A advogada
Jeanne Maria Ferreira Barros garante que o escritório que mantém em Parauapebas,
alvo de incursão, na manhã de ontem, sexta-feira (21), pela Polícia Civil,
acompanhada pela presidente da Subseção da OAB-PA, no município, não está
envolvido em caso algum de estelionato. Segundo ela, são absolutamente legais
as ações movidas por consumidores da concessionária de energia elétrica, que
reivindicam revisão da taxa de recolhimento de ICMS, nas contas de luz. As
afirmações foram feitas em entrevista a um canal de TV web da cidade.
Ela
concorda, porém, que a propaganda que estava sendo veiculada de fato vai de
encontro ao que determina o Código de Ética e Disciplina da OAB, mas afirma que
o comercial não foi contratado pelo escritório de advocacia e sim pela empresa
de contabilidade responsável pelos cálculos dos valores constantes nas ações.
Diz ainda que, assim que soube da publicidade, solicitou à emissora de TV que a
propaganda fosse imediatamente retirada do ar.
“Para mim,
foi lamentável a forma como foi invadido o nosso escritório. Inclusive, o
delegado chegou e falou para todos os clientes que era um golpe. Que prova que
ele tem de que é um golpe?”, indaga a advogada, observando que os colegas que
ali trabalham se sentiram como se todos fossem criminosos.
Jeanne
Barros afirma também que a presidente da Subseção da OAB-PA foi infeliz na
incursão, pois poderia tê-la chamado para falar sobre a propaganda. Ela conta
que na sexta-feira mesmo iria procurar Maura Paulino para se inteirar da
situação. Porém, encontrou o escritório com muitas pessoas procurando
atendimento e resolveu ajudar, deixando para depois a ida até a Subseção, e
acabou surpreendida pela ação da polícia. “Só que não houve tempo [de ir à
Subseção]. Houve toda essa infelicidade lamentável, dessa incursão”.
Advogado reafirma que não
houve crime
O advogado Geovane
Oliveira Gomes, que defende o escritório alvo da ação policial, em áudio
enviado à Reportagem do Blog, reafirma que não é crime entrar com ação para
correção de cálculo de ICMS que teria sido recolhido a mais nas contas de
energia elétrica e diz que há milhares dessas ações no país inteiro. Ele afirma
também que a taxa de R$ 200,00 cobrada para a realização de cálculos não é
ilegal, pode ser cobrada, sem que isso seja um crime.
Geovane
esclareceu, ainda, que os advogados não estabeleceram o prazo de 120 dias para
a decisão judicial, muito menos que seria uma causa praticamente ganha, até
porque essa questão da cobrança do ICMS nas contas de luz está tramitando no
STF (Superior Tribunal Federal) e, portanto, suspensa, o que não impede que
sejam movidas ações por parte de consumidores.
Ele conclui
afirmando que o escritório não foi fechado e que não houve ali nenhum crime de
estelionato: “O escritório está aberto, os advogados vão estar atendendo as
pessoas que quiserem continuar com a ação de cobrança desses impostos
indevidos, as ações serão protocoladas; ou as pessoas podem requerer o
cancelamento da ação, a revogação da procuração e a devolução de valores”,
disse.
(Caetano Silva)