Na
manhã desta sexta-feira (31), familiares se reuniram no trecho que fica do KM 4
da Rodovia PA-150, entre Marabá e Nova Ipixuna, em um ato de manifestação
pacífica que pede justiça pelas 12 vítimas que perderam as vidas no trágico
acidente que aconteceu no local há oito dias, no último dia 24.
Ao
Correio de Carajás, os familiares externaram súplicas por respostas, justiça e
responsabilização. Além de um pedido por mais fiscalização e manutenção da
rodovia.
Marcos
Jordi Lopes, filho e irmão de duas das vítimas – Miriãm Lopes e Rayane Lopes,
respectivamente –, é veemente ao falar que o ato é um protesto por justiça. “A
gente tem muitas versões do porquê aconteceu, que a gente escuta de terceiros,
mas a gente não tem ainda o inquérito finalizado”.
Marcos perdeu a mãe e a irmã no
acidente e, muito emocionado, pede respostas. Foto: Correio Carajás
Conforme
ele, os familiares ainda não receberam do poder público a informação sobre o
que causou o acidente. “Se foi uma falha mecânica, que é passível de ser
corrigida, essa falha deveria ter sido corrigida para que isso não
acontecesse”, frisa. Ele conta que tem conhecimento de que os veículos
envolvidos no acidente não estão mais em posse da polícia e afirma que o
processo “está correndo solto” e ninguém foi responsabilizado até o momento.
Muito
emocionado, Joanancio Araújo, pai de Cledilza Araújo dos Santos, dividiu com a
Reportagem a dificuldade em suportar a dor da perda. “É triste, a gente não
quer outra coisa além da justiça pra saber, pra amenizar. É triste demais”. Ele
conta que a última vez que viu a filha foi um dia antes do acidente, no dia 23,
e que soube através de colegas de trabalho de Cledilza, que era professora em
Nova Ipixuna e pegou a van para ir até o município, não havia chegado ao
destino. Desesperado, tentou ligar várias vezes para o telefone da filha, mas a
tragédia já havia acontecido. “Sei que não vai trazer ela de volta, mas nós
queremos justiça para evitar para que não sejam perdidas mais vidas por aqui”,
desabafa.
Pai de uma das vítimas, Joanancio
compartilha que é muito difícil suportar a dor. Foto: Correio Carajás
Verônica
Rodrigues Ferreira, cunhada do Evandro Freitas, de 18 anos, diz que além do
pedido por justiça, o protesto também é uma tentativa de evitar que outras
tragédias aconteçam e ressalta que até o momento a empresa responsável pela van
não deu nenhuma assistência aos familiares dos passageiros que transportavam:
“Até agora a cooperativa não deu suporte para ninguém da família”.
No
trecho, policiais militares acompanharam a manifestação pacífica. O trânsito
foi liberado por volta das 10h.
Fonte:
Correio Carajás