Por
Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil - Brasília
O
governo federal estuda fechar novamente o espaço aéreo no território indígena
dos Yanomami, em Roraima, informou hoje (16) o ministro da Justiça e Segurança
Pública, Flávio Dino.
Corredores
humanitários de voo foram abertos com o objetivo de permitir a saída dos
garimpeiros da terra indígena. A abertura do espaço aéreo teria
validade até o dia 13 de fevereiro, mas foi prorrogada para o dia 6 de maio.
O
novo fechamento do espaço aéreo, que deve ser adotado até próxima semana, visa
acelerar a saída dos garimpeiros ilegais que ainda estão na região. Na
avaliação do Ministério da Justiça, da Força Nacional e da Polícia Federal, a
prorrogação da abertura do espaço aéreo está gerando lentidão para a saída. Além
do fechamento do espaço aéreo, o ministro disse ainda que tanto a Força
Nacional quanto a Polícia Federal têm intensificado as ações para apreensão e
inutilização de equipamentos dos garimpos.
“Na quarta-feira
próxima, eu e o ministro da Defesa, José Múcio, vamos fazer uma nova reunião
para planejamento das próximas etapas e provavelmente haverá um novo fechamento
do espaço aéreo sobre o território yanomami nas próximas semanas. Estamos
avaliando, a PF junto conosco, a Força Nacional e o Ministério da Defesa, de
que esse novo fechamento deve ser antecipado para agilizar a saída de
garimpeiros que ainda permanecem, em pequeno número, no território yanomami
nesse momento”, afirmou.
Conflito na Bahia
Sobre
o conflito envolvendo indígenas pataxó e fazendeiros no sul da Bahia, Dino
disse que o ministério está em tratativa com o governo da Bahia para autorizar
a atuação da Força Nacional.
Uma
decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, de 2021,
determinou que o uso da Força Nacional nos estados só pode ocorrer após
autorização dos governadores.
Em
janeiro, dois indígenas Pataxó foram assassinados, no extremo sul da Bahia. Após o crime, a ministra
dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, solicitou ao Ministério da Justiça e
Segurança Pública o envio da Força Nacional.
“Consultamos
o estado da Bahia e estão ocorrendo reuniões entre os ministérios e o governo
do estado para definir se a Força Nacional participa e em que termos”, disse
Dino, acrescentando que a PF tem atuado em parceria com a Polícia Civil da
Bahia na investigação do caso.
Caso Marielle
O
ministro anunciou ainda a criação de uma força-tarefa, com a participação da PF
e do Ministério Público do Rio de Janeiro, para investigação do caso da
vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, assassinados em março
de 2018. A decisão foi tomada após Flávio Dino se reunir com o procurador-geral
de Justiça do Rio de Janeiro, Luciano Mattos, nesta quarta-feira
(15).
“Ela
[a investigação] terá desdobramentos mediante essa cooperação definida com
a designação de uma força-tarefa de promotores e da Polícia Federal para
evolução das investigações desse terrível homicídio”, disse. “Não estamos
abandonando a tese da federalização, estamos suspendendo a tese da
federalização para, neste momento, privilegiarmos o trabalho conjunto entre a
esfera federal e a esfera estadual”.
Edição:
Carolina Pimentel