoradas pelo governo federal,
Pelo menos 56 grupos foram monitorados e 171
mensagens fundamentaram petição da Advocacia-Geral da União (AGU), que
ingressou com o pedido acionando o Supremo Tribunal Federal (STF) na noite
desta terça-feira (10), após detectar uma onda de novas ameaças de protestos
golpistas, organizados por grupos extremistas em todo o País. A AGU pede ao
ministro Alexandre de Moraes que todas as autoridades tomem medidas cabíveis
para evitar invasão de prédios públicos e obstrução de vias urbanas ou
rodovias.
Internamente, porém sem admitir publicamente, o
grupo de ministros como Defesa, Justiça, AGU, GSI, dentre outros, estudam a
criação de um gabinete extraordinário de monitoramento de crise e sugerir ou
não ao presidente Lula a decretação do Estado de Alerta no País. A situação é
considerada da mais alta gravidade e o temor de membros do governo é de que, se
o Estado não se adiantar ao que planejam os golpistas, a situação pode escalar
para a desordem generalizada.
“Se os extremistas convencerem setores como os
caminhoneiros, agronegócio, comércio e serviços, o País mergulhará no caos
total”, disse uma fonte próximo as conversas do alto escalão do governo. No
noticiário desta quarta-feira (11), vários veículos de comunicação do chamado
consórcio de imprensa, noticiam que “algo está no ar”.
A Constituição Federal do Brasil prevê uma escala
de remédios legais nesses casos de turbulência e obedecem ao nível de
temperatura do corpo do paciente, nesse caso o Estado, como um termômetro.
Já está preso o comandante-geral da Polícia Militar
do Distrito Federal (PMDF)
O primeiro foi acionado no domingo (8), com a
decretação pelo presidente Lula de Intervenção Federal na Segurança Pública do
Distrito Federal, seguido por decisão do ministro Alexandre de Moraes, que
ordenou, de ofício e de forma monocrática, o afastamento do governador Ibaineis
Rocha (MDB). Na terça-feira (10), Moraes mandou prender o comandante-geral da
Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) coronel Fábio Augusto, cuja ordem já
foi cumprida. Quem também vai para a cadeia por ordem de Moraes é o ex-Secretário
de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, Anderson
Torres, que está em viagem aos Estados Unidos e disse que vai voltar e se
entregar.
Conforme a situação vá escalando, o governo vai
ministrando os remédios constitucionais que cada caso requer. Ocorre que, sob o
ponto de vista político, os extremistas estão fazendo exatamente o que o
próprio PT acusava Bolsonaro de querer fazer, mas que só era possível caso o
ex-presidente “saísse das quatro linhas”.
Num caso de paralisação da ordem do país, Lula terá
poderes ditatoriais e juridicamente incontestáveis que só serão derrubados no
caso de uma guerra civil, a última escala do remédio: a decretação do Estado de
Sítio.
A “Mega Manifestação Nacional pela Retomada do
Poder” está prevista para ocorrer em todas as capitais nesta quarta-feira (11),
inclusive na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, palco dos protestos
antidemocráticos que resultaram na depredação do Congresso, do Palácio do
Planalto e da sede do Supremo Tribunal Federal (STF) no último domingo (8).
Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), as
convocações para os novos atos golpistas, programados para começar às 18h, têm
circulado especialmente no Telegram.
Após detectar a ameaça, a AGU pediu ao ministro
Alexandre de Moraes que determine a adoção de “medidas imediatas, preventivas e
necessárias” pelas autoridades — tanto do governo federal como de todos os
Estados brasileiros — para impedir “qualquer tentativa” de invasão a prédios
públicos, assim como evitar a obstrução de vias urbanas ou rodovias.
O governo Lula também quer que o STF determine à
Polícia Federal, à Polícia Rodoviária Federal e à PM de todos os Estados a
identificação dos veículos utilizados nesses novos atos antidemocráticos, assim
como informe à Corte os nomes de todos aqueles que aderirem a esses protestos.
A situação é de gravidade porque há, efetivamente,
simpatia de vários setores da sociedade para que se chegue ao extremo proposto
de derrubar o governo.
Vários militares e servidores públicos foram
flagrados apoiando o quebra-quebra de domingo. Após contrariar o STF e
autorizar ato golpista em Minas, um juiz foi sumariamente afastado do cargo
pelo Conselho Nacional de Justiça.
O corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe
Salomão, decidiu na segunda-feira (9) afastar do cargo o juiz Wauner Batista
Machado, que havia autorizado a obstrução de uma avenida de Belo Horizonte para
um empresário fazer protesto golpista em frente ao Comando da 4º Região Militar
do Exército.
Petição
da AGU
Na petição que a AGU encaminhou ao STF há uma
relação de cinco páginas com perfis no Telegram de pessoas envolvidas nas
manifestações golpistas previstas para esta quarta-feira — e pediu a Moraes que
determine o bloqueio das contas de todos os usuários mapeados. Ao todo, 56
grupos foram monitorados e 171 mensagens foram destacadas no pedido.
“O que se observa é nova tentativa de ameaça ao
Estado democrático de Direito, o qual deve ser salvaguardado e protegido,
evitando-se para tanto o abuso do direito de reunião, utilizado como ilegal e
inconstitucional invólucro para verdadeiros atos atentatórios ao Estado
democrático de Direito”, alega a AGU.
No caso de descumprimento da decisão judicial, a
AGU pede a fixação de multa de R$ 20 mil por hora para os manifestantes e R$
100 mil por hora para empresas que fornecerem apoio logístico e financeiro aos
protestos.
O pedido da AGU foi enviado ao Supremo no âmbito de
uma ação movida pelo próprio órgão durante o governo Michel Temer (MDB), na
esteira das paralisações de caminhoneiros que abalaram o país há cinco anos. A
ação tramita no STF desde maio de 2018.
Sobre os ataques do último domingo, a AGU afirmou
ao STF que “o mundo, estarrecido, assistiu à tentativa de completa destruição
do patrimônio material e imaterial, além de todos o simbolismo que carregam das
instituições democráticas”.
Reportagem: Val-André
Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em
Brasília.
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