Por
Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil - Brasília
O
ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse hoje (16)
acabou o “liberou geral de armas” no país, ao comentar decisão do
ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu
a constitucionalidade do decreto
presidencial que
limita o acesso a armas de fogo e determina o recadastramento.
Até
o momento, segundo o ministro, cerca de 68,5 mil armas no poder de CACs
(caçadores, colecionadores, atiradores e particulares)
e 2,2 mil armas de uso restrito foram
recadastradas.
Na
avaliação de Dino, com a decisão do STF, deve haver um aumento no número de
armas recadastradas. “A nossa expectativa é que esse número cresça nos próximos
dias, uma vez que havia a ilusão de alguns que o decreto do presidente Lula
seria revogado e não há nada disso. O prazo está fluindo e a decisão do Supremo
confirma o caminho que foi decidido pelo presidente da República e vamos levar
adiante esse recadastramento”, disse.
O
recadastramento deve ser feito até o final de março e quem não fizer, poderá
sofrer sanções. “A Polícia Federal fará esse recadastramento até o
final de março para as armas de uso permitido e de uso restrito. Quem não
recadastrar, automaticamente essas armas passarão a ser proibidas e, por isso,
estarão sujeitas à apreensão e os proprietários estarão cometendo crimes”,
alertou Dino.
Desde
o início da vigência do decreto, em janeiro, o ministro destacou queda no
número de armas de fogo registradas no país: 3.888 armas em janeiro de 2023,
contra 9.719 no mesmo mês de 2022.
O
próximo passo será a elaboração de uma norma para regular o acesso da população
a armas. Serão realizadas audiências públicas com diferentes segmentos da
sociedade, a exemplo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entidades de
direitos humanos, indústria de material bélico e confederações de tiro
esportivo, tático e prático.
“Vamos
fazer audiências públicas, inclusive com os representantes dos armamentistas.
Vamos ouvi-los, estamos abertos a ponderações, mas o liberou geral não voltará
ao Brasil. Acabou o liberou geral de armas de fogo no Brasil”, ressaltou.
Dino
adiantou que a regulamentação sobre acesso a armas será revista e há estudo
para a criação de um programa de recompra de armas indisponíveis para a
população. “Pedimos que as pessoas cumpram a lei, entendam que a lei tem que
ser cumprida no Brasil. O recadastramento é que vai permitir que a gente
dimensione o programa de recompra”, disse.
Edição:
Carolina Pimentel