Por Wellton
Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília
A
Dívida Pública Federal – que inclui o endividamento interno e externo do Brasil
– fechou 2022 em R$ 5,951 trilhões, informou hoje (26) a Secretaria do Tesouro
Nacional, do Ministério da Economia. O valor representou aumento de 6,02% em
relação a 2021, quando a dívida estava em R$ 5,614 trilhões.
O valor representou alta de 1,37% em relação a novembro, quando a dívida era de
R$ 5,871 trilhões. Apesar do alto volume de emissões em dezembro, a dívida
ficou abaixo dos limites estabelecidos pelo Plano Anual de Financiamento (PAF)
de 2022, que estabelecia que a dívida pública poderia fechar o ano passado
entre R$ 6 trilhões e R$ 6,4 trilhões.
A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi), que é a parte da dívida
pública no mercado interno, teve o estoque ampliado em 1,48% em dezembro,
passando de R$ 5,616 trilhões para R$ 5,699 trilhões. Esse crescimento da
dívida ocorreu por causa da apropriação positiva de juros, no valor de R$ 56,3
bilhões (quando os juros da dívida são incorporados ao total mês a mês), e pela
emissão líquida mensal de R$ 26,61 bilhões (quando o Tesouro emitiu mais
títulos do que resgatou).
Apesar da emissão líquida em dezembro, o governo terminou o ano resgatando R$ 219,1
bilhões a mais do que emitiu da dívida interna. Segundo o subsecretário de
Dívida Pública, Otávio Ladeira Medeiros, o governo optou por usar outras fontes
de financiamento no ano passado em vez de emitir títulos públicos. Ele citou
como fontes a devolução de títulos públicos do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), transferências de lucros do Banco
Central para o Tesouro Nacional e dinheiro da desvinculação de fundos, que está
em vigor desde 2021.
O estoque da Dívida Pública Federal Externa (DPFe), captada do mercado
internacional, caiu 0,89% no último mês de 2022, encerrando o ano em R$ 252,45
bilhões (US$ 48,38 bilhões). O principal motivo foi a queda de 0,7% do dólar no
mês passado. Desse total, R$ 212,18 bilhões (US$ 40,66 bilhões) referem-se à
dívida mobiliária (em títulos no mercado internacional) e R$ 40,28 bilhões (US$
7,72 bilhões), à dívida contratual (com bancos e organismos internacionais).
Em 2022, a Dívida Pública Federal Externa (DPFe) caiu 4,63% em relação ao ano
anterior, quando tinha ficado em R$ 264,72 bilhões. Segundo o Tesouro Nacional,
apesar de o governo ter aumentado o endividamento com organismos internacionais
no ano passado, não houve emissões de títulos públicos brasileiros no exterior
em 2022. A falta de emissões contribuiu para a diminuição do estoque da dívida
no mercado estrangeiro.
Recursos
Por
meio da dívida pública, o Tesouro Nacional emite títulos públicos para pegar
emprestado dinheiro dos investidores e honrar compromissos financeiros. Em troca,
compromete-se a devolver os recursos depois de alguns anos, no vencimento do
papel, com algum rendimento. A correção pode seguir a taxa Selic (juros básicos
da economia), a inflação, o câmbio ou ser prefixada (definida com
antecedência).
Em dezembro, os maiores detentores da dívida pública eram as instituições
financeiras (29,12%). O estoque desse grupo passou de R$ 1,61 trilhão para R$
1,66 trilhão de novembro para dezembro.
Em seguida, estão os fundos de investimento, com uma fatia de 23,98%; os fundos
de Previdência, com 22,83%; os investidores estrangeiros (9,36%); o governo
(4,33%); as seguradoras (3,98%) e outros (6,4%). Apesar de uma leve alta nos
últimos meses de 2022, a participação de estrangeiros na dívida interna caiu em
relação a dezembro de 2021, quando estava em 10,6%. O interesse dos
estrangeiros na dívida interna serve como parâmetro para a confiabilidade da
dívida pública brasileira no exterior.
Edição:
Nádia Franco