Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024

Brasil
Publicada em 29/06/23 às 06:27h - 433 visualizações
Acessos viram preocupação com nova ponte sobre o Rio Tocantins, em Marabá
Representante do consórcio responsável pela estrutura se reuniu com vereadores nesta terça (28) para prestar contas e atualizar informações sobre a obra

Jornal O Niquel


 

Durante reunião com representantes do consórcio que está construindo a nova ponte rodoferroviária sobre o Rio Tocantins, em Marabá, o gestor da Secretaria Municipal de Viação e Obras Públicas (Sevop), Fábio Moreira, disse que, em relação ao trânsito de veículos, é preocupante o projeto de acesso à nova ponte dos dois lados – Nova Marabá e São Félix. Para ele, o primeiro ponto em discussão é se a mineradora Vale entregará uma ponte ou um novo sistema viário de trânsito, sendo necessário definir de quem é a obrigação do sistema. “O gargalo não é a ponte, mas sim o trânsito,” advertiu.

O encontro ocorreu na Câmara Municipal de Marabá nesta terça-feira (28), promovida pela Comissão de Desenvolvimento Socioeconômico de Marabá, que recebeu representantes da Vale, do Consórcio Ponte Rio Tocantins (CPRT) e da Associação Comercial e Industrial de Marabá (ACIM). 

O presidente da comissão, Miguelito (PDT), destacou que esse é o momento de avançar e verificar sobre o andamento da obra, bem como a utilização da mão de obra marabaense.

Coube a Eduardo Meira, líder do consórcio, atualizar as informações sobre os serviços. Ele falou dos investimentos locais e do compromisso firmado com a Vale para a utilização de fornecimento do comércio e trabalhadores locais. “As empresas do consórcio têm como premissa a responsabilidade social,” garantiu. O total de investimento da obra é de R$ 4,1 bilhões e a parte do Consórcio é de R$ 1,6 bilhão.

Meira salientou que 130 empresas foram homologadas dentro do sistema para fornecimento de produtos e serviços. “Visualizamos 42 oportunidades para empresas locais. Até o final de maio, já demandamos para 35 delas. Sobre a mão de obra local, sentimos cobrança e temos como regra manter pelo menos 80% do pessoal daqui da cidade. Atualmente temos 457 contratados, dos quais 377 são de Marabá,” revelou. 



Eduardo Meira

Ele ainda expôs que até o dia 16 de junho já foram contratados R$ 3.144.810,00 em valores de fornecedores de Marabá. “A grande massa é de funcionários para realizar a obra. A gente dá prioridade aos que residem na área diretamente afetada; grande parte é de São Félix, Morada Nova e Nova Marabá. Temos aberto no Sine [Sistema Nacional de Emprego] mais 262 postos de trabalho que estão à disposição. Já abrimos para fazer coleta de currículos,” expôs.

Sobre o cronograma de execução, Meira frisou se tratar de uma obra longa, e que no próximo ano é que se espera o pico com cerca de 1.500 contratações de trabalhadores. “Esse ano serão em torno de 700 pessoas”, antecipou.

Um dos pontos mais questionados pelos vereadores foi sobre os acessos à ponte. De acordo com eles, é necessário que se pense no trânsito e na mobilidade urbana, em um novo sistema viário.

O presidente do Poder Legislativo, Alecio Stringari (PDT), destacou a importância do projeto para a cidade. “A preocupação da Casa é com a mão de obra local e também com a valorização dos fornecedores de nossa cidade. Gostaria de saber como é feita a concorrência de compra de material, se é aberta para o cenário regional ou se é focada nas empresas cadastradas para a obra?”.

A vereadora licenciada e presidente da Fundação Casa da Cultura, Vanda Américo (Cidadania), também foi enfática e dura ao cobrar emprego para cidadãos marabaenses. A mão de obra qualificada, afirma, também deve ser aproveitada e não apenas trabalhadores braçais: “O pessoal faz graduação, mestrado, especialização e essa oportunidade nunca chega. Vamos intimar a Vale para vermos essa questão do preconceito. Entre os profissionais daqui e de fora eles dão preferência aos de fora. É uma falta de respeito total, não dá mais para tolerar isso no contexto atual”.

Miguelito fez coro à crítica, citando a quantidade de alunos de cursos de Engenharia que não são contratados pela Vale: “Quando a gente qualifica, vocês não contratam. A Vanda reclama porque esta é a nossa revolta de muitos anos”.

O representante do consórcio respondeu aos questionamentos dos parlamentares e disse que a concorrência é padrão de mercado, dentro da responsabilidade social da empresa. “Existem concorrências mais localizadas e outras que são abertas para o Brasil inteiro. Temos cerca de 80% da mão de obra direta local. Nossa mão de obra passa pelo Sine,” justificou.

Sobre o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), ele afirmou que a previsão é de que haja arrecadação municipal da ordem de R$ 75 milhões em quatro anos de obras.




















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