O histórico
leilão de 526 quilômetros de malha rodoviária estadual, realizado na última quarta-feira,
15 de março, vai reverberar em várias frentes, incluindo a movimentação da
economia com as melhorias no escoamento da produção; a geração de empregos
nas obras e monitoramento dos trechos de rodovia leiloados por parte da
empresa vencedora; e ainda na economia para os cofres públicos na manutenção
dessas vias. Essa modalidade de venda pública de estradas é inédita no Pará.
Adler Silveira, titular da Secretaria de Estado de Transporte
(Setran), pasta responsável pela organização do leilão junto à Bolsa de
Valores de São Paulo (B3), reforça o impacto futuro no tesouro estadual a
partir da não necessidade de mais investir em manutenção dos trechos
leiloados, e assim poder investir em outros.
A concessão deve significar uma economia para o estado de R$ 90
milhões anuais que serão revertidos em novas rodovias ou em novas políticas
públicas para a sociedade, com geração de empregos com melhor qualidade de
rodovias.
"Teremos ao longo dessas vias, as bases de apoio com guincho,
ambulância, ou seja, uma transformação da realidade do principal corredor
logístico do estado, que liga a principal região produtora de onde sai a
mineração, a pecuária, os grãos, ao principal porto de escoamento de
produção, que é o de Vila do Conde. É um avanço na modernização da malha
rodoviária, bem como o avanço definitivo para que nós possamos ter de fato
rodovias com mais qualidade, proporcionando economia e agregando geração de
receita via outorga de valores, além de distribuição de renda pelos 11
municípios cortados por essas estradas. É uma virada de chave para a vida da
população", aponta o gestor público.
Já Paulo Bengtson, que está à frente Secretaria de Desenvolvimento,
Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), afirma que a melhoria na
infraestrutura da malha viária proporcionará o transporte de cargas e
passageiros com segurança, atração de novos investimentos, geração de
empregos, e o desenvolvimento social e econômico dos municípios da região.
"A via estadual é um importante corredor para o escoamento de
produtos agropecuários e de produtos das atividades de mineração, um dos
principais produtos exportados pelo Pará, com grande representatividade na
balança comercial. Garantir a logística para o escoamento dos polos
produtivos com agilidade e fluidez é fundamental para o desenvolvimento em
vários setores da economia e o aumento da competitividade do Estado",
avalia o Bengtson.
Giovanni Queiroz, que está no comando da Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Agropecuário e da Pesca (Sedap), vê com entusiasmo as iniciativas do governo
estadual para garantir a viabilidade da produção paraense.
"Com isso, o governo está garantindo e dando segurança ao nosso
produtor no que diz respeito ao escoamento de sua produção. No sul do Pará há
um sério problema nas BRs, nas rodovias federais, cuja herança do governo
anterior nos deixa vias praticamente intransitáveis, com volume de tráfego de
mais ou menos dois mil caminhões por dia destinados ao porto de Barcarena. E
assim também ocorre com a PA-150, que liga Redenção a Marabá. O Governo do
Estado inicia um processo novo, moderno, que já se usa em todo o Brasil, que
é a concessão de manutenção e ampliação dos trechos necessários para que a
gente possa ter a garantia do escoamento de nossa produção. Helder assume
efetivamente iniciativas que devem alavancar cada vez mais a segurança do
produtor de produzir", analisa o secretário.
Sobre - O Governo do Pará concedeu à iniciativa privada cerca de 526
quilômetros de malha rodoviária estadual que interliga a cidade de Marabá,
cidade localizada na região sudeste do Estado, até o município de Marituba,
na Região Metropolitana de Belém. A PA é uma via de escoamento de grãos,
pecuária, minério, papel e celulose.
R$ 3,7 bilhões em investimentos - Este corredor
rodoviário vai receber investimentos estimados na ordem de R$ 3,7 bilhões ao
longo do contrato. O lote foi arrematado pela Consórcio Conquista do Pará,
representada pela Mundinvest, com uma outorga fixa de R$ 10 milhões e R$ 440
milhões variáveis. A previsão da cobrança de pedágio é a partir do 13º mês de
contrato após, obrigatoriamente, o cumprimento das melhorias previstas. Além
disso, o projeto vai gerar receita extra de impostos no valor de R$ 252
milhões, além da geração de três mil empregos diretos e indiretos.
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